Rio de Janeiro, meses atrás
Antonia acorda sonolenta no meio da noite, se ainda estava escuro era sinal de que o dia ainda não tinha chegado, pensou. Sentou-se na cama coçando os olhinhos, nunca teve um sono leve e fazia tempo que não tinha pesadelos que a fizessem levantar assustada, então como e porquê despertou?
Observou o ambiente quase escuro iluminado apenas pelo abajur de Alícia do outro lado do quarto e só então entendeu o que a havia acordado, eram soluços de um choro baixinho, vinham da irmã que estava encolhida como uma bola na cama gigante.
- Lili? - chamou, porém a mais velha não a respondeu, levantou devagarzinho e chegou mais perto olhando curiosa - Lili, você tá chorando?
Alícia não respondeu, apenas acenou por debaixo do cobertor
- você tá dodói? Quer que eu chame as mamães? - perguntou Antônia preocupada recebendo um "não" baixinho em resposta
- foi um sonho ruim? Quer um abraço? - a mais velha não respondeu, o suficiente para que ela entendesse como sim e deixasse um abraço na bola de edredom que a irmã formava em torno de si
Contrariando a negativa de Alícia, Antônia se levantou e foi até o quarto das mães não esquecendo de bater na porta, sabia que não era permitido invadir o ambiente sem permissão.
Deu uma batida... duas batidas e a porta destrancou. Era Rebeca que a recebia com uma cara inchada de sono.
- oi amor, tá tudo bem? São... 03:47 - diz olhando o relógio - por que está acordada?
- Alícia tá chorando, mamãe... ela não quer falar o que aconteceu - Rebeca estranhou, desde que a menina havia chegado há alguns meses poucas foram as vezes que ouviram seu choro e quando ocorria geralmente estava relacionado a alguma dor ou machucado leve.
- certo, vou lá ver o que aconteceu, você vem comigo ou quer ficar aqui dormindo com a mamãe?
- eu vou, mamãe... - respondeu indo antes mesmo de Rebeca ao próprio quarto
- Alícia, o que aconteceu, meu amor? Está se sentindo mal? Quer conversar comigo? - Rebeca pergunta fazendo carinho nos cachos da criança que agora soluçava mais baixo
- eu tenho medo de você ficar chateada comigo...
- filha, você pode ficar a vontade pra compartilhar seus sentimentos sempre que quiser, nem eu nem a mamãe mone, vamos te julgar ou ficar chateadas com você... se foi alguma besteirinha que você fez nós só vamos conversar... somos sua família e te amamos, nada muda isso, meu amor...
- eu sonhei com a vovó Neusa e fiquei com saudades dela... - falou chorando mais ainda
De todos os familiares que tinha a avó de Alícia foi a única responsável por lhe dar amor, a criou desde os quatro anos quando a genitora se perdeu completamente no mundo das drogas. Além de ter enfrentado muito descaso nos últimos meses, a perda da avó ainda era uma questão que precisava e estava sendo trabalhada pela psicóloga que a acompanha.
- tá tudo bem, Lili, a sua vovó virou uma estrelinha igual o meu vovô, não é mamãe? - respondeu Antônia
- eu sei mas eu queria ver ela - diz chorando e se jogando no colo de Rebeca que estava sentada em sua cama
- a mamãe sabe que você tá com saudades e que as vezes a saudade pode doer tanto tanto que aperta seu coraçãozinho, mas olha você ainda tem suas memórias da sua vovó, e garanto que toda vez que você pensar bastante você pode encontrá-la nos seus sonhos - Rebeca lhe falou e a criança apenas assentiu, diminuindo as lágrimas.
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Comunicado (rebiles)
Fiksi PenggemarOnde Simone descobre uma gravidez inesperada e questiona todo o seu futuro ou Onde Rebeca descobre que há muitas maneiras de se formar uma família ATENÇÃO: Essa história possui conteúdo fictício criado com objetivo de entretenimento entre fãs, nenh...