As águas estavam calmas e a névoa pairava densa pelo pântano como um véu, um lugar escuro, frio e que está sempre úmido, no meio de uma floresta, é um lugar que só os mais corajosos resolvem enfrentar.
Existe um reino lá, um reino repleto de magias e segredos. E lá mora uma garota, Myriar, ela mora no castelo que existe debaixo d'água, em um mundo totalmente inimaginável. Ela tem cabelos tão pretos quanto a noite, quase azul, que contrasta com sua pele branca etérea e brilhante, mas se engana quem pensa que ela é uma menina doce e pacífica. Debaixo dessa beleza há uma assassina, fria e calculista, que não se arrepender de nenhuma vida tirada, há uma soldada preparada para os piores desafios.
Mas Myriar, também tem vários pesadelos, e um deles foi de quando ela se tornou isso, são os pesadelos do que a formaram em um espectro da menina boa que ela era.
Todas as noites ela sonha com as criaturas que a transformaram no que ela é, ela sonha com um povo que ela vai matar. Os Dragons e os Obsidians e principalmente quem mandou matar ela e seus pais, o príncipe Zyphor.
Essa noite não foi diferente ela estava dormindo quando acordou assutada, mas ela também ouviu algo diferente. Ela escutou passos silenciosos pelo corredor, mas não tão silenciosos que suas orelhas não pudessem capitar, ela resolve fingir que ainda esta adormecida e escuta alguém tentando abrir sua porta, e então ela soube que estavam ali para a matar.
Fique calma e respire fundo, ordenou a si mesma enquanto escutava a porta ser forçada e por fim ser aberta com um baque surdo.
Seu subconsciente gritou para ela, Você sabe quem eles são, fuja !
Mas ela não se deixou atingir, e continuou deitada esperando. A criatura passou pela porta, ela teve certeza que era para ela morrer hoje, ela viu um Obsidian lá, preto como as águas do pântano, liso e escorregadio, não dava pra ver a sua face, mas ela percebeu o sorriso malicioso que ele carregava.
Então hoje é a minha noite de sorte, parece que vou ter que matar uma dessas criaturas, pensou Myriar.
A criatura se aproximou dela com seus passos lentos e ritmados, já que não conseguia se mover mais rápido que isso na terra, ela aproveitou essa vantagem e se levantou em um salto e aproveitando a surpresa da criatura para enfiar a adaga que deixa embaixo de seu travesseiro nela.
O Obsidian tentou feri-lá, mas Myriar já tinha recuado, mas percebeu que apenas uma adaga tradicional não mataria o Obsidian.
Você precisa ser mais rápida e inteligente, você não treina a tantos anos para ser machucada por isso. Seu subconsciente gritou.
Seu pés se arrastaram pelas tábuas de seu quarto luxuoso, mas sem vida. O Obsidian já estava se refazendo em nuvem de fumaça preta, ela deu mais um passo e se impulsionou para cair em cima do mostro.
Huh, que nojo.
Ela o derrubou e perfurou seu abdômen fazendo ondas de sangue vermelho tão escuro que na noite parecia a água lamacenta do fundo do pantano. Ela saltou de cima dele com um movimento fluido e pegou a espada que estava ao lado das suas roupas de combate, a criatura já mais esperta se reconstruiu rapidamente e deferiu um golpe no braço de Myriar.
Então é assim que você quer jogar, monstrinho.
Usando as sombras a seu favor, ela com um movimento ágil cortou seu antebraço e derrubou a arma da criatura, aproveitando- se disso Myriar girou e cortou a cabeça do Obsidian, que caiu no chão de forma violenta e espirrou sangue nela.Alguns minutos depois alguns criados chegam e vêem toda a bagunça no quarto dela, Myriar está sentada em uma poltrona vendo o sol a começar a nascer. E pensado:
É pouco provável que essa criatura tenha conseguido entrar aqui sozinha, há um traidor aqui. Preciso falar com os guardas do fundo do mar e ver se eles trancaram direito a ponte.
Mas interrompem seus pensamentos, os criados estão pergunto se ela foi ferida, ela responde que não sofreu nenhuma grave dano, apenas seu braço teve um pequeno corte.
Minutos depois o rei e a rainha aprecem e o rei exige saber o que aconteceu lá:
-Um Obsidian entrou aqui senhor e me atacou, mas já resolvi o problema.
