The echoes of us - sunsun

2.

“The more I see, the more I know; it’s the things that we cannot see that matter.” — alt-J , "Taro"

|Sunoo

Sinto algo molhado no meu pescoço, indo e voltando, como se fosse uma língua deslizando ali, chupando. No começo, minha mente vai direto pro "que merda tá acontecendo?", porque é estranho pra caralho. Mas aí a sensação começa a mudar. O calor que vem com essa lambida não é ruim, na verdade, é bom pra cacete. Tão bom que sinto um formigamento subir pela minha espinha, direto pro meu pau. É como se eu estivesse prestes a perder o controle do meu próprio corpo, e por algum motivo, eu não tô nem aí.

De repente, a língua entra na minha boca, e puta que pariu. É isso. É isso que tava faltando. Meus lábios são sugados, e a língua que me beija parece saber exatamente o que fazer. Cada movimento me destrói mais, e eu só quero mais disso. Só que não é só a língua. Sinto uma mão, dedos suaves, passando pelo meu cabelo, me acariciando. Me arrepia todo, meu pau endurece de uma vez, sem aviso. Já não sou mais eu, já não tenho controle de nada. Meu corpo responde por conta própria, e tudo que eu consigo sentir é essa mão mexendo em mim enquanto o beijo fica mais profundo e meu pescoço ainda tá molhado de saliva.

Minhas pernas estão tremendo e, caralho, meu pau tá latejando de um jeito que quase dói. Preciso dessa mão descendo. Eu tô desesperado, cada segundo que passa é como se fosse uma eternidade, meu corpo tá em chamas e minha cabeça só
pensa no quanto eu quero, não, no quanto eu preciso que essa mão vá até lá. Só que eu tô travado. O beijo me mantém preso, e eu não consigo falar, não consigo pedir. E mesmo que conseguisse, a única coisa que passaria pela minha boca seria um gemido desesperado.

Eu quase começo a chorar, de verdade. Que porra é essa? Amar de verdade tem que ser essa loucura, esse desespero. Eu só quero ser tocado, quero perder o resto de mim nesse calor que me consome. E aí, do nada, tudo que eu consigo soltar é um gemido... "Sunghoon."

Eu sinto o nome dele escapando dos meus lábios e quase tenho um treco. Por que ele? Um frio na barriga me invade. Eu não entendo. Ele é só o cara esquisito do elevador, o vizinho que evita conversa. Mas aqui tô eu, chamando ele como se fosse a coisa mais natural do mundo. Eu tento dizer outra coisa, qualquer coisa, mas só sai o nome dele. "Sunghoon."

E como se ele soubesse exatamente o que eu queria, a mão desce, agarrando meu pau. A pressão, o toque... porra, é tão bom que eu sinto que vou gozar na mesma hora. Ele mal me tocou, e eu já tô no limite, prestes a perder tudo. Mas aí, antes que qualquer coisa aconteça, eu sinto o chão desaparecendo.

Puft.

Eu caio do colchão inflável com um baque seco que reverbera pelo meu corpo, o que deveria me trazer de volta à realidade, mas, sinceramente, tô longe disso. Fico ali, estirado no chão, com o coração ainda disparado e o pau... bom, nem vou entrar nesse detalhe. Só sei que tô completamente atordoado. Minha cabeça tá um caos, tipo, como é que eu fui parar nessa situação?

Sunghoon? Sunghoon? O cara que eu vi no elevador ontem à noite? Eu nem sei como ele soa falando! A gente mal teve tempo de trocar um "oi" decente, e agora, do nada, ele invade o meu sonho e faz... isso? Eu nem sei como ele me olha direito, porque a gente mal se vê no trabalho. Ele trabalha, sei lá, dois andares acima do meu? A gente deve ter se cruzado umas três vezes na vida, e sempre de longe, em reuniões enormes, com aquele olhar dele que parece meio vazio. E, de repente, ele tá me beijando no meu sonho como se soubesse o que tá fazendo com meu corpo?