Capítulo 5

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Na manhã seguinte ao casamento, Alicent acordou sozinha em seus aposentos, o quarto frio e assustadoramente silencioso. A luz pálida do amanhecer filtrava-se através das cortinas pesadas, lançando um tom cinza e escuro sobre o quarto.

Alicent sentou-se assustada, sua mão se estendendo para o espaço ao lado dela, apenas para encontrá-lo vazio de calor. O pânico vibrou em seu peito enquanto seus pensamentos corriam. Na pálida luz da manhã, ela se sentiu mais sozinha do que nunca.

Assim que ela estava prestes a se levantar, a porta de seus aposentos rangeu ao se abrir, e duas de suas aias entraram, suas cabeças abaixadas em deferência. Elas se moveram silenciosamente, uma delas rapidamente cuidando da lareira enquanto a outra estendia um vestido vermelho escuro e dourado no pé da cama.

"Lady Alicent," a mais velha das duas começou, sua voz suave enquanto se aproximava de Alicent com uma bacia de água morna. "Devemos prepará-la para o dia?"

Alicent assentiu distraidamente, sua mente ainda na ausência de Daemon. Enquanto eles começaram a escovar gentilmente seu cabelo, ela finalmente expressou a pergunta que a estava atormentando desde que acordou.

"Onde está o príncipe?" ela perguntou, seu tom mais áspero do que pretendia.

A jovem empregada, que estava arrumando suas joias, hesitou antes de responder. "Ele partiu para os Stepstones, antes do amanhecer."

Alicent sentiu um choque, suas mãos se fechando em seu colo. "Os Stepstones?" ela repetiu, descrença entrelaçando suas palavras. "Tão cedo? Por que não fui informada?"

"O príncipe saiu para não te perturbar," a empregada mais velha respondeu gentilmente, olhando para ela com olhos simpáticos. "Ele disse que o assunto era urgente."

A respiração de Alicent ficou presa na garganta, uma mistura de raiva e medo girando dentro dela. Ela tinha ouvido falar dos problemas nos Stepstones, os conflitos em andamento que tinham atraído muitos homens para a guerra. Mas para Daemon partir tão abruptamente, sem uma palavra... doeu mais do que ela queria admitir.

Os meses que se seguiram foram uma confusão de solidão e dever.

A grandeza da Fortaleza Vermelha falhou em trazer a Alicent o conforto que ela tanto buscava. Os corredores antes movimentados agora ecoavam com o vazio, e as câmaras luxuosas pareciam mais uma prisão do que um palácio.

A ausência do marido era uma dor constante, um lembrete da distância não dita entre eles. Mesmo no coração da capital, ela se sentia isolada, cercada por rostos que ofereciam sorrisos fingidos e cortesias vazias.

A evitação de Rhaenyra era palpável, cada vez que estavam na mesma sala, o ar ficava denso com uma tensão silenciosa. Alicent a observava de longe, seu coração dividido entre o anseio pela amizade perdida e a raiva pelo tratamento silencioso. A princesa, antes um farol de calor, havia se retirado para um mundo de dever e estratégia, seus olhos afiados e focados no horizonte, buscando um futuro além dos confins da Fortaleza Vermelha.

Seu pai, Viserys, sempre teve grandes planos para Rhaenyra, e agora que Alicent havia sido reivindicada por seu irmão, ele estava ansioso para garantir alianças poderosas para sua filha.

Os dias viraram semanas, e as semanas viraram meses, e ainda assim, Alicent esperava por qualquer palavra do marido. Na ausência dele, ela encontrou refúgio na biblioteca, devorando livros como se pudessem preencher o vazio dentro dela. Mas era no Grande Septo de Baelor que ela buscava consolo com mais frequência.

Alicent passava horas ali, ajoelhada no chão frio de pedra, com os olhos fechados, enquanto as orações dos fiéis enchiam o ar como uma suave canção de ninar.

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⏰ Última atualização: Oct 01 ⏰

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