diário de poemas

outubro

Outubro

Outubro, pior mês da minha vida,
Me faz lembrar
O quanto odeio despedidas,
Ainda vejo flores lindas
Mas nenhuma cura ferida.
Também o principal motivo
De ter iniciado na poesia,
Pois quando a alma grita
E o coração chora
Essa é a forma mais linda
De ser artista.
Quando tudo começou?
Em um sofá na sala,
Televisão ligada
Passando altas risadas,
Pobre garotinha,
Nem sabia oque elas escondiam.
Lembro do tiro ao alvo,
Tu segurava meu braço
Enquanto me ensinava da vida
E ao mesmo tempo da mira.
Era sua princesinha,
Todos os meus gostos fazia,
Me abraçava apertado,
Fazia me esquecer
Dos perigos ao lado.
Dia das crianças chegando,
Com seu bom coração
Sempre outros ajudando,
Foi se despedir de sua garotinha
E mal sabíamos
Que nunca mais nos veríamos.
Em uma madrugada fria
Enquanto esperava espalhar alegria,
Também lentamente morria,
Mal todos sabiam que tu
Nunca mais acordaria.
Rápido se espalha a notícia,
Perdi uns dos homens
Que eu mais amava na vida,
Pela primeira vez fui
Incapaz de ir no enterro,
Só queria que o tempo voltasse atrás,
Já era tarde de mais.
Mentiras me contaram,
Pois era muito nova para entender,
Em cada conquista,
Até mesmo feita da surdina e
Data comemorativa,
Me apoio no travesseiro
E desabo a chorar,
Tentando encontrar mil maneiras
De mais uma vez te abraçar.
O tempo passa, ainda como você
Escondo minha dor com risadas,
Tento me destrair e
Falo sem parar na intenção
Da dor não lembrar.
Algo mudou, depois de anos
O quebra cabeça se encaixou,
Sim eu fui a culpada
Pela aquela noite que me deixou,
Ou pelo menos me sinto,
Sei que nem sabia
Oque eu estava fazendo,
Ou aumenos entendia.
Tava cuidando de mim
Quando você que realmente
Precisava ser cuidado,
Finalmente percebi que eu fui um fardo
E mesmo assim me fazia sentir amada,
Como se eu não fosse um erro
Que lhe acabava, desgastava
Mas acima de tudo lhe amava.