. 𝓟𝗋ó𝗹𝗼𝗴𝗼 .

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⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Para algumas pessoas, fugir do que lhes causa dor é um alívio; para outras, pode ser seu maior pesadelo

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⠀⠀⠀Para algumas pessoas, fugir do que lhes causa dor é um alívio; para outras, pode ser seu maior pesadelo. Daxton havia sido forçado a encarar o seu: voltar para casa e admitir seu fracasso.

Após três longos anos, ele estava prestes a reencontrar sua namorada, com quem mantivera contato apenas por cartas e, ocasionalmente, por ligações. O medo era inegável. Nos últimos meses, Lily parecia distante, mas ele não a culpava. Havia passado tanto tempo fora, vivendo tantas coisas, que compreendia que ela seguiria sua vida sem ele.

Ao mesmo tempo, Daxton sentia algo difícil de descrever. "Estranho" não era a palavra exata, mas era a que mais se aproximava do que queria expressar. Seu melhor amigo, Diego, morrera diante de seus olhos durante um ataque. Nem mesmo o ferimento que quase lhe tirara o braço doera tanto quanto vê-lo morrer naquele momento. Foi a primeira vez que seu cérebro pareceu entender o caos que sua vida havia se tornado. Por meses, ele existiu em um estado de êxtase sombrio, quase como um vegetal, incapaz de se mover e atormentado por uma dor mais profunda que qualquer ferida física: a perda de Diego.

Ele não chorou por um dia, nem falou por semanas. Estava em choque, devastado. As lembranças de tudo que presenciara durante aqueles três anos o assombravam, e apenas Diego fora capaz de lhe dar forças para continuar. Diego sempre encontrava uma maneira de levantar o ânimo de todos, prometendo que, no fim de tudo, estariam juntos, comemorando.

Além do dia do incidente, outro momento estava gravado em sua mente: Daxton paralisado em uma cama ao lado de outros soldados feridos, incapaz de se mover e já há um mês sem falar. Foi quando Amira, a enfermeira árabe que cuidava dos homens desde o início dos ataques, chegou com uma carta. Era de Lily, escrita quatro meses antes do ataque fatal. Ela falava sobre a faculdade, sobre a saudade e o quanto ansiava pelo retorno de Daxton. Ele desabou. Chorou como uma criança, e o silêncio tomou conta do lugar. Era uma cena que, apesar de comum, ninguém esperava ver de Daxton. Ele não chorava de saudades; chorava pelo arrependimento. Se questionava sobre todas as suas escolhas: poderia ter vivido uma vida normal, sem jamais conhecer Diego, sem jamais deixar Lily, sem jamais ter partido. O arrependimento era amargo, um sabor que sabia que carregaria pelo resto da vida.

— Senhor, senhor! Estamos desembarcando. — A comissária o chamou várias vezes. Embora estivesse desperto, sua mente estava longe.

— Obrigado.

Ele respirou fundo, como se precisasse reter o fôlego até ver o rosto de Lily. Não queria desabar em lágrimas ali mesmo, mas a angústia de voltar para casa sem saber o que os últimos três anos haviam reservado para seus amigos o atormentava. Tinha medo, mas não queria que ninguém soubesse.

O mar de pessoas à sua volta o deixava ansioso, quase desesperado, enquanto procurava um rosto familiar. Não precisou procurar muito. Ao avistar a boina vermelho-cereja, soube de imediato quem era. Correu em direção a Lily, que conversava ao telefone, e a surpreendeu ao erguê-la no ar.

— Puta que pariu, Dax! Você quase me mata de susto. — Ela se agarrou a ele, distribuindo beijos por seu rosto. — Meu amor, que saudade! Você está... — Ela passou as mãos pelos braços dele. — Mais forte, hum.

Ele a encarou por alguns segundos, em silêncio, apenas aliviado por sentir o calor do corpo dela e ouvir sua voz depois de tanto tempo.

— Que saudade, amor — murmurou, enquanto a colocava no chão.

— Esperei tanto por esse dia que nem sei como reagir agora que você está aqui.

— Me leva pra casa... é a melhor coisa que você pode fazer por mim, por favor.

— É pra já, soldado.

Ela disse a última frase em um tom divertido, mas, aos ouvidos de Daxton, soou como um som agudo. O arrependimento ainda era amargo, insuportavelmente amargo.

𝗌𝗈𝗆𝖻𝗋𝖺𝗌 𝖽𝖾 𝗮𝗺𝗼𝗿  ᡣ𐭩 ּ ꫂ   사랑Onde histórias criam vida. Descubra agora