Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Emparemento: Chibs × fem!!! leitora
Sinopse: Sn precisa de um pouco de sorte irlandesa na vida dela.
_________________________________
Fui a uma festa porque o Happy praticamente me obrigou a acompanhá-lo. Sinceramente, não queria estar aqui – acho que estou ficando velho para esse tipo de coisa. Ele insiste que isso é bobagem, que não sou "velho demais" para festas. Mas a verdade é que preferia estar em casa, assistindo qualquer coisa na TV, lendo um livro ou fazendo qualquer outra coisa, menos isso.
Assim que chegamos, Happy desaparece – foi direto atrás de uma mulher, é claro. Provavelmente, ela tinha uns vinte anos a menos que ele, mas ele nunca se importou com isso. Sento no sofá, passo as mãos pelo rosto e me pergunto: o que eu estou fazendo aqui?
Já meio deslocado e com o sono começando a bater, olho para a esquerda e vejo a mulher dos meus sonhos. Ela tem cabelos pretos, um braço cheio de tatuagens e um corpo escultural. Fico olhando um pouco demais, perdido na visão dela, até perceber que ela também está me olhando. Me sinto um pouco envergonhado – será que ela acha que sou algum velho tarado?
Ela se aproxima de mim, e eu fico completamente sem reação, como se tivesse voltado aos meus dezessete anos. O olhar dela é marcante demais, intenso – adoro mulheres com esse ar misterioso. Quando chega mais perto, sinto o perfume dela: um cheiro doce, quase delicado, que contrasta com o estilo dela. Engraçado pensar que alguém com essa vibe usaria um perfume com cheiro de rosas.
"Gostei do colete," ela diz.
Demoro alguns segundos para responder, ainda meio hipnotizado pela beleza dela. Ela solta uma risada leve, percebendo que estou claramente sem jeito.
"Obrigado..." respondo, enquanto passo a mão na nuca, tentando disfarçar meu nervosismo.
"É de um motoclube, não é?" ela pergunta, com um brilho curioso no olhar.
"É, sim," respondo, tentando soar casual.
Ela se inclina levemente para ler o nome bordado no meu colete.
"Filhos da Anarquia," ela lê em voz alta, com um sorriso no rosto. "Nome legal."
"Você gosta de motos?" pergunto, tentando puxar assunto.
Ela faz uma careta antes de responder: "Mais ou menos."
"Por que só 'mais ou menos'?"
Ela suspira e responde: "Meu pai morreu pilotando sua Harley Davidson 883. Linda e maravilhosa, mas… foi assim que aconteceu."
Me arrependo imediatamente de ter perguntado.
"Desculpa, eu… eu não sabia. Sinto muito."
"Não precisa se desculpar..." ela diz, olhando para mim com curiosidade, como se quisesse saber meu nome.
"Chibs," digo, me apresentando.
"Chibs," ela repete, com um sorriso curioso. "Eu sou Sn."
Pego a mão dela e dou um beijo suave, sem tirar os olhos dos dela.
"Prazer em conhecer você, Sn," digo, com um sorriso que espero ser cativante.
Ficamos ali no sofá conversando por horas, tão envolvidos que nem percebemos quando a festa foi esvaziando. De repente, Sn comenta com um sorrisinho:
"Acho que só sobrou a gente aqui na sala."
Ela se aproxima mais, e sinto a respiração dela mais próxima e pesada. O perfume doce dela toma conta de mim, e, instintivamente, fecho os olhos, deixando o cheiro dela me envolver. Aos poucos, nossos corpos se aproximam ainda mais, e nossos rostos estão a milímetros de distância. O nariz dela roça o meu, e levo minha mão ao lado do rosto dela, pronto para beijá-la.
Mas, como na minha típica sorte, alguém aparece.
Uma garota loira surge, provavelmente amiga de Sn, e fala, antes de se dar conta da situação: "Sn, vamos indo...?" Ela para no meio da frase ao perceber que interrompeu algo. "Ah... estou atrapalhando?"
Sn suspira fundo e responde, com um leve sorriso: "Imagina..."
Sn se levanta do sofá e diz, com um sorriso no rosto:
"Foi um prazer te conhecer, irlandês."
"Como você sabe que sou irlandês?" pergunto, surpreso.
"Seu sotaque te entregou," responde ela com um olhar divertido.
Me levanto também, e ficamos ali, nos encarando por um momento. Eu sabia que ela queria, e ela sabia que eu também.
"Bem... acho que vou indo," diz Sn, se virando para sair em direção ao carro.
Mas eu não posso deixar essa garota simplesmente sumir da minha vida. Sei que acabamos de nos conhecer, mas há algo fascinante nela que não quero perder. Corro atrás dela e chamo:
"Talvez você queira um pouco de sorte irlandesa na sua vida."
Ela se vira para mim antes de entrar no carro, com um sorriso malicioso.
"Um pouco de sorte irlandesa nunca faz mal a ninguém," responde, mantendo o sorriso antes de finalmente entrar no carro.
Sn abre o porta-luvas, pega algo – provavelmente um papel – e me entrega.
"Esse é o meu número. Me liga," ela diz, com um último sorriso, antes de dar partida no carro e sair.
A noite se esvazia ao redor, e fico com aquele papel na mão, sentindo uma mistura estranha de excitação e nostalgia. Em um instante, a festa que parecia um lugar errado para estar tornou-se o ponto de partida para algo inesperado, e sinto uma energia diferente percorrer meu corpo.
Assim que o carro de Sn desaparece na estrada, sinto uma mão no meu ombro. É o Happy, rindo como se já soubesse de tudo.
"Então, Chips, como foi com a garota dos teus sonhos?" ele pergunta, com aquele sorriso provocador.
Olho para o número na minha mão e dou de ombros, tentando não transparecer o quanto ela me afetou. "Ela é interessante... Vamos ver onde isso vai dar."
"Ah, cara, não brinca comigo. Eu vi a maneira como vocês se olhavam. Isso é mais que interesse passageiro."
Reviro os olhos e guardo o número no bolso, sem querer dar o braço a torcer. "Vai cuidar da tua vida, Happy."
No dia seguinte, fico encarando o telefone por horas, tentando decidir se ligo ou não. Quase ao meio-dia, tomo coragem e disco o número. Do outro lado, escuto o som de sua voz – firme, um pouco rouca, exatamente como me lembrava.
"Sn?"
"Oi, Chibs," ela responde, como se já estivesse esperando minha ligação.
Nos encontramos para um café no centro da cidade, num lugar pequeno e escondido, longe da agitação de festas e bares. O encontro é tranquilo, e a cada risada dela, sinto-me ainda mais envolvido. Ela me conta histórias sobre sua vida, sobre o pai e sobre as motos que ele amava. Eu conto as minhas, deixando escapar coisas que raramente compartilho.
Algumas horas depois, ela me convida para um passeio. "Que tal um pouco de vento no rosto, Chibs?"
Aceito, e logo estamos em sua moto, uma Harley bem parecida com a que seu pai pilotava. Conforme aceleramos pela estrada, me sinto jovem outra vez, como se cada quilômetro fosse uma chance de recomeço.
Ao final do passeio, paramos numa colina com vista para a cidade. Sentados no gramado, sob o céu estrelado, ficamos em silêncio, como se palavras fossem desnecessárias. Quando ela se inclina e me dá um beijo, percebo que a sorte irlandesa pode ser bem mais poderosa do que eu imaginava.
E, naquela noite, enquanto a cidade dorme, sinto que encontrei algo que nem sabia estar procurando.