Capítulo 2 - Duelo

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O silêncio tomou conta da sala após as palavras da Diretora, e a tensão, embora diminuída, permanecia como um peso invisível sobre os ombros de todos ali presentes. Thorne ainda observava os gêmeos com desconfiança, mas sua postura já não era tão provocadora. Ele sabia que havia algo nos dois irmãos, algo que ele não conseguia compreender plenamente, mas que lhe causava uma incômoda sensação de incerteza.

— Como muitos de vocês sabem, o Torneio de Eláthrûn será em breve — começou ela, pronunciando o nome antigo em Isilvar, a língua dos seres superiores, cuja tradução livre significava "Despertar da Força." — É um momento em que as habilidades de todos são testadas, não apenas em combate, mas em inteligência, estratégia e, acima de tudo, em equilíbrio.

Os estudantes se entreolharam, alguns inquietos com a menção do evento, outros com um brilho de excitação em seus olhos. Erebos e Antares permaneceram calmos, como se já tivessem ouvido falar do torneio, mas sua natureza misteriosa os mantinha em um manto de segredo.

— Acredito que vocês estejam se preparando, mas saibam disso: Eláthrûn não é apenas um teste de habilidades físicas — disse a Diretora, sua voz firme ecoando pela sala. — Para vencer, vocês devem conhecer o equilíbrio de suas almas, pois Aether permeia todas as coisas, e a harmonia com ele define o verdadeiro poder.

Ao mencionar Aether, ela olhou de relance para Erebos e Antares, uma curiosidade silenciosa escondida em seu olhar. O ambiente estava pesado, a tensão entre os estudantes era palpável, e uma excitação reprimida se agitava nas entranhas de todos.

As aulas prosseguiram sem grandes interrupções, mas a thorne ainda não sabia o que era aquela sensação sempre que ele olhava para gemêos, talvez fosse medo? incerteza sobre se ganharia ou não de Erebos ou Antares ou talvez, fosse admiração? sem dúvidas talvez ele sente algo diferente ao redor deles, talvez fosse o Aerther em volta deles, mesmo não enxergando tão claramente o Aerther como o gemêos, Thorne tinha certeza que eles eram especiais de alguma maneira, mesmo não querendo admitir.

Ao final da tarde, quando o sol já estava baixo, tingindo o céu com tons de laranja e púrpura, os gêmeos decidiram explorar mais da academia. Os terrenos eram vastos e cheios de segredos. Havia trilhas que levavam a bosques, pátios escondidos e até antigas ruínas que remontavam a tempos antigos, quando os fundadores da academia haviam erguido as primeiras fundações do lugar, ou poderia ser até mais antigo que a própria academia.

Antares e Erebos curiosos sobre esse lugar começam a adentrar dentro das ruínas, enquanto a escuridão envolvia o ambiente, as ruínas emanavam uma presença antiga, quase como se o próprio tempo estivesse observando os gêmeos adentrarem seu domínio. As pedras desgastadas pelo vento e pelos séculos pareciam sussurrar segredos esquecidos, e o silêncio profundo era quebrado apenas pelos passos cautelosos de Erebos e Antares.

— Você está sentindo isso? — perguntou Erebos em um tom baixo, quase como se temesse despertar algo adormecido nas sombras. Seus olhos azuis escuros, atentos, vasculhavam cada canto, tentando discernir o que aquela antiga construção escondia.

— Sim... — respondeu Antares, sua voz igualmente cautelosa. Ele ergueu a mão direita e, com um gesto fluido, canalizou seu Aether. Uma pequena esfera de luz dourada formou-se em sua palma, brilhando suavemente e lançando sombras dançantes nas paredes de pedra ao redor. — Léirithar — murmurou ele em Isilvar, convocando a luz. O brilho da esfera iluminava o caminho à frente, revelando entalhes antigos nas paredes e pilares parcialmente destruídos.

Conforme avançavam, a luz dourada de Antares iluminava inscrições nas pedras, escritas em uma língua tão antiga que mesmo os gêmeos, com todo o conhecimento aprendido, não conseguiam compreender completamente. Havia algo de majestoso, mas também inquietante naquelas ruínas.

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