24. UM IMPASSE

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MEUS OLHOS SE ABRIRAM PARA UMA LUZ branca e forte. Eu estava em um quarto desconhecido, um quarto branco. A parede atrás de mim era coberta de persianas verticais; no alto, as luzes brilhantes me cegavam. Eu estava recostado em uma cama dura e desigual — uma cama com grades. Os travesseiros eram achatados e cheios de protuberâncias. Havia um bipe irritante em algum lugar por perto. Esperei que significasse que eu ainda estava vivo. A morte não devia ser tão desconfortável.

Minhas mãos estavam presas a tubos claros e alguma coisa estava colada em meu rosto, sob meu nariz. Ergui a mão para arrancar.

— Não, não pode. — E dedos frios pegaram minha mão.

— Jungkook? — Virei a cabeça devagar e seu rosto extraordinário estava a centímetros do meu, o queixo pousado na beira de meu travesseiro. Percebi novamente que eu estava vivo, desta vez com gratidão e alegria. — Ah, Jungkook, eu lamento tanto!

— Shhhh — ele me aquietou. — Agora tudo vai ficar bem.

— O que aconteceu? — Eu não conseguia lembrar com clareza e minha mente se rebelava quando eu tentava.

— Quase cheguei tarde demais. Eu podia ter me atrasado — sussurrou ele, a voz atormentada.

— Eu fui tão idiota, Jungkook. Pensei que ele estivesse com a minha mãe.

— Ele enganou a nós todos.

— Preciso ligar para Chahyun e para mamãe — percebi através da névoa.

— Hoseok ligou para eles. Yejin está aqui... Bom, aqui no hospital. Ela está pegando alguma coisa para comer agora.

— Ela está aqui? — Tentei me sentar, mas minha cabeça girou mais rápido e a mão dele me empurrou delicadamente para os travesseiros.

— Ela vai voltar logo — prometeu ele. — E você precisa ficar quieto.

— Mas o que vocês disseram a ela? — Entrei em pânico. Eu não estava interessado em ficar quieto. Minha mãe estava aqui e eu me recuperava de um ataque de vampiro.
— Por que disse a ela que eu estou aqui?

— Você caiu dois lances de escada e atravessou uma vidraça. — Ele parou. — Tem que admitir que isso pode acontecer.

Eu suspirei e isso doeu. Olhei meu corpo sob o lençol, o calombo enorme que era minha perna.

— O que aconteceu comigo? — perguntei.

— Você tem uma perna quebrada, quatro costelas quebradas, algumas rachaduras no crânio, hematomas cobrindo cada centímetro de sua pele e perdeu muito sangue. Eles fizeram algumas transfusões. Eu não gostei... Deixou seu cheiro totalmente errado por algum tempo.

— Deve ser uma mudança boa para você.

— Não, prefiro o seu cheiro.

— Como você conseguiu? — perguntei em silêncio. Ele entendeu o que eu quis dizer de imediato.

— Não tenho certeza. — Ele desviou o rosto de meus olhos curiosos, erguendo da cama minha mão enrolada em ataduras e segurando delicadamente na dele, com o cuidado de não soltar o fio que me conectava a um dos monitores.

Esperei pacientemente pelo resto.

Ele suspirou sem retribuir meu olhar.

— Foi impossível... parar — sussurrou ele. — Impossível. Mas consegui. — Ele finalmente me olhou com um meio sorriso. — Eu devo mesmo amar você.

— Meu gosto não é tão bom quanto meu cheiro? — Eu sorri em resposta. Isso provocou dor em meu rosto.

— É ainda melhor... Melhor do que eu imaginava.

Crepúsculo - JikookOnde histórias criam vida. Descubra agora