All I Want - Bucky Barnes

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"Então, você trouxe à tona o melhor de mimUma parte de mim que eu nunca tinha vistoVocê pegou minha alma e a purificouNosso amor foi feito para as telas de cinema"

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"Então, você trouxe à tona o melhor de mim
Uma parte de mim que eu nunca tinha visto
Você pegou minha alma e a purificou
Nosso amor foi feito para as telas de cinema"

***

Estamos deitados na grama molhada, o som suave do vento sussurrando entre as árvores, trazendo consigo o cheiro distante de chuva. Eu sinto o frio úmido se espalhando pelas minhas costas, mas não me mexo. Ele também não. É como se estivéssemos presos nesse momento, ambos com medo de que, se nos movermos, tudo se quebre. Eu queria poder congelar o tempo aqui. Eu queria que ele me deixasse segurar seu sofrimento, absorver sua dor. Mas Bucky... Bucky sempre foi mais do que qualquer um poderia carregar.

A mão dele está entrelaçada à minha, e mesmo no seu toque silencioso, sinto uma pressão gentil, como se ele estivesse dizendo algo que suas palavras nunca poderiam expressar. O céu acima de nós começa a se tingir de tons rosados, laranjas e roxos, o sol se pondo lentamente, arrastando o dia para longe com uma calma cruel. Eu observo as nuvens mudando, se dissipando como se o universo estivesse conspirando para que o dia terminasse sem nós. E eu não estou pronta para isso. Não estou pronta para que esse momento acabe.

As cicatrizes dele, invisíveis para qualquer um que não o conheça, parecem mais profundas agora. São os momentos como esse, em que ele se afasta, mesmo estando tão perto, que me fazem sentir como se estivesse perdendo uma batalha que nunca pedi para lutar. Seus olhos estão fixos no horizonte, mas eu sei que ele não está realmente vendo o que está à nossa frente. Ele está preso em algum lugar distante, um lugar que eu não posso alcançar, por mais que tente.

Eu me viro levemente para ele, buscando seu rosto, querendo entender o que passa por trás daqueles olhos que me atraem e me afastam ao mesmo tempo.

— O que você está pensando? — Minha voz sai baixa, quase como uma prece. Eu nunca espero realmente que ele me responda. A resposta dele é sempre a mesma: o silêncio. O tipo de silêncio que fala mais do que qualquer palavra.

Mas desta vez, ele se move um pouco, seus olhos desviando do horizonte e pousando sobre mim. Há uma vulnerabilidade neles que me faz respirar fundo. Não são os olhos de um soldado. Não são os olhos do assassino que ele foi forçado a ser. São os olhos de alguém perdido, tentando desesperadamente se agarrar a qualquer coisa que o mantenha à tona.

— Eu fico pensando se tudo isso vale a pena — ele diz, finalmente. Sua voz é rouca, desgastada pelo peso das coisas que ele carrega. — Se eu valho a pena.

Meu coração aperta no peito, e sinto como se o ar ao meu redor estivesse se esvaindo. Ele sempre volta para isso. A dúvida. O peso insuportável de não se sentir merecedor de nada. De não se sentir digno de redenção, de amor, de paz. E eu tento, todos os dias, mostrar a ele que sim, ele vale a pena. Que não é o que ele fez no passado que define quem ele é agora. Que eu o amo de todas as formas possíveis, mesmo que ele não consiga ver isso.

— Bucky — sussurro, puxando sua mão para mais perto de mim, segurando-a contra o meu peito, tentando de alguma forma passar meu amor por meio desse toque. — Você é mais do que tudo isso. Eu não me importo com o que aconteceu antes. Não importa o que você fez. O que importa é quem você é agora. O que importa é o que nós temos agora.

Ele fecha os olhos por um momento, sua expressão endurecida, como se estivesse tentando bloquear minhas palavras, como se aceitar isso fosse mais doloroso do que qualquer coisa que já tenha vivido. Eu sei que, para ele, se permitir sentir algo bom, se permitir ser amado, é um desafio maior do que enfrentar qualquer inimigo. É uma batalha interna, uma guerra que ele luta todos os dias.

— Eu não sei se posso — ele murmura, os olhos ainda fechados. — Não sei se consigo ser essa pessoa que você vê em mim.

— Você já é — respondo, sem hesitar. — Você já é essa pessoa. Mesmo quando você não acredita, eu acredito por nós dois.

O silêncio cai entre nós novamente, mas desta vez, não é o silêncio vazio de antes. Há algo mais aqui, algo mais profundo. O céu acima de nós escurece lentamente, e as primeiras estrelas começam a aparecer, brilhando tímidas no vasto azul escuro. Eu fico observando, tentando não deixar as lágrimas que ameaçam meus olhos caírem. Não quero que ele me veja chorar. Ele já carrega tanto, e eu não quero ser mais um fardo.

— Você já reparou como as estrelas parecem mais brilhantes quando estamos assim, deitados, em silêncio? — digo, tentando quebrar a tensão, tentando nos manter aqui, nesse espaço, onde o resto do mundo parece distante.

Ele não responde, mas seus dedos se apertam levemente em torno dos meus, como se estivesse me dizendo, sem palavras, que está ouvindo. E é isso que sempre foi com Bucky. Pequenos gestos, pequenas faíscas de esperança no meio da escuridão.

O tempo passa devagar, o mundo ao nosso redor continua a se mover, indiferente ao que estamos sentindo. E tudo o que eu queria era poder parar tudo. Fazer o tempo congelar, aqui e agora, para que ele nunca precisasse lidar com mais nada. Para que nós nunca precisássemos enfrentar as sombras que sempre parecem nos cercar.

Mas eu sei que isso não é possível. Sei que, eventualmente, ele vai voltar para o lugar escuro onde sua mente o leva, e eu só posso rezar para que ele sempre encontre o caminho de volta para mim. Mesmo que, às vezes, ele pareça longe demais.

— Eu ficaria aqui para sempre, se pudesse — digo baixinho, mais para mim mesma do que para ele. Mas ele ouve. Ele sempre ouve.

— Eu sei — ele responde, finalmente. Sua voz é um sussurro, cheia de algo que eu não consigo definir — talvez tristeza, talvez aceitação. Talvez ambos.

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