O som do seus ossos (sterek)

CAPÍTULO QUATRO

Stiles e Erica se entreolharam, ambos desconfiados. A garota estava com a mão na barriga, tão grande que Stiles ficou surpreso com a forma como ela conseguiu andar até aqui.

Seu parceiro, Boyd, estava ao lado dela com a mão nas costas da cadeira e trocava olhares entre ele e Derek. Sua mandíbula estava tensa, e seus dentes rangentes cortavam as orelhas de Stiles.

Stiles exalou, esfregou o rosto sonolento e enterrou as mãos nos cabelos, olhando feio para o casal iluminado pela luz da lareira.

"Preciso falar com você", ele disse finalmente e olhou para Derek.

O lobo, que ficou parado na entrada da sala todo esse tempo, silencioso e apreensivo, assentiu e saiu.

"Não toquem em nada." Stiles apontou o dedo para os humanos e franziu a testa ameaçadoramente, embora, com base nas caras duvidosas dos dois, não tenha tido o efeito desejado. "E não comam. Mesmo que pareça saboroso."

"Por que você está olhando para mim?" a garota gritou de raiva.

Stiles acenou com as mãos. "Eu não conheço vocês, pessoas grávidas!"

"Eu não vou comer nada das suas mãos!"

"Excelente!" Stiles marchou até a entrada.

Rapidamente, ele desceu as escadas e voou para fora.

A lua estava fria, as árvores silenciosas. Uma coruja residente arrulhava em algum lugar próximo como uma velha senhora dormindo.

"Por que você os trouxe aqui?" Stiles perguntou, colocando as mãos nas laterais do corpo.

Derek encontrou seu olhar ardente calmamente por alguns momentos antes de se virar para encarar a lua.

Stiles bufou e balançou a cabeça. "Eu sou uma bruxa, Derek. Eu lido com a morte. Eu não salvo vidas, nem curo filhotes ou mulheres grávidas—"

"Você me salvou."

Derek olhou para ele, e Stiles sentiu cada centímetro daquele olhar.

"Eu matei", disse Stiles.

"Ela? Sim. E então você me trouxe da beira da morte."

"Isso não é—"

"Eu teria morrido de acônito", Derek insistiu, mantendo seu olhar refém. "Então não ouse me dizer que você não salva vidas."

"Derek." O coração de Stiles batia forte contra sua caixa torácica.

"Eu posso mandá-los embora," disse Derek. "Se você me disser, eu farei isso. Ou podemos pensar em uma maneira de ajudar."

Um canto da boca de Stiles se ergueu em diversão.

"Imagine se eu dissesse a alguém que você é tão mole." Stiles empurrou o ombro de Derek de brincadeira e gritou quando o lobo pegou sua mão em um movimento rápido como um raio.

"Imagine se alguém acreditasse em você."

"Tocado."

Ele estava certo, no entanto, porque ninguém jamais acreditaria que o lobo era capaz de simpatia. Suas garras foram feitas para matar e não para arranhar gentilmente a pele fina do pulso de Stiles; suas presas foram feitas para rasgar a carne e não para ficar penduradas em um fio no pescoço de Stiles.

"Para o inferno com você, lobo," Stiles balançou a cabeça e começou a andar de um lado para o outro. Derek o seguiu com o olhar. "Deixe-me pensar... Não há muito que eu possa usar com ela. Maracujá, bacopa, kava, valeriana — O que posso usar?"