Os reis se entre olham, então a rainha diz:
- Minha querida, nós achamos que você já está preparada. Hoje ouve um atentado na parte superior de nosso reino e achamos que foi os Dragons quem os mandaram, eles mataram 2 de nossos soldados. Nós vamos te mandar para fazer uma inspeção.Myriar desceu as escadas com passos firmes, sem demonstrar qualquer hesitação. Foi até o salão de refeições, onde tomou seu café da manhã de forma calma e metódica, sem dar sinais da ansiedade que a tomava. E apesar da aparente tranquilidade, seu interior ardia com um ódio profundo pela criatura que tentou matá-la. Aceitar a missão era, no fim era uma oportunidade de esfriar a cabeça ou, quem sabe, matar alguns Dragons, que trazia enorme satisfação para ela.
Seu único desejo era lutar, não porque se sentia destinada a isso, mas porque o ódio ardente em seu coração a movia. Um ódio que ela não conseguia explicar, mas que consumia cada fibra de seu ser. Ao longo dos anos, ela havia se tornado uma soldada exímia, destacando-se em batalhas e treinamentos. Seus reflexos eram mais rápidos que o de qualquer outro soldado, sua força muito superior à de qualquer ser humano comum. No entanto, o vazio continuava.Myr, foi até a parte superior do reino- que ficava fora d'água- e realizou a inspeções sem problemas, mas ainda não tirava da cabeça que alguém traira eles.
Algumas horas depois, já perto do anoitecer e mais perto do território de seus inimigos, os Dragons, Myr encontrou alguns soldados e escutou uma parte de sua conversa:
-Vamos embora cara, já fazem horas que a gente está aqui e ela ainda não apareceu, vamos para casa e amanhã a gente explica para os reis que ela não veio.
- Não, eu já falei que a gente tem que esperar mais um pouco ou você prefere que a rainha vá contar para sua esposa que você a traiu, hein ? Eles já nos ameaçaram, da próxima vez eles vão nos matar.De quem será que esses aí estão falando ? Quem ele estão esperando e que rainha que está ameaçando eles?
Mas eu sou muito lerda mesmo, né ? E de mim que eles estão planejando matar e é a Valoria e o Kael que estão ameaçando eles.
Então com o entendimento de que tudo isso foi armado para ela, que quem a estava traindo era os reis e não outros soldados, um raiva profunda e antiga a tomou, fazendo ela sair das sombras e matar os 3 soldados.
Desolada mas com um ódio letal, Myriar volta para o castelo e vai direto para a sala de jantar do castelo, mas chegando lá encontra o que ela menos esperava, um baile.
Era o Baile Anual, que reunia todas as casas nobres dos reinos, mas naquele ano era diferente, Myriar sabia que em quem ela mais confiava a mandou direto para a morte, mas não era só ela que parecia conter segredos sobre o que sabia, a maioria dos nobres a seguia com o olhar para onde quer que ela fosse, dava para sentir a tenção no ar.
Myriar resolveu ficar quieta e apenas confrontar os reis amanhã, mas seus planos foram interrompidos no meio da noite quando com um estrondo a porta foi aberta e revelou um homem alto e loiro, com os olhos mais azuis que ela já tinha visto, mas que carregavam mais peso que ela poderia suportar.
Ele a olha intensamente quando falou:- Eu sou Zyphor Zendaar, príncipe herdeiro do reino dos Dragões, e vim aqui para cobrar uma dívida.
O rei se aproxima e pergunta:
- E que dívida seria essa, garoto ?
O príncipe olha com ódio para o rei e fala:
- Encontramos 3 soldados mortos na divisa entre nossas fronteiras....
- Mas acha que o príncipe já sabe que vocês mataram 2 dos nossos, né? - interrompe o rei
- Sim, já sabemos disso -Zyphor o olha com mais ódio ainda- mas ainda falta uma vida para mim revindicar - termina olhando para mim.
Um silêncio recai sobre o salão, mas percebo a maioria das pessoas olhando para mim, inclusive a rainha e então faço minha decisão.
- Eu vou com você, essa é a última vida que você vai reivindicar. - faço uma promessa para ele.
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A Rainha Dos Dois Reinos
FantasiaMyriar, uma assassina silenciosa e mortal, sempre acreditou que sua vida fosse controlada pelo caos e pela violência. Fria e calculista, ela é conhecida por seu desprezo por sentimentos e relacionamentos, preferindo a solidão de sua missão sombria...