United by blood and fire

III

Olá! Mais um capítulo.

Avisos:
A imagem dela foi criada por IA apenas para vocês terem a noção de como ela é.
quando a narrativa estiver em itálico e um flashback do passado.
E quando estiver em negrito ela está falando em alto valiriano.
Última mais não menos importante leiam as notas finais 💗😉
Boa leitura 📚

O vento soprava forte em Pedra do Dragão, carregando consigo o cheiro salgado do mar e o som incessante das ondas que se quebravam nas falésias. Eu me mantive firme na sacada dos meus aposentos, envolta em um manto de lã negra que me protegia do frio, enquanto meu cabelo prateado se agitava ao sabor da brisa. Meus olhos, de um violeta profundo, fitava o horizonte. Ainda assim, minha mente estava a quilômetros de distância, presa em lembranças que nunca me abandonaram por completo, como as marés que nunca cessam.

Sem pensar, meus dedos deslizaram até a cicatriz em minha bochecha esquerda. Era um gesto automático, quase inconsciente. Aquela marca, para os outros, poderia ser um lembrete de uma derrota. Para mim, no entanto, era muito mais complexa. Não me fazia esquecer o que Aemond tirou de mim – Vaghar, o dragão da minha mãe, e algo mais profundo, mais pessoal. Naquela noite, ele tentou roubar algo que eu nunca poderia recuperar completamente: a sensação de ser invulnerável.

Por mais que eu tentasse, não conseguia apagar completamente as lembranças. O sorriso frio de Aemond, as palavras duras a irá,  esses momentos estavam gravados em mim. E, ainda assim, apesar de todo o sofrimento, algo mudou dentro de mim desde aquela noite. Já não era mais a garota indefesa que ele conheceu. A dor me fortaleceu, mas isso não significava que ela tivesse desaparecido. A cicatriz, visível no meu rosto, também estava marcada na minha alma.

Lembro como escapei furtivamente do meu quarto, determinada a confrontá-lo mais uma vez. Buscava, de alguma forma, aquele Aemond de palavras doces que havia se perdido, mas, ao chegar, encontrei apenas a frieza que ele deixara em seu lugar. O que antes era um eco de carinho agora se transformará em um abismo de indiferença e dor.

— Você não deveria estar aqui. — ele rosnou.

— E quem você acha que é para me dizer isso?—  retorqui, meu tom desafiador. — Você roubou o que era mais precioso para mim e ainda teve a audácia de me ferir!

— Aquelas palavras, você estava mentindo? — perguntou sentindo o pulsar latejante na minha bochecha assim como ele também parecia estar sentindo no lugar do olho que não estava mais ali.

— Você é ingênua. — Ele falou a irritação  tomando conta. — eram apenas palavras.

— Você é um  idiota! Não o acho mais forte mas um fraco que se esconde atrás de mentiras.

— E você uma garotinha sem mãe que se esconde atrás de suas lágrimas. — sentir as lágrimas se formando.

— O odeio! E o odiarei a partir de hoje até o final de nossas vidas. — declarei, a voz tremendo, mas firme.

— Ódeio? Você nem sabe o que é ódio. — Aemond riu, mas havia uma ponta de insegurança em sua voz. — Você só está chateada porque eu sou o que você não consegue ser.

Eu olhei para ele, confusa e furiosa, ele percebeu que suas palavras tinham cortado mais fundo do que ele gostaria de admitir. “Você ainda é só uma garotinha. Não se esqueça disso”

Suspirei, tentando me afastar daquele turbilhão de pensamentos. Eu sabia que nunca poderia esquecê-lo, que ele sempre estaria lá, assombrando minhas lembranças. Mas a diferença agora era que ele não tinha mais poder sobre mim. Encarei a dor, convivi com ela e, de alguma forma, me tornei mais forte por causa dela. Aemond queria me destruir, mas não conseguiu. Ele me transformou.