Quando Charlott Leblanc, amiga de infância de Lorena, volta para São Paulo depois de anos e acaba conhecendo os gêmeos.
Mal ela sabia o que estava para acontecer
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𝗔𝘃𝗶𝘀𝗼!!!!!
𝗘𝘀𝘀𝗲 𝗰𝗮𝗽í𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗰𝗼𝗻𝘁é𝗺 𝘁𝗲𝗺𝗮𝘀 𝘀𝗲𝗻𝘀í𝘃𝗲𝗶𝘀
𝒞𝒽𝒶𝓇𝓁ℴ𝓉𝓉 𝓅ℴ𝓋
Faz 10 anos desde que a minha vida virou uma loucura, e 10 anos desde que eu não fico mais do que 2 meses num lugar.
Bem nesse tempo aconteceu muita coisa: parei de conseguir amigar facilmente, virei uma pessoa que desconfia de todo mundo, não acredito que o amor existe, e a mais louca de todas, reencontrei a minha mãe.
Minha mãe abandonou eu e meu pai quando eu tinha 1 ano. Eu não lembrava dela, mas desde criança aprendi a odiar ela. Por causa dela eu tive que ouvi meu pai chorando por noites, e ver a unica pessoa que cuidou de mim naquele estado me deixava triste, eu sentia que não conseguia ajudar, era horrível.
Durante uma das viagens ela encontrou eu e meu pai. Ela veio a nossa casa, ela chorou e implorou por perdão, disse que tinha mudado e se arrependido de tudo que fez. Pensei muito, eu não queria perdoar ela, só que a pressão que ela fez em mim era tão grande e eu só tinha 9 anos e isso me fez perdoar ela, e esse foi o meu maior erro.
No início, ela era incrível, eu realmente pensei que ela tinha mudado, mas depois ela foi mudando completamente. Ela começou a me obrigar a fazer ballet e mais dez tipos de dança, patinar no gelo, aulas de canto, aprender a tocar mais de dez instrumentos, desfilar como modelo, seção de fotos,pintar, aprender mais de 5 linguas, etc. A única coisa que eu gostava era de escrever, mas minha mãe achava uma perda de tempo. Quando eu era criança mostrava os poemas que eu escrevia, mas ela sempre respondia "Isso é uma perda de tempo, foque nos seus estudos e nas outras atividades que faz porque vai ser elas que vão te dar um futuro". Eu não podia tirar uma nota má que ela me batia, e mesmo eu dizendo para ela que estava extremamente cansada ela não se importava. Meu pai tentava me defender só que ele também apanhava, e como eu não gostava disso dizia que estava tudo bem e que ia fazer o que ela dizia. Meu pai me chamava para conversar depois, eu eu sempre dizia "está tudo bem papai, por favor não tente contrariar ela, eu não quero ver o senhor machucado". Ela me obrigou a fazer dietas rigorosas e sempre julgava meu corpo, e com apenas 12 anos virei totalmente insegura de mim e desenvolvi transtorno alimentar.
Des desse momento, ficou raro eu sorri, e quem diria eu gargalhar porque ao longo dos anos eu desaprendi o que era isso, desaprendi o que era o carinho, desaprendi o que era a felicidade, isso com apenas 10 anos.
E nesse momento eu estou voltando para o Brasil. Eu não tenho mais esperança que algo mude porque não tenho ninguém que possa me ajudar.
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Primeiro capítulo apenas para dar introdução a história.
