𝐀𝐋𝐄𝐗𝐈𝐀 𝐏𝐎𝐕:
Acordei com a luz do sol filtrando pelas cortinas do meu dormitório, um sinal de que meu primeiro dia no UWC Atlantic havia chegado. O mar estava calmo, e o som das ondas parecia um convite à aventura. Levantei-me, sentindo um misto de nervosismo e excitação.
Enquanto me arrumava, olhei para o espelho. O uniforme estava impecável, mas a ansiedade me deixava inquieta. O que esperava encontrar na nova escola? Eu sabia que estava prestes a entrar em um mundo diferente, e isso me deixava tanto animada quanto apreensiva.
Saí do dormitório e segui em direção ao refeitório. O campus era bonito, com uma mistura de natureza e estruturas históricas que me encantava. À medida que me aproximava do refeitório, vi grupos de alunos conversando e rindo. Senti um frio na barriga. Como eu me encaixaria naquele ambiente?
Quando entrei, procurei um lugar para me sentar. Decidi me juntar a um grupo que parecia acolhedor, mas logo percebi que as conversas eram rápidas e eu mal conseguia acompanhar. O que eu realmente queria era encontrar alguém que pudesse me entender.
Logo, a professora de Introdução se apresentou. Sua energia era contagiante, e ao falar sobre a importância da diversidade e inclusão, percebi que tinha tomado a decisão certa ao vir para este colégio. Durante as apresentações, uma garota de cabelos cacheados, Leonor, se destacou. Ela parecia tão à vontade, tão autêntica.
Quando chegou a minha vez, respirei fundo e me levantei.
— Oi, eu sou Alexia. Sou nova aqui e estou animada para aprender com todos vocês — disse, tentando soar confiante.
Os olhares eram curiosos e simpáticos, mas eu ainda sentia um certo nervosismo. O resto da aula passou em um borrão de informações e rostos novos, e eu mal consegui absorver tudo. As vozes ao meu redor se tornavam cada vez mais familiares, mas a sensação de ser a nova garota ainda pairava sobre mim.
No intervalo, decidi dar uma volta pelo campus. Enquanto caminhava, encontrei uma área tranquila perto do mar, onde a brisa fresca acalmou meus nervos. Assim que me sentei em um banco, pensei em como queria que Leonor estivesse ali para conversar. Mas então lembrei que ela estava em outra turma, e isso me deixou um pouco desapontada.
Com o tempo, voltei para a sala e, ao sentar-me, percebi que Leonor estava na mesa ao lado. Ela me lançou um sorriso largo, e isso me fez sentir um pouco mais conectada. Ao longo do dia, conversas começaram a fluir, e eu senti que estava começando a me integrar aos poucos.
Na última aula, a professora nos desafiou a pensar sobre nossos sonhos e como poderíamos contribuir para um mundo melhor. Senti uma onda de inspiração me invadir. O que eu realmente queria fazer? A ideia de me tornar parte de algo maior parecia cada vez mais próxima.
O sino soou, sinalizando o fim do dia. Saí da sala com uma sensação de realização. Apesar dos nervos, havia algo mágico naquele lugar. Senti que as dificuldades eram apenas o começo de uma jornada emocionante.
Enquanto caminhava de volta ao dormitório, olhei para o céu, agora tingido de laranja e rosa. O primeiro dia foi desafiador, mas também repleto de oportunidades. Eu estava pronta para essa nova fase e ansiosa para descobrir o que mais o UWC Atlantic tinha a oferecer.
Ao chegar ao dormitório, uma sensação de alívio me envolveu. O dia havia sido intenso, mas também repleto de momentos que me fizeram sorrir. Sentei-me na cama, olhando ao redor. Os outros alunos ainda estavam se acomodando, e o ambiente parecia vibrar com a energia do primeiro dia.
Decidi ligar para minha melhor amiga de casa, Viktoria. Precisava compartilhar como tudo havia sido. Após alguns toques, sua voz animada ecoou no meu celular.
— Alexia! Como foi? — perguntou, a excitação transparecendo.
— Foi... incrível e assustador ao mesmo tempo. O colégio é lindo, e as pessoas são bem legais. Mas eu ainda me sinto um pouco deslocada — confessei.
— Isso é normal! Todo mundo se sente assim no começo. Você vai encontrar seu lugar — respondeu ela, com confiança.
Fiquei mais tranquila ao ouvir suas palavras. Conversamos sobre as novidades de casa, e sua energia positiva me fez sentir como se estivesse um pouco mais perto de casa.
Depois da ligação, decidi explorar o dormitório. Encontrei algumas garotas conversando sobre a aula de arte, e, impulsionada pela coragem que ganhei ao falar com Viktoria, me aproximei.
— Oi, eu sou Alexia. Posso me juntar a vocês? — perguntei, tentando soar descontraída.
Uma delas sorriu e me acenou para sentar. Elas começaram a falar sobre os projetos de arte que estavam desenvolvendo, e, ao ouvir a paixão em suas vozes, senti uma conexão instantânea. Esse era um ambiente onde eu poderia ser criativa e me expressar.
Com o passar das horas, fiz amizade com algumas garotas, e elas me convidaram para um encontro no refeitório mais tarde. O convite foi um alívio; finalmente, eu estava começando a me integrar.
No caminho para o refeitório, encontrei Leonor. Ela estava cercada por amigos, mas me viu e se aproximou.
— E aí, como foi seu primeiro dia? — perguntou, com um brilho nos olhos.
— Foi desafiador, mas estou me sentindo melhor agora. Fiz algumas novas amizades — respondi, sorrindo.
— Isso é ótimo! Estou ansiosa para ouvir tudo. Estou em outra turma, mas prometo que vamos nos encontrar sempre que pudermos — disse Leonor, sua energia positiva me contagiando.
Assim que entrei no refeitório, a atmosfera era vibrante. Alunos de diferentes países conversavam, riam e compartilhavam suas histórias. Sentei-me com as garotas que conheci mais cedo e logo a conversa fluiu. Falei sobre minha vida, meus interesses e até sobre como sentia a pressão de ser uma “princesa”.
— A gente é mais do que rótulos — disse uma delas, com um olhar compreensivo. — Aqui, somos todos iguais. Você vai se sentir livre para ser quem realmente é.
Essas palavras ressoaram dentro de mim. O peso que eu carregava parecia diminuir. O jantar foi cheio de risadas, e ao olhar ao redor, percebi que estava realmente começando a me sentir em casa.
Após o jantar, algumas garotas sugeriram assistir a um filme no salão comum. O convite foi mais um passo para solidificar essas novas amizades. Aceitei animadamente, e a noite terminou com risadas e discussões sobre filmes, sonhos e planos para o futuro.
De volta ao meu dormitório, um sorriso involuntário surgiu em meu rosto. O primeiro dia no UWC Atlantic foi tudo o que eu poderia ter desejado e mais. Eu ainda tinha um longo caminho pela frente, mas agora sabia que não estava sozinha.
A nova vida que me aguardava estava cheia de possibilidades, e eu estava pronta para abraçar cada uma delas. Com a luz do luar filtrando pela janela, deitei-me na cama, cheia de expectativa pelo que viria a seguir.
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Las Princesas
RandomO ano é 2021, quando duas princesas muitos famosas vão estudar no colégio de Gales UWC Atlantic. Leonor de Bourbon y Órtiz da Espanha e Alexia Van Oranje da Holanda.