Eye of the storm

Capítulo 4

Era o dia do casamento, e Alicent tinha passado uma noite inquieta, sem conseguir dormir. A ansiedade a corroía, e ela roía as unhas até ficarem ásperas e manchadas de sangue seco. Ela andava de um lado para o outro em seu quarto incessantemente, sua mente um turbilhão de pensamentos e medos.

Quando a primeira luz do amanhecer penetrou em seus aposentos, as criadas chegaram para prepará-la para a cerimônia. Elas se movimentaram ao redor dela, arrumando seu cabelo, aplicando sua maquiagem e vestindo-a com o elaborado vestido de noiva. Apesar da conversa e da agitação da atividade, Alicent sentiu uma profunda sensação de solidão.

Ela esperava que Rhaenyra viesse vê-la antes da cerimônia, para oferecer uma palavra reconfortante ou um sorriso tranquilizador. Ela disse a si mesma que talvez Rhaenyra estivesse apenas tomando seu tempo e faria uma aparição na cerimônia.

Assim que o vestido de Alicent finalmente estava no lugar, brilhando com bordados intrincados e rendas delicadas, uma das criadas se aproximou dela com uma caixa forrada de veludo. Dentro dela, havia um colar deslumbrante, adornado com rubis brilhantes que refletiam a luz da manhã.

Com uma mão cuidadosa, a empregada levantou o colar e o prendeu ao redor do pescoço de Alicent. O peso frio das joias se acomodou contra sua pele, um contraste gritante com o calor de sua ansiedade. Os rubis brilhavam como gotas de sangue, seu tom carmesim profundo ecoando os restos de sua noite inquieta.

"A peça foi escolhida pelo próprio príncipe", disse a criada suavemente, com uma voz carregada de reverência.

Os dedos de Alicent roçaram as pedras preciosas, sentindo o significado do gesto. A escolha do príncipe não foi apenas uma seleção de joias finas, mas um símbolo de sua atenção e cuidado. Apesar de suas emoções turbulentas, um pequeno sorriso puxou seus lábios. Por um momento, os rubis pareceram uma promessa de dias melhores e um lembrete de que ela não estava inteiramente sozinha nas águas turbulentas em que estava navegando.

Os preparativos consumiram a manhã inteira, um borrão de atividade que manteve a mente de Alicent ocupada. As criadas esvoaçavam ao redor dela como abelhas ocupadas, cuidando de cada detalhe de sua aparência. Elas ajustaram as dobras de seu vestido, aplicaram toques delicados de maquiagem e garantiram que seu cabelo estivesse arrumado em ondas perfeitas.

Antes que ela percebesse, o meio-dia havia chegado, marcando o início da cerimônia. O tempo parecia ter escapado por entre seus dedos, perdido no turbilhão de preparação. A realização a atingiu somente quando as grandes portas de seus aposentos se abriram, revelando seu pai parado ali.

Ele olhou para ela, seus olhos refletindo o peso do dia. "Está na hora," ele disse, estendendo seu braço para ela.

Alicent respirou fundo, seu coração batendo forte no peito enquanto ela colocava a mão no braço do pai. Eles seguiram pelos corredores, cada passo ecoando o significado da jornada. O palácio estava vivo com antecipação, o ar denso com sussurros e o farfalhar de roupas elegantes.

Eles chegaram ao grande salão, sua decoração opulenta era um testamento da importância do evento do dia. Diferentemente das cerimônias tradicionais realizadas em um septo, esta havia sido organizada no grande salão por insistência de Daemon. O vasto espaço estava cheio de um ar de antecipação, a grandeza apenas aumentada pela luz do sol que entrava pelas janelas.

Quando o momento finalmente chegou, as portas imponentes se abriram, revelando um mar de rostos se virando para eles. Alicent sentiu o peso dos olhares e lutou contra a vontade de fugir. Em vez disso, ela respirou fundo e deu um passo à frente, com o pai ao seu lado.

O príncipe a esperava no final do corredor, sua expressão ilegível. Enquanto Alicent caminhava em sua direção, ela procurou na multidão pelo rosto familiar de Rhaenyra. Finalmente, ela a viu, parada ao lado com uma expressão sombria. Seus olhos se encontraram e, por um breve momento, o barulho e o caos do salão desapareceram. Rhaenyra deu a ela um pequeno aceno, um gesto silencioso de apoio.