Aphrodite

Valentine's Day

MEU DEUS!!!!Há MUITO tempo vinha pensando em postar alguns extras de Diké, algumas coisas que não cabem na narrativa principal (e, futuramente, cenas posteriores ao final da trama /spoiler). POIS BEM, AQUI ESTOU! Aproveitando que o dia dos namorados foi recente e que eu tive essa ideia ontem, antes de dormir, decidi escrever e postar de vez.BOA LEITURA!

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Naruto sentia um revirar incômodo em seu estômago. Concomitante a sensação gélida em seu ventre, sua boca seca e os batimentos cardíacos acelerados, parecia que seu cérebro enviava altas doses de adrenalina para todo seu corpo, quantidade necessária para que ele fugisse de uma situação de perigo ou acumulasse a coragem necessária para saltar de um paraquedas. Contudo, naquele momento o loiro não estava em nenhum destes casos, tampouco em outra situação um pouco mais extrema que justificasse o estado de inquietação em que se encontrava. Ainda assim, seu coração continuava a palpitar.

– O que houve? – Quando a voz conhecida cruzou as linhas desordenadas de seus pensamentos, os olhos azuis involuntariamente se arregalaram em alerta, no mesmo instante que seu corpo se sobressaltou em surpresa, também ouvindo o pequeno clique do cinto de segurança sendo destravado pelo outro. Observou com inicial atordoamento os arredores, só então percebendo que eles não somente já tinham chegado, como já estavam no estacionamento do seu condomínio. Ao virar-se para o lado, encontrou Sasuke frente ao volante do carro já parado, e mesmo que já tivesse estacionado, não fazia ainda menção de sair do veículo. O semblante pálido não ostentava grandes expressões, como de costume, mas nessa altura, Naruto já sabia que o peso dos olhos escuros fixos em sua direção indicava o interesse na resposta, bem como transpareciam certa preocupação. O Uzumaki não sabia exatamente quando começou a conseguir ler o outro através de seus pequenos gestos, mas poderia afirmar que aquele era um desafio que o encantava cada vez mais.

– O quê!? Não aconteceu nada! – Ao ouvir como a própria voz soara estrangulada, Naruto cedo percebeu que respondera sobremaneira na defensiva, e conteve um suspiro para esconder a própria frustração. Ao notar o estreitar nos olhos escuros, se questionou porque as divindades não o abençoaram com ao menos um pouco da cara insossa de Sasuke, assim ele não seria tão absurdamente transparente com tudo. Engoliu a seco, mordiscando o interior do lábio antes recomeçar, tentando parecer casual ao forçar um tom mais calmo para as palavras improvisadas. – Na verdade, é que eu estou preocupado... Com Konohamaru... Ele anda perdendo aulas por causa da investigação e tudo mais, sabe? Talvez estejamos comprometendo o futuro do nosso aluno, já pensou!? Isso não sai da minha cabeça, juro! Ontem quase não consegui dormir pensando nisso e também... –Naruto interrompeu a própria ladainha fantasiosa quando ouviu um sutil ar de riso, e ligeiramente arregalou os olhos quando conferiu a imagem de Sasuke ao seu lado e viu os lábios moldados num pequeno sorriso jocoso. – O que foi!?

– Um adolescente autuado em flagrante por vender drogas mentiria melhor que você, Naruto. – Sasuke provocou, e a julgar pelo modo com que os olhos azuis desviaram ligeiros de si, ele teve certeza que o outro só estava tentando sustentar uma explicação mirabolante para seu estado de ansiedade. As pupilas negras se destacavam na íris azul pela dilatação, e o moreno não deixou de notar como ele havia se remexido no banco durante todo o breve trajeto que fizeram no carro, os dedos nervosos tamborilando incansáveis sobre as próprias coxas. O observou rolar os olhos para o lado, numa tentativa quase infantil de escapar da conversa, mas não se deixou afetar, apenas repetiu a questão anterior, sobriamente. – O que houve?

Quando Naruto suspirou pela enésima vez naquele fim de tarde, ele começou a questionar todas as decisões que tomara naquele dia, e cedo chegou a conclusão que não, ele não deveria ter aceitado ir ao shopping com Sakura algumas horas atrás, mesmo que o convite tivesse envolvido uma ida à sua doceria preferida. Ainda assim! Não deveria ter aceitado ir a um grande centro de comércio e aglomerações justamente naquele dia do ano, no dia em que cada loja e estabelecimento disputavam entre si para ver quem conseguia ostentar uma decoração mais exagerada com corações extravagantes, no dia em que ele pôde ver inúmeros casais tentando aproveitar a data em algum restaurante especial, no dia dos namorados.