Aphrodite

Un, deux, trois

TEM ALGUÉM AÍ AINDA?

Hoje é aniversário da minha irmãzinha do coração e ele me pediu isso de presente. E aqui está, feliz aniversário, Ame! E boa leitura para todos. Vamos matar juntxs um pouquinho da saudade de Diké. hihi

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– E se eu escurecer? – Questionou com genuína preocupação enquanto fazia uma análise minuciosa do que via a sua frente. Na tela do celular, que estava a poucos centímetros de distância da sua face, observava com um olhar franzido o próprio reflexo na câmera frontal do aparelho. Com as pontas dos dedos, mexia e tentava arrumar os curtos fios loiros em sua testa, como se tentasse dispô-lo de alguma forma que o aborrecesse menos. – Eu tô tão apagado!! – Exclamou desolado, expressando o incômodo que vinha o perseguindo nos últimos dias em relação ao próprio cabelo, como se subitamente, depois de trinta e cinco anos sendo loiro, ele já não mais acreditasse que os fios dourados lhe serviam. – Talvez preto... ou castanho...

– Isso só pode ser crise de meia idade. – A voz ecoou com a acidez que lhe era característica e com um pouco de descrença no que ouvia. Gaara observava Naruto, ao seu lado, analisando com aflição a própria imagem, e não tardou a complementar. – Ou dívida de jogo.

Naruto revirou os olhos em resposta, largando o celular e se levantando do chão, onde ele e Gaara estavam sentados. Passou pelo policial, não sem antes desferir um leve tapa sobre sua cabeça, bagunçando os fios ruivos, e buscou equilíbrio para prosseguir com o curto trajeto que o levou até o sofá, onde se sentou ao lado de Sasuke.

– O que você acha, Sas? – Perguntou ao marido, transparecendo toda a seriedade possível no questionamento, embora nenhum dos três, naquela altura, pudesse realmente ser levado a sério. Na mesa onde Naruto estava grudado há instantes, aproveitando os aperitivos, já se contavam cerca de sete garrafas de vinho que eles haviam bebido naquela noite, e o Uzumaki já nem sabia que horas eram, embora suspeitasse que não demoraria muito para que o Sol começasse a dar os primeiros sinais de sua chegada.

O ritmo acelerado das vidas dos dois advogados e do policial era um desafio para que eles pudessem se encontram; assim, sempre que Gaara precisava vir a cidade para resolver algum problema ou iniciar uma nova investigação, Naruto fazia questão de hospedar o velho amigo. Acabou virando uma tradição que os vinhos os acompanhassem enquanto eles colocavam as conversas em dia, além de virar também uma oportunidade para que o pequeno Konohamaru passasse a noite na casa dos amados tios Itachi e Shisui, enquanto seus pais aproveitavam a noite etílica.

Sasuke olhou para o esposo, um estreito arco azul circulava as pupilas dilatadas pela bebida, e mesmo que o próprio Uchiha já não estivesse no melhor dos seus sensos, a resposta veio certa e sem titubeios.

– Eu acho que você já está lindo assim. – Em sua pretensão, Sasuke havia planejado confessar as palavras somente para Naruto, mas já seria esperar demais para que ele, naquele momento, conseguisse controlar a projeção da sua voz. Sem alternativas, o moreno sorriu quando viu Naruto desarmar, e não pôde resistir ao ímpeto de segurar o queixo do outro entre seus dedos, apenas para guiá-lo sem pressa até si, fechando os olhos quando arrastou suavemente os dentes pelo lábio inferior do loiro, mordiscando-o por hábito, antes de unir as bocas juntas, num beijo vagaroso.

– Ergh, Jesus! Vocês querem privacidade? – A reclamação de Gaara diante da cena fez Sasuke soltar um riso soprado ainda contra a boca de Naruto. O Uchiha se afastou do loiro, voltando seus olhos até a figura do policial ruivo, ainda sentado no chão, próximo da mesa, observando-o se servir de mais uma taça da bebida escura. Gaara já havia entrado na sua vida há tantos anos e tinham passado por tantas coisas juntos que Sasuke poderia dizer que sua relação com o padrinho do seu filho melhorou bastante, embora isso não tivesse anulado as provações que trocavam. Ainda mais quando estavam bêbados.