𝐶𝑜𝑚𝑖𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑜𝑟𝑡𝑒?

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Livan começou a interrogar as pessoas da torre, fazendo perguntas aparentemente casuais, mas sempre atento às reações. Cada detalhe era importante, e ele sabia que a verdade estava escondida entre as palavras e os olhares. Após horas de conversas, ele se retirou para sua sala, onde espalhou os relatórios e notas pela mesa, tentando ligar os pontos.

Enquanto ele organizava tudo, ouviu a porta se abrir.

"Ei, Livan!" Kai entrou no quarto, sorrindo como sempre, uma expressão travessa no rosto. "O que você está fazendo? Não me diga que está se afogando nesses papéis de novo."

Livan suspirou, mas não pôde evitar um sorriso. "Na verdade, estou tentando desvendar o que diabos aconteceu com a barreira da torre. E adivinha? Acho que estou começando a ver um padrão."

Kai arqueou uma sobrancelha e foi até a mesa, pegando um dos papéis para examinar. Ele sempre levava tudo com um tom de leveza, mas Livan sabia que, por trás do humor, Kai também tinha uma mente afiada. "Deixe-me ver isso... Ah, é claro! O grande Livan, salvador da torre".

"Você pode parar de me perturbar por cinco minutos?" Livan revirou os olhos, mas logo apontou para um dos diagramas. "Olha isso. Não acha estranho que os ataques sempre aconteçam nas mesmas áreas, e ainda assim ninguém reforçou as barreiras ali?"

Kai inclinou-se, seu rosto assumindo um tom mais sério por um momento. "Agora que você mencionou... Isso é suspeito. Quem está responsável por essas barreiras?"

"É o que eu estou tentando descobrir. As fichas não fazem sentido... É como se alguém estivesse manipulando as defesas de dentro."

Kai devolveu o papel e voltou a sorrir, sua leveza retornando. "Bem, boa sorte com isso. E falando em sorte, acho que você vai precisar de comida. Sério, Livan, você parece que não come há dias."

Livan lançou um olhar para o irmão, já sabendo onde isso iria. "Kai, eu estou no meio de algo importante aqui. Não tenho tempo para sua piada sobre eu morrer de fome."

"Ah, claro, claro." Kai deu uma risadinha e deu um tapinha no ombro de Livan. "Mas eu vou cozinhar para você de qualquer maneira. Não quero que meu querido irmão morra antes de resolver esse grande mistério."

Livan riu, mesmo que relutante. Era sempre assim com Kai, um equilíbrio entre provocação e cuidado. "Só não queime a cozinha desta vez."

"Sem promessas!" Kai saiu da sala com um sorriso enquanto Livan voltava sua atenção para as fichas, mas agora com a sensação de que não estava sozinho—mesmo no meio de todo o caos, ele podia contar com Kai, sempre ali para desanuviar o peso da responsabilidade.
Enquanto Livan continuava concentrado em suas pesquisas, ouvia sons estranhos vindos da cozinha, onde Kai, como de costume, estava tentando preparar algo. De repente, o som de panelas batendo e uma música animada começou a tocar.

Kai, sendo o palhaço que era, começou a fazer uma dança esquisita enquanto cozinhava, balançando os quadris de um lado para o outro e girando a colher de pau como se fosse uma espada mágica. Livan, distraído por um segundo, olhou para a porta da cozinha e balançou a cabeça com um leve sorriso. "O que você está fazendo, Kai?"

"É minha dança da sorte culinária, Livan! Se você não dançar, a comida não fica boa!" Kai respondeu em tom teatral, girando no meio da cozinha.

Antes que Livan pudesse responder, Kai parou de repente, olhos arregalados, como se algo tivesse ocorrido a ele. Ele correu para dentro do quarto onde Livan estava, puxando-o pelo braço com força, juntamente com todos os papéis e pesquisas espalhados pela mesa.

"Ei! O que você está fazendo?!" Livan gritou, surpreso.

"Sem tempo para explicações, irmão!" Kai respondeu em pânico, puxando-o para fora do dormitório às pressas.

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