cap 1

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Daemon não era um homem paciente. No entanto, ali estava ele, esperando por mais de um ano que Rhaenyra mudasse de ideia. Fazia um ano desde a morte de Laenor e dois desde a de Laena, e agora, eles deveriam estar juntos. Eles dividiam camas, trocavam promessas sussurradas sob o manto da escuridão, mas Rhaenyra ainda não havia concordado com o casamento.

Seu irmão, Viserys, era implacável, constantemente o incitando a encontrar uma noiva ômega adequada, desfilando pretendentes de todo o reino diante dele. Mas Daemon não tinha interesse nelas — seu coração pertencia somente a Rhaenyra. Como um príncipe de Westeros, esperava-se que ele se estabelecesse e produzisse mais herdeiros, mas Daemon estava no fim de sua paciência, lutando para encontrar uma maneira de convencê-la.

Ela estava hesitante por causa da desaprovação do pai? Ou pior, outra pessoa havia chamado sua atenção? O pensamento do último o atormentava, um medo do qual ele não conseguia se livrar.

Inquieto e incapaz de dormir, Daemon saiu de seus aposentos bem depois da meia-noite, esperando que o ar frio da noite limpasse sua mente. Ele vagou pelos corredores mal iluminados, perdido em pensamentos, até que um barulho repentino chamou sua atenção. À sua frente, Aegon Targaryen, parecendo completamente desgrenhado, estava saindo furtivamente dos aposentos de Aemond. Seu cabelo prateado estava desgrenhado, e ele estava descalço, tentando passar despercebido — até que viu Daemon observando-o.

“Tio,” Aegon disse, surpreso, parando no meio do caminho. “O que te mantém acordado a essa hora?” Ele caminhou em sua direção, um sorriso brincalhão nos lábios.

Agora que Aegon estava mais perto, Daemon conseguia distinguir os detalhes mais finos da aparência do sobrinho — o cabelo desgrenhado, o leve rubor nas bochechas e o leve cheiro de sexo pairando sobre ele. Não foi difícil juntar as peças do que havia acontecido.

Daemon inclinou a cabeça levemente, seus lábios se curvando em leve diversão, embora não houvesse calor por trás disso. "Não consigo dormir", ele respondeu friamente, seu olhar nunca deixando o de Aegon. "Embora eu veja que você encontrou uma maneira de passar o tempo."

Aegon deu de ombros, despreocupado. “Não é o que você pensa,” ele disse, embora seu sorriso o traísse.

Daemon levantou uma sobrancelha, se aproximando, sua voz caindo para um tom baixo e zombeteiro. "Ah? Então não foi um encontro tarde da noite com seu irmão?" Ele se inclinou, sentindo o doce aroma do ômega pairando no ar. "Ou talvez vocês estivessem tendo uma conversa profunda e significativa sobre... laços entre irmãos?"

Aegon revirou os olhos, sua irritação mal disfarçada. “Por que você se importa, tio? Vá desperdiçar seu charme com Rhaenyra — oh, espere,” ele sorriu, a provocação afiada, “ela não dá a mínima para você, dá?”

Ele se virou para sair, mas a mão de Daemon disparou, agarrando seu pulso com firmeza.

Aegon congelou, sentindo o calor do toque de Daemon contra sua pele. Ele levantou os olhos para ele como se o desafiasse.

Daemon apertou ainda mais o pulso de Aegon, sua voz caindo para um murmúrio perigoso. “Você sabe dos rumores que ouvi da minha querida amiga Mysaria? Que seu amado irmão Alfa se recusou a se casar com você. E ainda assim aqui está você, saindo furtivamente da cama dele, como um brinquedo usado.” Seu olhar escureceu, as palavras pingando desdém. “Se importa em explicar?”

Aegon ficou tenso, encontrando os olhos de Daemon com desafio, seu sorriso vacilando por apenas um momento antes de retornar. “O que te importa, tio? Você tem perseguido Rhaenyra por anos. E onde isso te levou?”

A tensão entre eles pairava espessa no ar, o pulso de Aegon acelerando conforme Daemon se aproximava. Seu aperto permaneceu firme, mas não doloroso, um lembrete da dinâmica de poder entre eles.

“Você está certo,” Daemon respondeu, sua voz calma, quase divertida. “Mas diferente de você, eu não deixo a rejeição me definir. Talvez você devesse aprender uma lição com isso, sobrinho.”

Os olhos de Aegon brilharam, a provocação cravando-se em sua pele. "Rejeição?", ele zombou, puxando seu pulso livre do aperto de Daemon. "Eu não sou rejeitado. Aemond e eu..." Suas palavras falharam, e por um momento, algo cintilou em sua expressão, algo que Daemon imediatamente percebeu.

“Aemond e você... o quê?” Os lábios de Daemon se curvaram em um sorriso zombeteiro. “Foder atrás de portas fechadas não o torna seu, sobrinho. Isso o torna conveniente.”

A mandíbula de Aegon se apertou, sua fachada de confiança descuidada começou a rachar. “Você não sabe nada sobre mim e Aemond.”

Daemon soltou uma risada suave e condescendente. “Eu sei o suficiente. Você está ansiando por um Alfa que claramente vê você como nada mais do que um brinquedo. E aqui está você, defendendo-o, como se isso mudasse alguma coisa.”

Aegon deu um passo à frente, o desafio em seus olhos queimando mais forte. “O que você sabe sobre qualquer coisa, tio? Você está esperando pelos restos de Rhaenyra há anos. Você está tão desesperado quanto eu.”

O sorriso irônico de Daemon desapareceu, substituído por um olhar frio e calculista. Ele diminuiu a distância entre eles, sua presença subitamente avassaladora. "Talvez eu esteja", ele sussurrou, sua respiração quente contra o ouvido de Aegon. "Mas, diferente de você, não estou contente em esperar. Eu pego o que eu quero."

Os lábios de Aegon se separaram, uma réplica na ponta da língua, mas ele engoliu. “O que você está dizendo, tio?” Sua voz estava mais baixa agora, misturada com curiosidade e apreensão.

A mão de Daemon deslizou pelo braço de Aegon, dedos traçando a linha de sua mandíbula. "Estou dizendo", ele murmurou, "que você e eu queremos algo — ou alguém — que não podemos ter."

Aegon estremeceu levemente sob seu toque, mas não se afastou. “E sua solução é qual, exatamente? Fazer um show disso?”

O sorriso de Daemon retornou, predatório agora. “Por que não? Se Rhaenyra não pode me ver, e Aemond não vai te reivindicar, então vamos fazê-los assistir. Vamos ver o quão ciumentos eles ficarão quando perceberem que tomamos as coisas em nossas próprias mãos.”

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