capítulo único

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— Fátima! — Diana sorriu ao abrir a porta de casa. Seu sorriso, no entanto, desapareceu ao se deparar com Robson. Quando chamou Fátima para passar o dia com ela na piscina, o convite definitivamente não se estendia a ele. Devia ter deixado isso mais claro.

— Robson. Você também veio. — A maneira séria como ela disse seu nome, sem nenhum entusiasmo na voz, não foi suficiente para que ele percebesse que não era bem-vindo.

— Claro. Eu não sou maluco de perder a oportunidade de passar o dia na piscina com uma mulher linda como você, não é?

Diana respirou fundo. Fátima olhava fixo para o chão. Esse homem já estava dando nos nervos.

— Bom, — ela se dirigiu a Fátima, fazendo questão de fingir que não havia ninguém ali além dela. — vamos subir? Vem. — agarrou sua mão. A sensação era quente e macia.

— Você pode se trocar ali. — indicou o banheiro — Eu te espero aqui e me troco depois.

— Não, eu vou usar essa roupa mesmo. — Fátima apontou para o próprio corpo. Usava um vestido preto, que deixava a mostra os seus braços fortes. Por mais que não fosse uma roupa feia, não era exatamente o que Diana tinha em mente para um dia ensolarado como aquele.

— Um vestido? — ela franziu a testa.

— Eu não tenho biquíni. Na verdade, eu nem me lembro da última vez que usei um.

Diana quis perguntar o porquê, mas já tinha uma ideia de qual seria a resposta e sabia que não gostaria nem um pouco de ouvi-la.

Resolveu tentar uma outra abordagem:

— Olha, se for esse o problema, eu posso te emprestar um. Eu tenho vários aqui, é só escolher.

Ela viu Fátima relutar internamente antes de aceitar. A maneira como sua boca se curvava um pouco pro lado e o jeito como seus ombros se tencionavam levemente. Diana imaginou como seria tocá-los. Não em um abraço, por cima de todo aquele pano. Imaginou seus dedos tateando aquela pele nua, da mesma maneira como os dedos de Fátima costumavam tatear as teclas do piano.

— Você não acha que tá muito apertado? —  Fátima perguntou quando saiu do banheiro.

Diana olhou para o corpo dela (descaradamente e por muito mais tempo do que o necessário). Já que Fátima estava perguntando, ela tinha que analisar para dar uma resposta, certo? Certo.

— Você tá linda.  — sua voz saiu quase em um sussurro.

Praguejou Robson em pensamento mais uma vez. Como ele (ele!) conseguia ter essa mulher? A vida as vezes era realmente uma incógnita.

Foi só quando seus olhos encontraram o rosto vermelho de Fátima que ela percebeu que ainda estava olhando.

— Ficou ótimo em você, muito melhor do que em mim.

Seus olhares se demoraram uma na outra e Diana tinha certeza de que não era a única a sentir faíscas no ar.

— Você não vai se trocar? — Fátima perguntou, mas em nenhum momento seus olhos se desgrudaram dos de Diana.

Diana sorriu e aproveitou para roçar de leve seu braço no dela enquanto se encaminhava para o banheiro.

[...]

Quando desceram as escadas, Robson não estava mais lá. Segundo Bruna, ele e Hugo estavam no escritório falando de trabalho e logo logo as acompanhariam na piscina.

— Passa pra mim? — Diana se virou de costas, estendendo o vidro de protetor solar já pela metade. Não que ela realmente precisasse de ajuda.

— Claro.

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