Capítulo XI

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Ela tirou forças de um lugar que nem sabia que existia e, com um punhado de terra nas mãos, depositou-o sobre a testa de seu marcado, pronunciando as últimas palavras, enquanto rogava a todas as divindades para que aquilo funcionasse.

– Mãe Terra, absorva e retenha toda enfermidade, restabelecendo-lhe a saúde plena.

Quando a última palavra escapou de sua boca, tudo ao seu redor escureceu.

Três dias haviam se passado desde o incidente com as criaturas misteriosas, e o clã Uchiha nunca havia experimentado tamanho caos. Nem mesmo quando os irmãos brigaram pela liderança da alcateia houve tanto desespero.

Diversos lupinos foram feridos, mas, felizmente – ou talvez milagrosamente – ninguém havia falecido. Ainda assim, a incerteza e o medo pairavam sobre todos, acompanhados pela desconfiança no líder e sua marcada.

Já fazia muito tempo que ninguém ousava atacar aquele território, e sempre que algo ocorria, Sasuke conseguia conter qualquer ameaça com facilidade.

Então, por que agora, no dia da chegada de sua hime, aquilo aconteceu? Seria um mau presságio?

Os boatos corriam soltos, inflamando ainda mais o medo entre os membros da alcateia, pois ninguém sabia exatamente o que os havia atacado. E como se defender de algo desconhecido?

A população pressionava o conselho por respostas, ansiando por uma orientação. Queriam que seu alfa os tranquilizasse, que dissesse que tudo ficaria bem. Entretanto, desde o ocorrido, Sasuke não saía de casa e havia ameaçado qualquer um que tentasse removê-lo de lá.

O motivo?

Sakura ainda não havia despertado.

*

Desde o primeiro instante em que recobrou a consciência, uma única palavra ecoou em sua mente: Sakura!

Onde ela estaria? Estaria ferida?

Sasuke não se recordava de muitos detalhes além de uma explosão. Quando finalmente percebeu onde estava, notou que estavam no centro da alcateia, exatamente no local onde o luau em homenagem à hime havia ocorrido. Mas como chegaram até ali?

Ele se lembrava de estar na floresta, à procura de invasores. Sua mente estava confusa, girando, mas estranhamente seu corpo não sentia dor alguma, o que parecia ainda mais estranho.

Deixando essas dúvidas de lado, ele finalmente notou Sakura deitada ao seu lado no chão. Sentiu seu coração parar por um segundo.

Seu bem mais precioso estava ali, largada no chão, nua. Seus cabelos, antes cor-de-rosa, agora estavam sujos de terra e sangue, e seu corpo, coberto de feridas.

Ele viu tudo vermelho. O sharingan se ativou automaticamente enquanto ele ia até ela o mais rápido que podia.

Isso não podia estar acontecendo. Não com eles, não com seu amor.

Ele havia esperado tanto tempo para finalmente tê-la, e no primeiro dia juntos, ela fora ferida.

A culpa, o desespero, o medo e a raiva se entrelaçavam em sua mente enquanto ele hesitava em tocá-la.

Para seu alívio, ela ainda estava viva. Ele podia sentir o fio de ligação entre eles, mas ela estava gravemente ferida. O medo de machucá-la ainda mais o paralisava.

Aoda gritava em sua mente, prometendo vingança a qualquer um que tivesse feito isso com sua mulher. Enquanto isso, Sasuke a segurava nos braços com o maior cuidado que jamais soubera ter.

Sakura soltou um gemido de dor ao ser erguida, e ele a apertou contra si, deixando lágrimas silenciosas, que nem percebera estar segurando, rolarem pelo seu rosto.

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⏰ Última atualização: Oct 02 ⏰

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