Nem quem ganhar ou quem perder, vai ganhar ou perder, vai todo mundo perder

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Dia 27, Paraná, Brasil

Olá, caros leitores. A situação está bem complicada. Esta noite nos escondemos em uma fazenda abandonada, mas parece que alguém está rondando por aqui. Estamos mantendo o máximo de silêncio para evitar um confronto direto, até porque, se for um Huscarl, ele está muito mais bem preparado do que nós. Enfim, me desejem sorte.

Dia 28, Paraná, Brasil

Olá, caros leitores. Hoje minhas habilidades de combate foram colocadas à prova e, sim, eu falhei. Neste momento, estou sendo tratado pelo nosso médico de campanha. Havia dois Huscarls. Um estava escondido, aguardando o segundo nos localizar. Quando conseguiram, não havia outra solução - a diplomacia não era uma opção. Dois contra dez, o resultado era óbvio. No entanto, os danos foram maiores do que imaginávamos. Fizemos o possível para proteger o diabético, já que uma ferida para ele é muito mais grave. No fim, tivemos alguns cortes, mas a mais prejudicada foi a Mizi. Está sendo difícil cuidar dela no meio do matagal, com tão poucos recursos. Nossa sorte foi o saque do posto, mas o azar da Mizi foi onde a facada pegou. Pelo menos, se ela sobreviver, agora terá um título imponente: Mizi, a Caolha.

Dia 29, Paraná, Brasil

Olá, caros leitores. Hoje foi um dia tenso. Mizi está se recuperando. O olho realmente foi atingido e ela está fervendo de raiva do Olaf, jurando que vai matá-lo de todos os jeitos possíveis - e ela é bem criativa quando se trata de vingança. O Marlon conseguiu convencê-la a irmos para Nova Germânia buscar abrigo e denunciar a invasão, embora eu ache que eles já saibam.

Com a morte dos Huscarls, conseguimos dois cavalos, uma espada, um machado, duas facas, água e comida. Um dos cavalos vai virar comida em breve. O outro, graças à criatividade sádica da Mizi, vai se tornar uma mensagem: será enviado de volta para Hedeby com as cabeças dos dois infelizes. Honestamente, achei genial.

Dia 30, Paraná, Brasil

Olá, caros leitores. O recado foi enviado, e agora estamos planejando a ida para Nova Germânia. Vamos por um caminho mais longo, mas mais discreto, pois não queremos ser surpreendidos por outros hurscarls. Mizi está muito determinada a voltar para atacar Hedeby, e decidiu ficar com o machado. Eu disse que a espada é mais eficiente, mas ela afirmou que o machado é mais imponente. O problema é que o machado é quase do tamanho dela, mas eu não ousaria mencionar isso.

Helena também ficou bem ferida. Ela teve uma perfuração no pé e está com dificuldade para andar. Me ofereci para ajudá-la, mas ela não respondeu, apenas virou as costas e foi pedir ajuda ao Maurice. Acho que entendi o recado.

Estamos bem abastecidos de comida, mas logo precisaremos de água. Torcemos para não encontrarmos mais nenhum confronto no caminho. Por hoje é isso. Até amanhã.

Dia 31, Paraná, Brasil

Olá, leitores. Temos um problema, e desta vez é algo bem peculiar: tem uma onça na nossa cola. Imagino que ela está atrás do cavalo. Como sabemos que é uma onça? Simples, ela esturrou. Esturrar é o som que a onça faz para marcar território, e é assustador, de verdade. Em São Paulo, eu tinha medo de canibais, mas ao ouvir esse barulho, entendi o que é medo de verdade. Encontramos uma toca no meio do mato e armamos algumas armadilhas. Agora, é esperar. Na pior das hipóteses, perderemos o cavalo. Já tínhamos decidido que ele não seria mais usado para alimento, pois descobrimos que um animal de tração é muito mais útil do que imaginávamos, e aqui há bastante mato para ele. Vale o gasto de água. Mas, entre viver ou ter um cavalo, eu prefiro viver, e todos concordam.

Dia 32, Paraná, Brasil

Olá, caros leitores. Ainda temos um cavalo, e aparentemente, a onça não está mais nos seguindo. Não ouvimos nada durante a noite; provavelmente, ela encontrou capivaras ou algum outro animal mais fácil de caçar. Analisamos o tempo que levaremos até Nova Germânia, e, no ritmo em que estamos, demoraremos cerca de doze dias. Isso porque estamos pegando um caminho mais longo e difícil, além de a maioria de nós estar debilitada.

Não quis tocar no assunto dos remédios com o biomédico. Parece que eles já têm um bom plano para isso. Ele mencionou que as frutas que encontramos pelo caminho ajudam a regular, e, como não entendo nada de medicina, confio no que ele diz.

Estávamos comentando como a ferida no pé prejudicou Helena. Parece que ela pratica algum tipo de luta, o que faz sentido, considerando a forma como tentou empalar o hurscarl com um galho seco. Embora não tenha matado, causou um bom estrago. Se fosse uma lança, com certeza teria matado. Talvez eu faça uma lança para ela quando encontrar algo que sirva. Acho que estou apaixonado.

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⏰ Última atualização: Oct 03 ⏰

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