Refúgio | Natzu

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Era mais um dia tranquilo no dormitório do TWICE. As meninas estavam espalhadas pela sala, descansando após uma longa semana de compromissos. Algumas estavam no celular, outras conversavam em voz baixa, mas todas estavam em seu próprio mundinho, aproveitando a folga rara. Tzuyu, por sua vez, estava deitada no sofá com a cabeça apoiada no colo de Nayeon, que distraidamente mexia no cabelo dela.

Nayeon, enquanto mexia nos fios macios de Tzuyu, percebeu algo curioso. Toda vez que seus dedos passavam pela nuca de Tzuyu, roçando suavemente a pele abaixo do cabelo, a mais nova ficava visivelmente relaxada. Seu corpo, antes tenso pelo cansaço do dia, se soltava aos poucos, como se aquele carinho específico fosse exatamente o que ela precisava. Um leve suspiro escapou de seus lábios, quase imperceptível, mas o suficiente para Nayeon notar.

Intrigada, Nayeon repetiu o gesto algumas vezes, passando os dedos delicadamente pela nuca de Tzuyu. A resposta foi sempre a mesma: Tzuyu relaxava ainda mais, fechando os olhos e se aconchegando no colo de Nayeon, como se aquele simples toque a colocasse em um estado de tranquilidade profunda.

Nayeon sorriu para si mesma. Sabia que Tzuyu nunca falaria sobre isso. A taiwanesa era tímida e reservada quando se tratava de expressar suas necessidades ou desejos, e admitir que gostava de um carinho tão específico provavelmente a deixaria envergonhada. Então, Nayeon decidiu que não diria nada. Esse seria o pequeno segredo delas, mesmo que Tzuyu não soubesse que ela havia notado.

Com o passar do tempo, Nayeon começou a oferecer o carinho mais frequentemente, sempre disfarçando como algo casual. Em momentos em que Tzuyu parecia especialmente cansada ou sobrecarregada, Nayeon a chamava para deitar no sofá com ela, sempre encontrando uma desculpa para mexer em seu cabelo e, claro, passar os dedos levemente pela nuca. E, toda vez, Tzuyu respondia da mesma maneira: relaxava instantaneamente, como se todo o estresse do mundo desaparecesse naquele momento.

As outras meninas nunca percebiam, ocupadas com suas próprias atividades, e Tzuyu nunca questionava, talvez achando que era apenas um carinho comum. Mas, para Nayeon, era mais do que isso. Era uma forma silenciosa de cuidar da amiga, de mostrar que estava atenta aos detalhes, mesmo aqueles que Tzuyu jamais falaria em voz alta.

E assim, Nayeon continuou oferecendo aquele carinho especial, sabendo que, às vezes, não precisamos falar sobre o que nos conforta. Às vezes, basta ter alguém ao nosso lado que entende sem precisar de palavras, e Nayeon era exatamente essa pessoa para Tzuyu.

Era uma madrugada silenciosa no dormitório do TWICE. A casa estava mergulhada em escuridão, com todas as meninas já em seus quartos, aproveitando algumas horas de descanso. No entanto, no quarto de Tzuyu, algo estava errado. Ela acordou de repente, o coração disparado e o corpo tenso, como se ainda estivesse presa no pesadelo que a assombrava.

Sentada na cama, ofegante, Tzuyu tentou se acalmar, mas o medo ainda estava ali, um nó pesado em seu peito. Seus pensamentos a levaram de volta para casa, para os tempos em que, depois de um pesadelo, ela corria para o quarto de sua mãe, buscando o conforto imediato de seu abraço. Agora, longe de casa, em um país estrangeiro, Tzuyu se sentia sozinha, mesmo cercada pelas amigas.

Depois de alguns minutos, decidiu que não queria ficar sozinha com aquele sentimento. Levantou-se devagar, quase sem fazer barulho, e foi até o corredor. Seu corpo, como que instintivamente, a levou até a porta de Nayeon. Ela hesitou por um momento, mas a necessidade de conforto a fez bater levemente na porta.

Do outro lado, Nayeon acordou com o som suave, confusa por um instante, mas ao ouvir a batida fraca novamente, levantou-se e abriu a porta. Deparou-se com Tzuyu, com uma manta enrolada em volta do corpo e lágrimas silenciosas rolando pelas suas bochechas.

— Tzuyu? O que foi? — Nayeon perguntou, a voz suave e ainda carregada de sono, mas imediatamente preocupada ao ver o estado da amiga.

— Eu... eu tive um pesadelo — Tzuyu murmurou, sua voz trêmula, quase envergonhada por estar ali. — Eu... só não queria ficar sozinha.

Nayeon, sem pensar duas vezes, abriu espaço para que Tzuyu entrasse e, em um gesto carinhoso, a puxou suavemente para o quarto. Elas se sentaram na cama, e Nayeon passou o braço pelos ombros de Tzuyu, tentando tranquilizá-la. Tzuyu estava quieta, mas seu corpo ainda estava tenso, como se o pesadelo não a tivesse abandonado completamente.

Lembrando-se do pequeno segredo de Tzuyu, Nayeon decidiu agir de uma maneira que sabia que traria conforto. Com delicadeza, ela começou a mexer no cabelo de Tzuyu, seus dedos passando pela nuca da mais nova, exatamente como já havia feito tantas vezes. O efeito foi imediato. Tzuyu relaxou sob o toque, como se todo o peso e medo que a rondavam estivessem sendo afastados pouco a pouco.

— Está melhor? — Nayeon perguntou suavemente, sua voz quase um sussurro no quarto silencioso.

Tzuyu assentiu, seus olhos fechados enquanto aproveitava o carinho.

— Minha mãe costumava fazer isso — Tzuyu disse de repente, sua voz baixa, mas cheia de emoção. — Quando eu era pequena e tinha pesadelos, ela sempre mexia no meu cabelo e acariciava minha nuca até eu me acalmar. Acho que é por isso que me sinto tão bem quando você faz isso.

Nayeon sorriu, agora entendendo completamente por que aquele gesto tinha tanto impacto em Tzuyu. Era mais do que apenas um carinho físico — era um vínculo emocional, uma lembrança do conforto de casa, algo que trazia segurança e paz.

— Eu não sabia... — Nayeon murmurou, sentindo uma onda de ternura pelo fato de Tzuyu ter confiado aquele pedaço íntimo de sua vida a ela.

— Não falei antes porque... não queria parecer frágil — Tzuyu continuou, com os olhos ainda fechados. — Mas agora acho que não tem problema. Você sempre me faz sentir melhor.

Nayeon, com um sorriso carinhoso, continuou com o carinho, agora ainda mais cuidadosa, sabendo o quanto aquilo significava para Tzuyu. Ela puxou a mais nova para mais perto, deixando que Tzuyu descansasse a cabeça em seu ombro.

— Você nunca precisa se sentir envergonhada, Tzuyu — Nayeon disse gentilmente. — Sempre que precisar de conforto, eu estou aqui. Não importa a hora.

Tzuyu não respondeu, mas o leve suspiro que soltou foi suficiente para Nayeon entender. Com o carinho familiar e a presença de Nayeon, Tzuyu finalmente se sentiu segura o suficiente para fechar os olhos de novo. O medo do pesadelo desapareceu completamente, substituído pelo calor reconfortante de uma amiga que a entendia, sem precisar de palavras.

E naquela madrugada, com o silêncio do quarto e o carinho constante de Nayeon, Tzuyu adormeceu tranquilamente, sentindo-se mais perto de casa do que jamais imaginara estar.

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a tzuyu debutou cedo demais ;(

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