Correndo Até Você.

até onde está disposta a ir ?

Até o final.

Ao sair da casa dos meus pais aos gritos dos ambos, não estava destruindo minha vida, sei disto.

Entro no carro, onde tinha colocado minha única bagagem no porta-malas, o motorista deu partida com pressa, não o me admiro, também tenho medo de meus pais.

Fazia dois meses que havia ganhado minha tão sonhada oportunidade de estudar artes, e não deixaria que colocassem um dedo nisto, trabalhei incansavelmente até poder ter o dinheiro o suficiente pra poder me dedicar a procurar emprego na pequena cidade aonde ficaria.

É algo tão estranho, se despedir de algo tão comun, enquanto via o trajeto pro aeroporto, meu coração parecia se despedir de toda dor e pressão, me senti mais livre e menos tensa, sorri ao perceber isto.

Sou filha mais velha, 20 anos não é tão velho, mas também não tão novo, em uma casa com 7 irmãos, você não tem decisão a não ser mãe deles, e ficava feliz ter o apoio de todos pra finalmente viver minha vida, longe, bem longe deles.

Arrumei meu coque desarrumado, meus cabelos liso agora todo despenteados estava um horror, conferir novamente o horário, o portão, a poltrona, o tempo, o clima, o horário estimado que chegaria Irlanda.

Mal sabia falar inglês direito, mas quem disse que isso era necessário? Em um mundo tão moderno, a escola aonde sempre sonhou, finalmente tem um professor que falava sua língua, e ainda mais animada em saber que ganhará a bolsa totalmente da escola pela a sua dedicação, e ainda lhe ajudaram a achar uma casa, por mais simples que fosse, era sua, comprou com sua dedicação.

Iria poder finalmente ver as cores que tanto sonhou em pintar em uma tela, poderia finalmente viver, viver a minha vida, não a dos outros.

Em questão de segundos, já estava entrando no estacionamento do aeroporto, com um frio na barriga, um medo e uma decisão super difícil,  esperou que parasse o carro, pegou sua bagagem, pequena e simples, porém era dela, e tinha orgulho disto, então, entrou.

Foi diretamente ao salão principal e avistou a fila pra confirmar, logo fez todo o processo, um pouco atrapalhada, pois era sua primeira vez ali, logo foi encaminhada ao portão de entrada, que dava acesso ao avião,  se virou pro lado, uma esperança morta de ver alguém que conhecia, balançou sua cabeça em negação e foi rumo ao avião.

Respirando fundo, coloquei o sinto, sabia que estava com medo, tremendo de medo, mas não tive muitas escolhas a não ser tomar um remédio pra dormir e rezar pra dar certo, e deu, adormeci logo em seguida.

Fui acordada pela a moça do avião, me chamando gentilmente enquanto tocava em meu ombro, acordei um pouco tonta, mas logo abri um sorriso, estava finalmente ali, me levantei um pouco grogue, desci e fui guiada diretamente ao local aonde estaria minha bagagem, retirei a minha e fui em direção ao portão de saída, estava nervosa, vi que estava escurecendo pela a janela, e se ninguém vinhesse me buscar ?

Minhas orações foram atendidas ao ver uma garota de cabelos escuros e cacheados, segurando uma placa aonde dizia " Madeline Oliveira " , me aproximei um pouco nervosa, sabia que minha aparência estava um caco, ela me olhou desconfiada e logo veio até mim.

- Madeline? - perguntou baixinho, pra caso não ser frustrante não ser eu.

- prefiro maddie, por favor.