CAPÍTULO DOIS

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Stiles agarrou o antebraço de Derek e mal conseguiu evitar pular de excitação. Ele virou seu olhar exultante para o lobo, sorrindo largamente.

"Está aqui!" ele sibilou. "Eu encontrei!"

Derek bufou de rir, mas Stiles já estava pulando para o tronco coberto de musgo. Cuidadosamente, ele pegou a cobra, que se enrolava em anéis na alcova sob a árvore, e imediatamente franziu a testa.

"Oh, coitadinho", ele murmurou, levantando-o acima da cabeça para olhar sua barriga.

"O quê?" Derek perguntou.

Stiles suspirou e se levantou.

"Agora eu entendo por que ela ficou tão perto do meu covil." Ele mostrou a serpente para Derek enquanto se aproximava. "Aqui, viu?"

A cobra estava completamente emaciada. Suas escamas há muito perderam o brilho, e ela mal mexia a língua para fora. Não sibilou, não atacou, mas apenas ficou ali, lutando para se mover.

Stiles pegou a mão de Derek, desenrolou o dedo e pressionou-o contra a barriga da cobra o mais gentilmente que pôde. Não havia sobrado muito dela; em vez de um corpo cilíndrico, havia um longo esqueleto em forma de ferradura por todo o seu comprimento.

"Sinta isso," disse Stiles, esfregando os dedos contra uma carne exausta. "Está morrendo de fome."

Derek se aproximou, fazendo Stiles sentir o calor reconfortante de seu corpo. "Você pode curar isso?"

Stiles olhou para ele. "Não. Receio que seja tarde demais." Ele soltou a mão de Derek e colocou a cobra contra seu peito, esfregando sua cabeça fraca. Parecia que ele estava segurando a pele e não uma criatura viva.

"Você vai matá-lo?" Derek perguntou simplesmente.

Stiles não olhou para ele, apesar da falta de julgamento na voz do alfa. Ele deve ter sentido isso, no entanto, em algum lugar lá no fundo. Afinal, quem era Stiles se não uma bruxa má e miserável prestes a executar seu plano assassino?

Não foi sobre isso, nunca.

"É por misericórdia que concedo a morte", Stiles disse severamente. "Pois sua vida é tormento."

Sem olhar para o lobo, Stiles voltou até o tronco e sentou-se nele, acariciando o triângulo esquelético da cabeça da cobra.

"Você sabe que está falando com um lobo, certo?"

Stiles o ignorou. Derek bufou e caminhou lentamente para mais perto. Ele se abaixou no chão ao lado dos pés de Stiles e olhou para ele de baixo, embora Stiles não o olhasse.

"Você nunca diz nada quando eu lhe trago coelhos ou veados," ele disse, sua voz cuidadosa por algum motivo, mas ao mesmo tempo intransigente. Quando Stiles não olhou para cima, o lobo bufou e agarrou seu queixo, forçando-o a virar a cabeça. Seus olhos brilharam vermelhos em um aviso, mudando para o beicinho de Stiles por um segundo antes de ele rosnar: "Não me coloque no mesmo nível daqueles humanos idiotas. Você matou por mim antes, e eu matei por você."

O olhar de Stiles percorreu o rosto do lobo. Seu coração batia forte contra suas costelas. O calor dos dedos de Derek em seu queixo, seus olhos ardentes e seu coração forte - tudo isso era enlouquecedor, mas nada se comparava à ferocidade de suas palavras.

Stiles nunca encontraria outro que o entendesse tão visceralmente. Ele estava condenado.

Stiles abaixou o olhar. "Desculpe. É um hábito a esta altura."

O olhar de Derek suavizou-se um pouco quando ele abaixou a mão. Stiles quase choramingou com a perda de calor.

"Suas garras de gatinho não são nada para minha pele," disse Derek. "Além disso, que desculpa patética de lobo eu seria para julgá-lo por ter que matar?"

O som do seus ossos (sterek) Onde histórias criam vida. Descubra agora