Shy Livro 1

O Dever de um Herói

Em uma cidade um pouco distante de Shapecloud, um alarme de banco estoura. Um atirador entra em um carro forte roubado, deixando os corpos de seus parceiros, que morreram numa troca de tiros com a polícia, para trás; não há mais o que fazer de qualquer forma.

Ele dirige o carro forte pela cidade em alta velocidade, não se importando com nada que esteja em seu caminho, seja objeto ou pessoa; ele passará por cima de todos para fugir.

O que o atirador não esperava, era que já havia um grupo de policiais formando uma barricada pela rua qual ele seguiu. O atirador está determinado a passar ainda assim. No entanto, um policial joga a frente do carro forte, uma corrente de pregos. Os pneus do carro forte são imediatamente furados, e o atirador perde o controle, acabando por bater em um hidrante. A água começa a jorrar pra cima, e o atirador cambaleia pra fora do carro.

Com uma sub-metralhadora, o atirador faz uma senhora de refém. Os policiais cercam os dois, para negociar pela vida da refém, e impedir a todo custo que o atirador escape.

Tudo isso está sendo gravado e mostrado na TV ao vivo, por um helicóptero da imprensa. Tim está assistindo isso na TV do dormitório.

"Vamos vamos, foca a câmera no cara, foca a câmera no cara." – pensou Tim.

Tim tem um plano, aparentemente. Ele está determinado a ajudar. Mesmo que esteja bastante longe do confronto.

Então, acontece, e a câmera dos jornalistas foca no atirador e a refém. Isso tira um sorriso vitorioso de Tim, que então, formando um contato psíquico com o atirador através da câmera, explode sua cabeça.

O atirador está morto, e a refém está salva, mas é claro que agora todos estão chocados, e se perguntam o que e como isso aconteceu.

"Hah! Vocês nunca vão sequer desconfiar quem é o responsável por isso." – pensou Tim.

Convencido de ser incrível e imbatível, Tim se joga em sua cama, deitado com as pernas cruzadas e as mãos na cabeça, como um rei em seus aposentos.

"É isso o que eu sou. Um herói agindo nas sombras... Eu sou simplesmente perfeito. Eles deveriam me adorar... Quem sabe um dia." – pensou Tim.

Tim realmente ama a idéia de ser idolatrado.

(...)

No dia seguinte, durante a aula, todos estão concentrados em suas lições, quando o diretor da escola entra na sala. Ele cumprimenta todos gentilmente, e é respondido no mesmo tom, ou quase.

"Bom crianças, como vocês já sabem, depois de amanhã, nós teremos a nossa tão esperada excursão para o Museu Histórico de Shapecloud." – diz o diretor.

Muitos alunos ficam animados, mas é claro que há aqueles que acham museus chatos e entediantes, um deles sendo Troy. Por outro lado, Tim simplesmente ama essa idéia, e mal podia esperar para que esse dia chegasse logo.

"Ahhh era isso que eu estava esperando. Pinturas, esculturas, eventos históricos, descobertas arqueológicas. Classe, simplesmente classe. Esse é meu habitat, esse é o meu lugar. Eu preciso ir." – pensou Tim.

"E com isso, devo informar que aqueles que ainda não entregaram as assinaturas de seus responsáveis para ir, é melhor fazerem isso o quanto antes. O tempo está acabando." – diz o diretor.

"Por sorte, eu já entreguei a minha assinatura. Obrigado diretora Riley, eu te amo." – pensou Tim.

"Isso é tudo. Ah, e Tim, será que podemos conversar na minha sala, por favor?" – diz o diretor.

"Claro, sim senhor." – responde Tim.

O diretor sai na frente, e Tim se levanta pra ir logo atrás.