05 ; O Laço Inquebrável

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S/N estava completamente entregue a Law. Todas as barreiras que um dia mantivera erguidas, todas as dúvidas e medos, haviam sido quebradas por ele. Agora, tudo o que restava era o que Law tinha moldado — uma vida que ela acreditava ser segura, um mundo onde ele era o único em quem podia confiar. Ele havia conseguido convencê-la de que o perigo estava lá fora, que o caos existia fora das paredes do apartamento e que apenas ao lado dele ela estaria protegida. Seu senso de identidade, antes tão firme, agora parecia uma memória distante. Ela não se via mais como um indivíduo, mas como uma extensão de Law.

Ele estava no banheiro, se arrumando para mais um dia de trabalho. S/N o observava deitada na cama, os lençóis envolvendo seu corpo como uma gaiola invisível. Ele era tão metódico, tão frio em sua precisão. Movia-se com uma calma calculada, como se tudo estivesse sempre sob controle — inclusive ela.

— Vou sair para o hospital — ele disse, passando a mão pelo cabelo curto e bagunçado enquanto ajustava a gola da camisa. — Preciso que fique em casa hoje. Não quero que saia. Se precisar de algo, me ligue ou mande mensagem.

S/N balançou a cabeça, concordando. Não iria contrariá-lo. Não mais. Ela sabia que cada vez que tentava se desvencilhar, ele a arrastava de volta, emocionalmente e fisicamente. Não havia outra saída senão aceitar. Ele havia sido claro sobre isso, e agora, ela não tinha mais forças para lutar.

— Claro — ela respondeu, a voz baixa, quase automática. — Eu fico aqui.

Law, satisfeito com a resposta, pegou o relógio e o prendeu ao pulso com um clique suave. Estava pronto para sair. Ele se virou em direção à porta do quarto, prestes a deixar o ambiente.

— Law... — a voz dela o deteve.

Ele parou no batente da porta, os olhos cinzentos fixos nela, frios e penetrantes. Ele esperou que ela falasse.

S/N deslizou para fora da cama, os pés tocando o chão frio. Caminhou até ele, sem dizer nada, os olhos dela buscando os dele. Sentia uma necessidade estranha de conexão, como se precisasse reafirmar, mesmo que de forma silenciosa, que estava ali — que era dele.

— Eu te amo — ela murmurou, com uma intensidade que a surpreendeu. As palavras saíram naturalmente, como se fossem a única verdade que restava em sua vida, ou não.

Law ergueu uma sobrancelha, um pequeno sorriso curvando os cantos de sua boca. Era um sorriso que S/N conhecia bem, aquele sorriso de vitória, de controle absoluto. Ele a puxou para mais perto, sua mão firme em sua cintura, e antes que ela pudesse pensar, seus lábios se encontraram.

O beijo começou suave, quase delicado, mas logo se transformou em algo muito mais profundo, muito mais intenso. Seus lábios se moviam com uma urgência silenciosa, um desejo bruto que pairava entre eles há muito tempo. Ele dominava o beijo, os movimentos precisos, calculados, como se estivesse sempre no comando. A língua dele invadiu a boca dela, lenta, explorando cada canto, enquanto uma de suas mãos subia para o pescoço dela, segurando-a firmemente.

S/N fechou os olhos, entregando-se completamente ao momento. O gosto de Law era familiar, mas agora parecia mais possessivo do que nunca. Ela se inclinou para ele, os dedos se entrelaçando nos cabelos curtos dele, o corpo cedendo à necessidade de estar mais perto. Era como se, através do beijo, ele reafirmasse seu domínio sobre ela, e ela, por sua vez, aceitava isso, quase como se precisasse dessa confirmação. Não havia mais resistência. Não havia mais luta. Ela o queria — precisava dele, desesperadamente.

Quando finalmente se separaram, o fôlego deles estava pesado, as testas encostadas uma na outra. Law ainda segurava o rosto de S/N entre as mãos, os olhos cinzentos penetrando os dela.

— Eu sei que me ama — ele disse, a voz baixa e controlada. — E é assim que deve ser. Você me pertence, S/N. E enquanto me tiver, nada vai te machucar. Lembre-se disso.

⌗MY YANDERE - Trafalgar Law Onde histórias criam vida. Descubra agora