Meu querido abismo

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É costumeiro eu ter devaneios, aqueles que me levam a lugares que a mente humana mal consegue compreender. Mas eu costumo ir para o meu abismo. O ar é raro, mas, ainda assim, gosto de estar lá. É uma sensação de acolhimento. Eu olho para o abismo, e ele me olha de volta. Meu querido abismo particular. Costumo gritar nele e ouvir meus gritos ecoarem, sem um fim certo. Apenas eu e minha própria voz. Crescer rápido me fez encontrar métodos de escapar da cruel realidade, e assim, criei meu próprio abismo. Ele sempre estará lá por mim, e eu estarei ali por ele. Estranho? Com certeza. Real? Não... Meu abismo é apenas mais um dos meus devaneios diários. Quem me dera ele fosse real... Se fosse, talvez eu já tivesse pulado. Subjugar que a morte é uma escapatória mais simples e comum dos humanos. A vida é complexa, e quanto mais sabemos, mais devaneios temos, mais abismos criamos. Nossos queridos abismos... nossas fugas da realidade. Fugas por termos crescido rápido demais para entender que o que fazemos não é certo. Mas quem liga? Ninguém... Então, somos só eu e meu querido abismo...

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