Capítulo 10: O Presente

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Era noite quando Hendrik chegou ao local indicado na mensagem. Uma casa antiga, afastada do centro da cidade, cercada por árvores que pareciam esconder segredos. Ele hesitou na porta, o coração acelerou, mas sabia que não havia mais volta.

Ao entrar, foi recebido pelo cheiro de madeira velha e mofo. As luzes estavam fracas, mal iluminando o caminho. Selena o esperava na sala, sentada em uma poltrona, uma pequena caixa sobre a mesa à sua frente.

"Fico feliz que tenha vindo," ela disse suavemente, seus olhos brilhando na penumbra.

"Você disse que tinha algo para mim," Hendrik respondeu, tentando manter a voz firme, mas a presença dela sempre o deixava desconcertado.

Ela apontou para a caixa. "Abra."

Ele se aproximou com cautela, ao som de seus passos, ecoando no silêncio da casa. Seus dedos tremiam enquanto ele abria a caixa. Lá dentro, envolvido em um pano escuro, havia um colar de prata, simples, mas com um símbolo estranho no pingente, algo que ele não reconhecia.

"O que é isso?" ele perguntou, confuso.

"Isso pertenceu ao meu pai," ela respondeu, sua voz carregada de emoções que ele não conseguia identificar. "Ele o usava quando estava preso nas sombras de seus próprios demônios, assim como você."

Hendrik sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Ele queria jogar o colar fora, sair correndo daquela casa, mas algo o impedia. Era como se o objeto o atraísse, como se fosse uma chave para algo que ele ainda não entendia.

"Por que você está fazendo isso?" Ele perguntou, sem tirar os olhos do colar.

Selena se levantou lentamente e caminhou até ele, parando a centímetros de distância. Seus olhos o fixaram, penetrantes, desvendando suas camadas. "Porque você, Hendrik, precisa ver quem realmente é. E só eu posso te mostrar."

Sombras de HendrikOnde histórias criam vida. Descubra agora