⇝Mergulho no Desconhecido⇜

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Bulma deu um pulo ao som estridente do despertador em seu celular. Parecia que tinha acabado de fechar os olhos. A noite anterior fora uma tentativa frustrada de manter a compostura. Tinha se forçado a parecer estável, pelo menos até que Goku e sua mãe adormecessem. Quando finalmente viu Goku roncando suavemente, uma pequena trilha de baba no canto da boca, ela pôde soltar a respiração que nem percebeu que estava prendendo. Apenas então sua mente começou a correr solta, pensando no que o próximo dia traria. Ela se arrumou em completo silêncio, o que não era comum. Bulma sempre fora do tipo barulhenta, cantarolando enquanto se preparava para o dia. Mas hoje, não queria acordar ninguém, muito menos responder perguntas para as quais não tinha respostas. A última coisa que queria era mentir para aqueles que amava.

Com o coração acelerado, pediu um táxi que a deixou em frente à Cold's Enterprises. A fachada era imponente, um prédio altíssimo que contrastava muito com a Corporação Cápsula. Enquanto a Corporação havia expandido para baixo da terra, em laboratórios ocultos e discretos, a Cold's fazia questão de mostrar sua presença e poder de forma grandiosa e ameaçadora. As enormes letras prateadas reluziam ao sol da manhã, como se gritassem para o mundo que eles estavam no topo da cadeia. Mesmo nervosa, Bulma respirou fundo e decidiu entrar. O lobby era impecavelmente moderno, com poucas pessoas à vista. Ao se aproximar da recepção, ela avistou alguém familiar saindo de trás do balcão: Lápis, mais conhecido como 17, um colega de sala. Ela não queria ser vista ali, especialmente por alguém conhecido, mas agora era tarde demais.



— Bulma? — Ele parecia surpreso. — O que você tá fazendo aqui?



— Ah, oi, 17... — Bulma tentou manter a calma. — Sua irmã também está por aqui?



— Não, só vim trazer um lanche pro meu pai. — Ele balançou um saquinho de papel pardo. — Ele não sai desse lugar por nada.



Ah, sim... Ele também é cientista, né? — Ela riu nervosamente, tentando disfarçar seu incômodo. Qualquer coisa para desviar o foco do fato de que estava na sede da empresa de Freeza.



— Sim... — Ele estreitou os olhos, estudando-a. — Acho que ele já trabalhou com o seu pai... Mas não deu muito certo. — Ele riu de leve, mas Bulma não conseguiu discernir o tom dele. Era irônico? Ameaçador? Ou apenas um comentário casual? — E você tá pegando o Vegeta, né?



O quê? — O rosto de Bulma corou na hora. — Claro que não!



— Tem certeza? — Ele sorriu de canto, quase provocando. — Não precisa mentir. Já vi como vocês se olham. É meio preocupante, pra ser sincero. Vocês praticamente se devoram com os olhos. Também não vejo outro motivo pra você estar aqui, a não ser... ele.



Ela sabia que teria que usar isso como desculpa. Não podia ser honesta com 17, nem com ninguém ali. Se soubessem a verdadeira razão de sua visita, não sabia o que poderia acontecer.



— Tá bom, vim fazer uma visitinha, mas... não conta pra ninguém, tá? — Ela riu, tentando parecer casual. — Sabe como a Vados é... haha.



— Não se preocupe, não vou me meter nisso. — Ele deu de ombros, como se não fosse nada. — Mas o Vegeta saiu agorinha. Não sei se vai demorar pra voltar.



— Ah, tá bem... Obrigada, 17.



— Enfim, tenho que ir. Boa sorte, Bulma. — Ele acenou, saindo sem mais perguntas.



Bulma soltou um suspiro profundo quando ele saiu de vista. Precisava ser rápida. Se Raditz ou Vegeta estivessem por ali, a arrastariam para fora do prédio antes que pudesse conseguir qualquer coisa. Com uma respiração trêmula, ela se aproximou da secretária, uma mulher de expressão rígida e aparentemente nada simpática.



Bom dia, — disse Bulma, tentando ser educada. A mulher não levantou os olhos, apenas continuou digitando no computador, ignorando-a completamente. — Bem... eu tenho um horário com o Freeza. — continuou Bulma, esperando atrair sua atenção.



Finalmente, a secretária parou o que estava fazendo e olhou para Bulma de cima a baixo, como se a estivesse avaliando.



Todos aqui têm um horário com o... Senhor Freeza, — disse a mulher, com ênfase no "Senhor". Bulma entendeu o recado imediatamente.



E qual é o seu nome, querida? — perguntou a secretária, com um tom falsamente doce.



— Bulma... Bulma Briefs,respondeu ela, com firmeza.



Assim que o sobrenome saiu de sua boca, a secretária congelou. Até as outras duas recepcionistas, que estavam atendendo outras pessoas, olharam para ela com os olhos arregalados.


—Briefs?  Me desculpe, senhorita Briefs, — a secretária imediatamente mudou de tom, seu rosto agora tenso. — O senhor Freeza já está lhe aguardando. Vou avisar que você chegou. Assim que ele der o sinal, eu aviso.



— Obrigada,disse Bulma, e foi indicada a esperar em uma área reservada.


Sentada ali, Bulma sentiu a mudança no ambiente. O ar estava carregado de tensão, e ela podia sentir o medo quase palpável exalando daquelas mulheres. Isso, por um lado, a incomodava, mas o tratamento mais gentil que recebeu... bem, esse era um dos privilégios de ter um sobrenome poderoso, ela pensava.

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⏰ Última atualização: Oct 04 ⏰

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