27. Covardia

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Eu, oficialmente, me sinto uma covarde.
Covarde por sentir vontade
de possuir o que me falta:
paz, amor, falta de mim mesma;
mas garantir que nada,
N A D A
aconteça.

Covardia, na verdade,
por não me ser,
não me ter, não me querer,
mas ainda assim, quem diria,
fingir me possuir,
ter paz e sorrir – pura ironia.

Covardia, na verdade,
é me deixar vencer pela perda,
defender a destreza e a falta
de não possuir o que me afeta.
Sentimento inexplicável, impossível.

Covardia, na verdade, é desprezível.

Poemas para se Identificar (ou não)Onde histórias criam vida. Descubra agora