Capítulo 5 - A garota

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O mundo é um lugar cruel, principalmente para mulheres, principalmente para mulheres... Eu vivo em uma época onde não tenho opção de escolha, a vida é predestinada para mim, eu não posso ser nada além de uma esposa, e é estranho pensar nisso quando eu tenho apenas 9 anos.

Desde os 5 anos eu ajudo minha mãe a arrumar a casa, conforme os anos foram passando eu fui tendo mais e mais funções, sendo aos poucos inserida naquele mundo que eu havia nascido, um mundo onde os homens são superiores e eu deveria aceitar tudo de cabeça baixa.

Mas eu não queria isso, eu não queria ser mãe, e nem uma esposa, eu queria ser uma cantora, uma mulher com diversos sonhos e talentos, eu queria mais, só que isso jamais seria possível, e sonhos impossíveis costumam ser os mais atrativos.

E eu era uma sonhadora nata, aquela que queria revolucionar o mundo para poder viver seus sonhos, uma sonhadora que gostava de pensar na sua própria utopia perfeita, e que quando está sozinha, gosta de se imaginar vivendo lá, vivendo feliz, no seu mundo cor de rosa e sem ninguém que pode te machucar.

Mas isso não seria possível, porque nasci em um mundo onde isso vai contra as vontades de Deus, para Deus e para os homens, eu era apenas uma encubadora em que a vida nascia. Nada mais.

Mas um dia eu encontrei um homem, um belo homem.

Uns 4 anos depois de crescer a minha vida toda sendo preparada para alguém, estava caminhando entre as árvores para passar um tempo sozinha, costumava fazer isso porque todos nós precisamos de um tempo para refletir e decidir o que fazer, até porque mesmo sendo uma mulher eu poderia escolher morrer e pagar para ver se o inferno era mesmo o meu destino - se bem que, a minha vida já era um inferno - e nesse passeio sem querer esbarrei em um cara e caí no chão, imediatamente me levantei e comecei e pedir desculpas, eu sabia que se fosse um homem da minha vila eu seria punida por esbarrar nele, mas diferentemente do comum, ele apenas falou.

??: Não, está tudo bem, eu não me machuquei.

Me dei ao luxo de olhar para este homem, ele claramente não era dali, tinha cabelos castanhos em um tom avermelhado, olhos verdes no estilo esmeralda e vestia roupas que mostravam claramente a sua vinda de outro lugar. Eu não sei explicar o que aconteceu naquele nosso primeiro encontro, mas eu sem querer acabei me encontrando com o homem mais perfeito que eu já havia visto no mundo, e a sua beleza me cegou.

Dizem por ai que a primeira impressão é a que fica, e que normalmente é o fator apaixonante. Eu sou a prova viva de que isso é verdade.

- Aham... Qual é o seu nome?

Rody: Rody - ele pegou em minha mão levemente, abaixando-se o suficiente para me fazer se sentir como uma princesa e a beijou olhando fixamente lara meus olhos - e você?

Mesmo com o coração disparado a mil, achei uma forma de dizer a ele o que queria saber.

- Eu... Me chamo Marrianne, mas pode me chamar de Manon.

|Vincent|

Felizmente eu consegui punir o Rody o suficiente, pelo menos até eu me sentir satisfeito, ele literalmente está sentado no sofá porque não consegue andar, enquanto isso eu estou tomando um café que foi feito por ele, porque afinal, ele mesmo machucado se ofereceu para fazer meu café, senti um pouco de pena, mas ele havia merecido a punição pelo que fez na igreja.

Enquanto tomo meu café, observei ele, que estava com um olhar meio distante, eu queria poder ler a sua mente, porque parece estar se lembrando de alguém querido, o seu olhar me mostra uma paixão... não, é um amor ardente que de certa forma me faz ter curiosidade sobre quem ele está pensando, essa pessoa parece ser incrível.

Meu lado infernal • Rocent Dead PlateOnde histórias criam vida. Descubra agora