28. Dias contrários

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Era uma vez, um homem solitário
Ao lado de um túmulo, chorando muito.
Acabava de perder tudo,
Estava sem rumo.

A chuva caía, suas lágrimas alcançavam,
Lamentando a perda do coração indomável.
Homem solitário, traído pela vida;
Triste dia de partida.

Mas a alegria haveria de encontrá-lo.
O sol surgira, enxugando seu pranto,
E do túmulo nascera um lírio - que espanto!
Ele não duvidava, era o céu a lhe avisando:
não perdera nada; estava ganhando.

O homem, agora acompanhado
Agradecia pelo lírio branco, adorável
Percebera sua presença afastando a sofrência;
Dia feliz, solidário.


Haveria, ainda, de ter avulsos diários

Sorrindo ou chorando, mas conformado,

Pelos inevitáveis, tristes e alegres,

Dias contrários.

Poemas para se Identificar (ou não)Onde histórias criam vida. Descubra agora