Prólogo

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O nome dele era Arthur, e aquele era um grande dia para um bastardo.

O sol descia cada vez mais no horizonte, assim como as gotas de suor em suas costas. O jovem desceu o machado mais uma vez e observou a madeira se partir em duas. Ouviu a voz de sua mãe chamando-o, e analisou o trabalho feito.

Havia lenha o suficiente para um pouco mais de uma estação inteira, e árvores o suficiente para décadas inteiras, ele imaginava. A floresta próxima ao seu vilarejo era um encanto, e Arthur a contemplava todas as vezes. Seu vilarejo era agradável, e sua família era grande o suficiente para que a casa estivesse sempre alegremente barulhenta.

Ele levava uma vida melhor do que muitos que conhecia, e por mais que lhe enojasse admitir, aquilo tudo não era o suficiente. Arthur era um jovem agraciado com ambição, beleza, e principalmente, poder. Mais do que ele geralmente demonstrava ter, mas em momentos solitários como aquele, ele gostava de olhar para as sombras e ver como elas se curvavam perante ele.

Arthur gostava de pensar que havia sido abençoado pelos Deuses por alguma razão. Sua pele e olhos escuros eram prova de como a noite o amava, eram a prova de que ele era um Lunar, assim como vários também eram. Mas ele havia descoberto algo que o diferenciava de todos os outros de sua espécie, algo que estava pronto para mostrar para o mundo e ver se valia alguma coisa.

Arthur, o bastardo que falava com as sombras, estava pronto para provar que era digno de algo maior, algo melhor.

Mas ele não vai, porque esta história não é sobre ele. Esta história é sobre a garota que o observava sob a copa das árvores que ele tanto admirava.

Esta história é sobre a jovem que está prestes a matá-lo.

Halley - A Ascensão Dos BastardosOnde histórias criam vida. Descubra agora