Perigo - Richard Rios.

005.

Eduarda on.

Eu me pegava pensando em como iria ser quando tudo isso acabasse. E isso seria hoje. Eu sendo apenas uma fã, e ele o jogador. Sem mentiras. Mas era como eu pensava, não queria dizer que aconteceria.

Depois que Richard me chamou para sair novamente, eu o enrolei muito. Disse que havia ficado doente daquela noite. Agora, já havia se passado uma semana e eu não podia mais enrolar. Parecia que ele realmente me queria. Ou se não, era o que parecia.

Nesse momento, eu estava em meio da multidão de roupas espalhadas pelo meu quarto. Não por indecisão, e sim por não ter realmente o que usar. O colombiano havia me dito para ir simples, porém não conseguia achar algo que caísse nessa vibe.

- E se você colocasse uma saia e esse corset aqui? - Carol me mostrava a peça em sua mão, que não me favorecia muito. Mas dava para o gasto.

- É a menos pior de todas. - revirei os olhos, e ela deu risada.

- Se for dar por uma única vez, tem que deixar o território marcado. - arqueei a sobrancelha. Carol deu de ombros.

- Olha onde você me enfia. Eu juro que nunca mais faço nenhum favor para você.

- Te enfiei aqui e agora um jogador não para de pensar em você. - mostrou a língua.

- Grande coisa.

Carol e Piquerez não se desgrudavam mais. Era como se ele tivesse tirado ela da putaria. E não ironicamente, ela parecia estar apaixonada. Eu não lembro a última vez que vi a minha irmã assim. Ela já recebeu flores dele, os dois não ficam um dia sem ligar um para o outro, eu não posso piscar que ele já está magicamente aqui e eu arranjo desculpas para dormir fora de casa.

A maioria das vezes, eu e Juvena, minha amiga que topava literalmente tudo, saímos para algum lugar ou até mesmo eu iria dormir na casa dela. Desde que entrei na faculdade, eu e ela nos tornamos inseparáveis. Era como se eu tivesse encontrado minha outra metade. Ela veio da Colômbia, mas em compensação, fala português melhor que eu. Não tinha comentado com ela esse lance do Richard. E eu não iria. Se menos gente souber, melhor.

Tomei um banho rápido, mas que ainda sim consegui lavar o cabelo e fazer o que tinha que fazer. Coloquei a roupa que minha irmã me sugeriu, e puta que pariu, nunca tinha me sentido tão gostosa como agora.

- Você tá maravilhosa! - segurou em minha mão, me girando.

- Você achou? - mordi os lábios, pensando.

- Se eu não te conhecesse, diria que está tudo bem. Mas não está. - se sentou ao meu lado na cama. - Ânimo, garota. Você vai sair com um dos jogadores de futebol mais gostosos do Brasil.

- Isso é um horror, Caroline. - tampei p rosto com as duas mãos.

- Não faz isso que borra o gloss. - retirou minhas mãos do local. - Uma sentada não mata ninguém.

- Para de falar besteira.

- É a realidade. - olhou o horário no celular, e se apressou para pegar a bolsa que estava do outro lado da cama. - Preciso ir.

- Agora?

- Vou dormir fora. Se precisar, me liga. Eu te amo. - mandou um beijo para mim, e logo a vi desaparecendo.