NEVER HAVE I EVER ✧ #1

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⌜ ~ ‹ ( PRIMEIRO CAPÍTULO ) ›~ ⌟

Eu nunca

Chutei alguém desconhecido.

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EXISTEM MOMENTOS NA VIDA EM QUE A GENTE REALMENTE ACHA QUE ESTÁ COM TUDO SOB CONTROLE

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EXISTEM MOMENTOS NA VIDA EM QUE A GENTE REALMENTE ACHA QUE ESTÁ COM TUDO SOB CONTROLE. 

Tipo, você faz suas malas, se despede dos seus pais, e se convence que a universidade vai ser sua grande chance de finalmente dominar o mundo. Ou pelo menos ter algum tipo de ordem na vida.

Esse foi o meu erro.

Eu tinha certeza de que os alojamentos universitários eram o símbolo dessa nova fase. Longe de casa, longe de regras, com a liberdade de fazer o que bem entendesse. No meu caso, isso incluía assistir séries até tarde, comer pizza no café da manhã e tratar miojo como uma refeição séria. Eu sei, não tenho o melhor dos hábitos alimentares, mas isso não vem ao caso. A questão é: eu realmente acreditava que as coisas iam funcionar perfeitamente.

A verdade é que, quando você acredita piamente nisso, o universo ri. E ri alto pra caralho.

Até onde me lembro, eu nunca fui do tipo que pensa demais antes de fazer alguma coisa. O que não quer dizer que não me importe com as consequências. Na verdade, eu me importo demais. Sempre me importei.

Mas, de alguma forma, as decisões que eu tomo sempre parecem pular direto da minha cabeça para o mundo, sem passar pelo filtro da lógica.

Talvez isso explique por que eu estava lá, parada em frente à porta do meu novo quarto, tentando entender como o inferno havia começado tão rápido.

O dia tinha sido um caos: o processo de mudança, meus pais me sufocando com conselhos que eu já tinha decorado de tanto ouvir, e aquela leve ansiedade de iniciar uma nova fase. Mas, sério, por que a chave não encaixava?

Eu tentei uma, duas, três vezes, com uma teimosia que só eu mesma tenho. Suspirei fundo, recolhendo toda a paciência que ainda me restava, forcei um pouco mais, e foi aí que a mágica aconteceu: ouvi o clique da tranca, e a porta se abriu de um jeito meio sinistro, me convidando para um show de horrores. Eu entrei, tropeçando na soleira como se não tivesse prática alguma em atravessar portas, e dei de cara com uma cena que, em retrospecto, deveria ter sido minha primeira bandeira vermelha de alerta.

O lugar estava uma bagunça digna de filme apocalíptico. Roupas espalhadas por todo lado, uma pizza abandonada sobre uma cadeira que claramente tinha passado da data de validade há semanas, e um cheiro terrível que eu prefiro nem tentar descrever. Mas eu, na minha teimosia e com aquela certeza absoluta de que o mundo tinha que fazer sentido do jeito que eu imaginava, achei que era só parte do charme decadente de um alojamento universitário. Meu novo reino caótico, longe dos meus pais, longe das regras, exatamente o que eu queria.

𝙉𝙀𝙑𝙀𝙍 𝙃𝘼𝙑𝙀 𝙄 𝙀𝙑𝙀𝙍, shinichiro sanoOnde histórias criam vida. Descubra agora