Olhos Verdes: Castiel.

7 1 0
                                    

Castiel estava decidido, iria ficar com alguém naquela festa. Aquele tipo de ambiente definitivamente não fazia seu tipo de lugar, mas por alguma razão, Gabriel havia o feito para esse lugar.

Ele não gostou muito da ideia de ficar com outras pessoas, mas nos últimos dias ficou muito obcecado por alguém que não existia. Ele sempre sonhava com uma garota, muito bonita, que esbanjava o melhor de uma mulher, sabia poucas coisas sobre ela, mas nos sonhos que tinha, a garota atendia por "Deanna".

Ele já havia tentado procurar nas redes sociais, mas nada, ninguém com uma descrição parecida com a dela ou o mesmo nome: mas seu cérebro não inventaria alguém, ou será que inventaria?

De qualquer forma, hoje ele iria largar essa obsessão e tentar ficar com alguém. A música soava pela festa e seus pés batiam incessantemente enquanto prestava atenção a letra da música:

"Meio deslocado,
Caindo de sono,
Quando eu olhei pro lado
A menina dos meus sonhos
Ela tem cabelos pretos,
Um braço tatuado,
Um corpo escultural,
Mas tem algo de errado..."

Nessa altura do campeonato, sabia que seu irmão mais velho estava se agarrando com alguém, então nem adiantaria o procurar, agora só restava tentar encontrar algum lugar para si naquela festa. Ele olhou ao redor, e seus olhos caíram sobre uma pessoa interessante, rapidamente seu coração disparou quando viu de quem se tratava: Olhos verdes, como a da pessoa de seu sonho. Corpo esbelto, como a pessoa do seu sonho. Cabelo claro — apesar de quase não dá para ver por causa da iluminação —, como a pessoa do seu sonho; mas aquela pessoa não era a pessoa do seu sonho, não, ele era claramente um garoto. Mas Castiel deixaria aquela oportunidade passar? Sendo sincero, ele era bonito. Mas Castiel não gostava de garotos, não que ele tivesse algo contra quem gostasse, o moreno era totalmente livre de preconceitos, mas não era esse gênero pelo qual se atraia.

Ele ainda olhou o outro fixamente, quase como se o tentasse desvendá-lo, qual seria o nome daquele garoto? Por que ele era tão parecido com a pessoa do seu sonho? Era quase como se a pessoa do seu sonho fosse uma versão feminina dele. Não estava certo isso, mas não teria como ele descobrir se não criasse coragem para chegar no garoto. Mas o que ele poderia falar? "Ei, você é muito parecido com a garota dos meus sonhos, mas eu não sou gay, mas sei lá, quer ser meu amigo?" Isso definitivamente seria ridículo.

– Cara, você está me encarando há um tempo, perdeu alguma coisa na minha cara? – Castiel foi despertado de seus devaneios quando viu o garoto parado em sua frente, ele segurava um copo de bebida e tinha um sorriso sarcástico em seus lábios, assim como em seu sonho.

A voz do garoto era diferente. Diferente de seu sonho, era mais grosso, mas era quase, como se ele estivesse passando pela puberdade. Meu Deus, ele estava enfrentando um menor de idade? Ele era um adolescente e Castiel estava considerando ir falar com ele? Mas o que os adolescentes fariam nesse tipo de festa? Tudo bem, esse é o local mais comum para adolescentes irem, mas apenas ele tinha que ser tão jovem?

– Olá? Vai me responder não? – O garoto disse novamente cruzando os braços, e de repente, ele parecia ter percebido o que incomodava Castiel – A propósito, não, eu não sou uma criança, eu tenho 26 anos. Minha voz só é fina – Isso tranquilizou um pouco Castiel, que abriu um sorriso, que logo foi retribuído pelo outro.

– Desculpa, eu só, estava dissociando – Castiel falou claramente constrangido.

– Ah sim, tudo bem. Meu nome é Dean e o seu? – Reitor. Deanna. Que coincidência? Castiel juntou os pontos, era quase como se sua vida fosse uma piada. Será que Dean tinha uma irmã?

– Castiel – Ele respondeu passando a mão pelos fios de cabelo.

– Jurídico, Castiel. O que você faz aqui? Está sozinho? – Dean perguntou, e Castiel reparou em algo, Dean olhou constantemente para trás dele e fazia caras e bocas, quase como se estivesse se comunicando com alguém. Se Castiel olhasse para trás, pareceria curioso demais, o melhor que ele poderia fazer era aceitar.

– Eu vim com meu irmão... E pelo visto ele me abandonou. Deve estar curtindo essa bela festa em algum lugar bem longe daqui – Disse Castiel. Rapidamente Dean fez uma cara azeda, quase como se tivesse escutado algo que não queria: Talvez ele não tivesse gostado do que Castiel disse, mas o que ele teria dito de tão impactante?

– Foda. Tenho que ir – Dean falou claramente nervoso, ele saiu e deixou Castiel sozinho, plantado olhando ao redor, mas havia perdido o garoto no meio da multidão. Eles sequer trocaram números. Nunca mais iria saber se Dean tinha uma irmã ou não.

– BRIGA! BRIGA! BRIGA! – Ele ouviu alguém gritar, rapidamente viu uma multidão se formar. Quem seria o idiota de brigar nesse tipo de festa? A música rapidamente foi abaixada e o que ele escutou foi um:

– Está com medo de me bater, princesa? – Essa voz ele conhecia bem, não era nenhuma idiota que estava metido na briga, era sua idiota. Gabriel, o irmão mais velho de Castiel. Rapidamente o moreno se apressou para se meter no meio da roda, recebeu algumas cotoveladas, e alguns puxões de cabelo, mas o desespero era maior. Não demorou muito para chegar no meio e ver um garoto quase 20 cm maior que seu irmão batendo nele. Castiel entreviu, Gabriel era realmente um impulsivo que não sabia o que fazer da vida, mas se meteu em briga assim era demais até para ele.

– Ei calma, vamos separar, acabar a briga, somos todos amigos e... – Castiel começou, mas viu que isso não estava funcionando. Então apelou para a técnica primitiva que conhecia, empurrou um cara que tinha quase o dobro de sua altura no chão. E não demorou para receber um belo soco na cara, que o fez sentir o gosto metálico de sangue em sua boca, a última coisa que Castiel sentiu foi o baque no chão, o frio do chão consumia seu corpo, o gosto de sangue invadiu seu paladar, seu rosto inteiro doía.

– Desculpa... – Foi o que escutou antes de desligar de vez.

O garoto dos meus sonhos . . .Onde histórias criam vida. Descubra agora