⠀⠀aviso de conteúdo sensível: depressão.
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⠀⠀⠀Dois dias tinham se passado desde a última sessão, e Daxton parecia preso em uma bolha. Trancado no quarto, o silêncio denso e as horas lentas eram o único consolo que ele encontrava. Por mais que tentasse se desligar de tudo, seus pensamentos sempre voltavam a Lily, que, mesmo preocupada, respeitava seu espaço. Era um conforto agridoce: ela queria estar por perto, mas deixava que ele se perdesse em sua própria escuridão.— Você não vai sair? — perguntou Lily, passando geleia numa torrada com calma. Eram seis da tarde de um sábado, e ela já se preparava pra sair com as amigas.
— Não. Vai tranquila e aproveita.
Nunca foi de ser ciumento, sempre entendeu que Lily gostava de ter o próprio espaço. Mas, desde que voltara, algo parecia errado. Era como se ele fosse um estranho na própria casa, vendo Lily seguir em frente, enquanto ele... apenas estava ali.
— Você podia sair com algum amigo, amor. — Ela passou a mão no rosto dele, um gesto de ternura e preocupação. — Já faz semanas que você tá em casa. Não acha que um pouco de ar fresco ia te fazer bem?
Sem que precisassem dizer, tinham feito um acordo silencioso: não falar sobre a terapia, e menos ainda sobre a guerra. Esse pacto o incomodava, mas Daxton preferia poupar Lily de seus demônios. Evitava qualquer conversa mais profunda, tentando convencer a si mesmo de que conseguia segurar o peso sozinho.
— Vai ficar tudo bem, amor. Quando eu estiver um pouco melhor, vou procurar um emprego.
— Você sabe que não precisa — respondeu ela, e seus olhares se cruzaram, carregados de palavras que ambos evitavam. — Certo, vou pra estação antes que a Julia comece a me ligar. Cuida de você, toma seus remédios, tá? — Lily saiu apressada, calçando os sapatos e pegando a bolsa. — Eu te amo! — disse, já com a porta quase fechada.
— Também te amo — murmurou Daxton, sentindo a solidão se apoderar do lugar outra vez.
Naquela noite, os pesadelos voltaram com força. Daxton despertou com o coração aos pulos, sentindo o peito apertado. O quarto escuro parecia sufocá-lo, e ele mal conseguia distinguir o que era sonho e o que era real. Já passava das onze, e Lily ainda não estava em casa. Sentiu o vazio ao seu lado na cama, o silêncio cortante pela casa. Levantou-se, foi até o espelho do banheiro, e viu seu reflexo pálido, exausto, as olheiras roxas desenhando um cansaço que parecia não ter fim. Jogou água no rosto e vagou pela casa, onde a luz fraca das janelas iluminava a noite lá fora.
Seu celular piscava com uma mensagem de Amira, enviada uma hora antes:
"Vamos sair pra beber?"
"Daxton, eu preciso conhecer uma mulher logo! Se depender de você, vou ficar encalhada pra sempre."
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𝗌𝗈𝗆𝖻𝗋𝖺𝗌 𝖽𝖾 𝗮𝗺𝗼𝗿 ᡣ𐭩 ּ ꫂ 사랑
RomanceDaxton é um jovem marcado profundamente pelos traumas do serviço militar. A perda de seu melhor amigo e os horrores vividos durante a guerra o deixaram emocionalmente devastado, obrigando-o a retornar para casa em busca de recuperação. Joseph, um te...