Ariana um conto quase de fadas

Prólogo

Ariana

No reino de Jocelyn havia uma princesa, determinada como o pai e linda como a mãe; o rei Conrad, homem honrado e justo, amado por seus súditos, perdeu sua esposa quando sua filha ainda era um bebê. Ariana Cristina, a primogênita, era sua princesinha mimada e adorada por todos, menos pela rainha – sua madrasta – ela tinha seu próprio tesouro, seu filho, o príncipe Daniel. Ariana tinha a beleza da mãe, cabelos negros e espessos, e olhos tão azuis como águas marinhas.

Quando Ariana nasceu, sua mãe adoeceu e logo depois faleceu, o rei precisava de uma nova esposa que lhe desse mais herdeiros e o ajudasse a criar a pequena princesa, mas a jovem rainha, Bárbara, não tinha essa intenção, ela desejava o poder e nada mais.

Aos quinze anos, Ariana recebeu a notícia de que se casaria com seu primo, o Conde de Darnell - Willian - jovem atraente e muito simpático. Seu rosto comprido de maxilares fortes contrastavam com seu nariz aquilino, olhos castanhos e gentis, completavam o seu rosto, emoldurado por cabelos castanhos lisos e finos. Willian não era forte, mas tinha um bom físico, gostava de praticar esportes e era um ótimo cavaleiro. A princesa aceitou de bom grado o casamento, pois já gostava do primo mesmo antes do acordo ser feito.

A vida de Ariana era como de qualquer princesa, aulas de etiqueta e trabalhos manuais com suas preceptoras, línguas, ciências e conhecimentos gerais, equitação com o chefe dos estábulos, e em segredo, com a ajuda do primo, ela praticava o arco e flecha. Havia os passeios e as festas, mas Ariana só convivia com a nobreza, raramente ela tinha contato com o seu povo.

Então seu pai veio a falecer de forma misteriosa e sua madrasta começou a persegui-la, primeiro de forma sutil e depois, tão descaradamente que até Willian percebeu e tomou a iniciativa de proteger sua prometida.

__Não pode fugir, o Reino precisa de ti, é sua responsabilidade como herdeira de Conrad. – ele disse veemente, enquanto a jovem o olhava assustada, com grandes olhos azuis a observá-lo.

__Não entende Willian, se eu permanecer no castelo, serei assassinada como meu pai. Tenho que me esconder por um tempo.

__Então marcaremos a data do casamento e assim ela não poderá lhe fazer mal.

__Não seja inocente Willian, ela com certeza já pensou nessa possibilidade. Você não acredita realmente que ela permitirá que eu me case e dessa forma assuma o trono que ela tanto deseja.

__Mas depois de casada não haverá formas de atingi-la Ariana. Você estará a salvo como minha esposa.

A jovem pareceu refletir por alguns segundos e completou enquanto sacudia vigorosamente os cabelos.

__Não Willian, eu não posso me casar com você agora. – ela o abraçou e apoiou a cabeça em seu ombro. __Eu não lhe contei tudo.

__Tudo o quê? – ele a afastou com delicadeza para encarar seus olhos. __O que você está me escondendo?

__Ontem eu... eu a ouvi conversando com o chefe da guarda... – ela fez uma pausa para conter um suspiro. __Acho que ela o seduziu, eu não sei... só sei que Bernardo a está ajudando e ela disse que se você interferisse iria sofrer as consequências, sua família iria sofrer.

Willian a observou atônito por alguns segundos e se moveu inquieto pelo pátio escuro, parou de costas para ela, passou as mãos pelos cabelos e voltou-se.

__Por que não me disse isso antes? Preciso alertar meus familiares; Ariana, preciso protegê-los.

__Não vê que é justamente isso que estou tentando fazer? Se eu fugir, você ficará bem, ela não precisa saber que me ajudou. – Ariana caminhou até ele e o segurou pelos braços. __Isso não era pra estar acontecendo, você nem deveria estar aqui. Eu planejei sair durante a noite sem que ninguém soubesse.

__Não pensou mesmo que eu não saberia, não é mesmo? Estou atento a tudo que você faz querida, não quero que nada de mau aconteça a ti. Eu te amo Ariana, como pode pensar que ficarei bem sabendo que está por aí sem lugar para ficar.

__Eu dou um jeito. – ela disse e lhe deu um beijo rápido antes de escalar a muralha da cidadela em direção aos becos escuros de Jocelyn.