Medo de água

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Depois de garantir que o Scott fosse ficar bem, Charlie e eu voltamos para o hotel. Durante todo o caminho não pude deixar de pensar no que o Derek disse sobre ter mordido a mãe da Alisson, ele é um alfa agora, isso vai causar um problemão, eu posso sentir.

— O que você acha que os Argent vão fazer agora que a Victória foi mordida? — Perguntei assim que Charlie e eu entramos no quarto e ela trancou a porta.
— Eu não os conheço então não posso ter certeza. Mas… tenho certeza que o que for, não vai ser bom.
— É, eu concordo… imagino como a Alisson vai reagir ao descobrir! — Isso vai contra todos os ideais da família dela, talvez assim finalmente dêem permissão para que ela e o Scott voltem.

Enquanto me trocava no banheiro lembrei de uma mensagem que Stiles tinha me mandado mais cedo naquele dia. “O que você vai dar de presente de aniversário para a Lydia?”. Segundo ele o aniversário da Lydia era sempre a festa mais badalada do colégio, todos sempre iam, era sempre o evento do ano, disse que normalmente ela não distribuía convites, todos sabiam quando seria, e segundo ele era depois de amanhã, eu não fazia ideia do que dar a ela… é a Lydia! Ela tem tudo que possa querer.

— Ô Charlie! O que você dá de presente para alguém que já tem de tudo? — Sai do banheiro enquanto terminava de vestir a parte de cima do pijama.
— Hm… difícil dizer… Pra quem é o presente?
— Lydia Martin, a garota mais popular do colégio. Depois de amanhã é o aniversário dela, e eu não sei o que dar!
— Você pode tentar dar algo que tenha certeza que ela não tem. Alguma coisa rara… que não se encontre no shopping! Com seus poderes de volta algumas portas se abrem. — Ela disse. — Tá com fome? Ainda tem pizza no frigobar.

Liguei para o meu pai enquanto comia, foi meu tio quem atendeu, meu pai estava no banho mas logo depois apareceu e pudemos conversar. Eles disseram que estavam bem, e que talvez não demorassem a voltar, acontece que notaram que em Baltimore o número de animais de estimação tinha triplicado, eles acham que skinwalkers estão executando um plano antigo que acharam ter sido destruído a muitos anos. Que loucura.

Alguns minutos depois fui para a cama, mas continuei pensando no conselho da Charlie, realmente sendo um Nephilim posso conseguir coisas que nenhuma outra pessoa poderia, e com a ajuda certa tudo pode ser possível. De repente eu tive uma ideia, e sabia quem poderia me ajudar.

O dia seguinte foi um feriado, então teria muito tempo para executar meu plano. Peguei algumas ervas do estoque deixado pelos rapazes, e algumas outras coisas, entre elas o que menos gostei, um pouco de sangue, desenhei alguns sigilos no chão do quarto, acendi um fósforo dentro da tigela com os demais ingredientes e voilá!

— Honestamente de todas as pessoas que imaginei que pudessem me invocar um dia, você não estava na lista! — Disse ele, Crowley, rei do inferno, ou também meu padrinho. — Diga, o que houve?
— Bem… é que eu preciso de ajuda com uma coisinha, nada como da última vez! É mais fácil que lutar contra um arcanjo de um mundo pós-apocalíptico.
— Podia ter ligado, ou mandado uma mensagem, essas coisas que humanos e adolescentes fazem hoje em dia! Rituais de invocação estão um pouco fora de moda, sabe?
— Eu não tenho seu número. — Sorri enquanto recolhia os materiais da invocação.
— É, imaginei… — Ele revirou os olhos. — Diga, o que minha afilhada favorita precisa?

Contei a ele sobre todo o conceito das festas da Lydia, ou pelo menos tudo que Stiles me disse sobre elas. E contei sobre minha ideia de presente, depois do ataque do Peter semanas atrás, Lydia ficou muito abalada (não é pra menos) e minha ideia era dar a ela algo que servisse como um amuleto, apesar de ter certeza que ela não acredita nesse tipo de coisa. Meu plano era dar a ela um colar de uma pedra vulcânica, mas não qualquer pedra, uma pedra vulcânica azul, ou Larimar como também é conhecido, esculpido em forma de meia lua.

A Nova Winchester: Entre lobos e caçadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora