A Nova Winchester: Entre lobos e caçadores

Baile

[...] Kate aumentou os volts da caixa de energia conectada a Derek, ele gritava enquanto a corrente elétrica percorria seu corpo e eu não podia fazer nada para impedi-la sem dar na cara de que lado eu estava.

— O que está fazendo? isso vai matá-lo! — Alisson disse preocupada e assustada.
— Ah qual é, não vai vir com ética pra cima de mim! — Kate debochou. — Olha sua amiga, ela está aproveitando bem o show.
Eu não conseguia desviar os olhos, se Derek não estivesse tão concentrado na própria dor que o impedia de se transformar, ele certamente ouviria meus batimentos acelerados.

— O que ele é? — Alisson perguntou.
— Um transmorfo… — Kate deu de ombros sentada ao lado da mesa onde estava a caixa de energia. — licantropo…
— Um lobisomem! — Eu disse tentando manter minha voz o mais neutra possível.

Kate riu e assentiu.

— Pra mim ele é só um animal estupido. — Ela disse aumentando outra vez a voltagem dos choques.

Ela se aproximou dele, e por um momento eu paralisei, imóvel atrás da Alisson enquanto ela dava um passo à frente.

— Tá vendo isso aqui? São caninos, as famosas presas. — Kate disse afastando o lábio inferior de Derek. — Servem para cortar e dilacerar carne, não é algo que se encontre em herbívoros inofensivos não é?
— Eu posso…? — Não consegui falar muito, mas dei a entender que queria me aproximar, e ela me permitiu, dando as costas e explicando a Alisson sobre a hierarquia dos lobisomens e os outros 2 lobisomens que “estávamos” caçando.

Me aproximei dele, ainda tentando parecer o mais “caçadora” possível, subi na grade onde ele estava preso e puxei seu cabelo para levantar sua cabeça inconsciente e fazê-lo olhar para mim.

— Ei! Tá me ouvindo? — Sussurrei, ele abriu levemente os olhos, tomei isso como um “sim”. — Primeiramente, você é um idiota!

Olhei para trás para ver se Kate ainda estava com toda a sua atenção voltada para Alisson.

— Eu vou tirar você daqui… mas não agora, ok? Tenta aguentar um pouco mais. — Ele me olhou de uma forma que imaginei ser um silencioso “Falar é fácil”. — Só tenta aguentar, vou bolar algum plano.

Me afastei dele e Kate nos guiou de volta para a parte de fora da sala.

— Quando eles iam me contar!? — Alisson perguntou, ainda atordoada com tudo que descobriu em uma única noite.
— Eles ainda não decidiram se vão contar pra você… — Kate começou. — honestamente acho uma bobagem, eles acham que você não vai dar conta e vai correr como uma garotinha assustada, mas olha pra Isabella… se aproximou da criatura e o olhou nos olhos sem medo. Vocês duas são jovens e tem muito potencial, eu sei, mas seu pai não tem certeza.
— Você sabia de tudo isso? — Alisson me perguntou. E não pude evitar sentir meu estômago revirar. Assenti lentamente.
— Você disse que queria se sentir mais poderosa. Essa é sua chance.

Caminhamos para fora daquele lugar enquanto Kate orientava Alisson a continuar vivendo a vida de uma adolescente normal que não sabe sobre nada disso, e dizia que ela a ajudaria a pegar o segundo beta. Voltamos para o carro, pedi a ela que me deixasse próximo ao hotel, imaginei que ir com as duas até a casa do Scott não seria uma boa ideia.

Do lado de fora olhei em volta e percebi que o Impala não estava lá, o que queria dizer que um dos rapazes tinha saído, talvez os dois… então resolvi perguntar na recepção, a moça que estava cuidando dos checkins no momento me contou que só “o mais baixo” dos rapazes tinha saído, no caso meu pai. Mesmo assim, segui em direção ao quarto deles onde meu tio estava.

— Oi tio! — Eu disse enquanto entrava.
— Oi! Você tava com o Stiles até agora? — Ele guardou o celular e sentou na mesa comigo.

Contei a ele o que tinha acontecido, sobre Scott ter sumido do nada, sobre Kate, Alisson, e principalmente sobre Derek. Meu pai que tinha ido comprar comida e levar milagre para dar um passeio de carro voltou enquanto conversávamos e contei a ele o mesmo. Depois do jantar eu voltei para o meu quarto, mas mal consegui pregar o olho outra vez, só conseguia pensar em como eu poderia tirar Derek de lá sem que descobrissem que fui eu.