CAPÍTULO 12

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RIVER

Já está escuro quando volto para o meu prédio e
ninguém atende na porta da Mara. Tentei ligar para
ela, mas continuava caindo na caixa postal, então ou
ela me bloqueou ou o telefone está desligado. Tinha
que desabafar e, aparentemente, isso incluía entrar em uma briga com Andy e Jack. Ao mesmo tempo.

De alguma forma, na luta, consegui acertar
meu próprio lábio, então ele está arrebentado e sangrando.

Entrando no meu apartamento, jogo as chaves na
mesa e suspiro. Tudo o que queria fazer era pegar a
porra da comida e depois cair na cama com Mara até o fim dos tempos.

"Era pedir muito?!" Grito para o vazio.

"Depende da pergunta."

Eu me viro tão rápido que quase caio, e é quando
vejo meu irmão Felipe sentado no sofá da minha sala.

"Que porra você está fazendo aqui?"

Ele lentamente se levanta e enfia as mãos nos
bolsos.

"Troque-se. Nós vamos sair."

"Não estou com vontade." É quando olho para
minha camisa e vejo que há sangue por toda parte.

Decidindo que não quero mais tê-lo comigo, tiro minha camisa e vou para o meu quarto.

"Você pode ir agora."

"Você vai querer vir comigo quando eu for embora."

Ele está bem atrás de mim e, quando não respondo,
ele se encosta no batente da porta do meu quarto e me observa com aquele olhar onisciente de irmão mais velho.

"Se isso é sobre o papai, você estava certo, ok?"

"River," diz enquanto pego uma camisa e ainda não
olho para ele. "Eu não queria estar certo, mesmo
que você não acredite nisso. Não queria que você passasse pela dor para ver por si mesmo."

"Está feito."

Há uma finalidade em minha voz, mas senti isso em minha alma depois de hoje.

"Isso não é sobre papai, é sobre Mara."

Ouvir o nome dela deixa meu corpo em alerta.

"O que está errado? Ela está bem?"

Meu irmão chato sorri para mim.

"Vista-se."

Ele se afasta da porta e, por mais que queira
derrubá-lo no chão e entrar em outra luta, estamos
empatados e não estou com vontade de levar uma
surra. Vestindo uma camisa e colocando jeans, vou ao banheiro e tento limpar meu rosto. Não há muito que eu possa fazer, então lavo o máximo possível de
sangue e pego minhas botas.

"Onde estamos indo?" Pergunto enquanto os coloco.

"Nós vamos encontrar Beckett em um clube."

Paro o que estou fazendo e olho para ele, pronto
para revirar os olhos.

"Não vou para uma porra de boate, Felipe. Nem mesmo uma que você costumava ter."

"Mesmo que Mara esteja lá?" Ele me dá um olhar
compreensivo e simplesmente sai pela porta da frente como um idiota, sabendo que vou segui-lo.

Preciso me lembrar de fazer xixi na piscina dele na
próxima vez que estiver na casa dele.

"O que faz você pensar que quero vê-la?" Digo enquanto pego minhas chaves e me apresso para alcançá-lo.

"Falei com nossa irmã." Ele entra no banco de trás
do carro que está esperando no meio-fio, e faço um
som irritado quando entro com ele.

"Ela não atende minhas ligações."

Assim que a porta é fechada, o carro começa a se mover.

"Provavelmente porque ela não pode ouvir você
ligando."

"Mara não vai a boates." Percebo que estou
discutindo com ele, mas não me importo.

"Olha, River, sei que isso não é fácil. Sei como é
amar tanto alguém que isso te deixa louco." Ele
olha pela janela e não tenho dúvidas de que está pensando em sua esposa, Amelia. "E sei que às vezes você tem que ser um pouco sorrateiro para conseguir o que quer."

"Como assim, ser sorrateiro? Não quero mentir para
ela."

"Não é isso que estou dizendo."

"Então vá direto ao ponto." Estou tão perto de
enlouquecer que mal consigo pensar direito.

Por que Mara está na porra de um clube? Seja qual for o motivo, sua bunda está voltando para casa comigo.

"Você sabe que ela está no clube, mas ela não sabe
que você está indo para lá." Ele bate o joelho no meu."Use isso a seu favor."

"Ora, porque tudo que quero fazer é invadir lá e
destruir o lugar. Sem ofensa."

Ofereço a última parte porque, embora não queira o negócio da família, é assim que me sinto.

"Você virá ao escritório comigo, e encontraremos
Beckett lá. Você pode vê-la nas câmeras."

Embora esteja com tanta raiva que minha visão está
embaçada, estou tentando ouvir o que Felipe está
dizendo. Preciso me acalmar e descobrir como
consertar isso. Obviamente Mara precisava desabafar ou algo assim, mas ela vai me ouvir.
E se isso não funcionar, então vou esmagar e quebrar tudo.

"Tudo bem, mas se algum cara estiver tocando
nela..." Não consigo nem terminar a frase.

"Vou ajudá-lo a acender o fósforo. Negócio
fechado?"

Concordo com a cabeça, e um longo silêncio se
estende entre nós.

"Eu a amo," digo, mais para mim mesmo do que para Felipe, mas ele aperta meu ombro.

"Eu sei, River. Desde que me casei com Amelia, sei
o que você sente por ela."

"Como?" Estou tentando pensar em uma ocasião em
que disse ou fiz algo que poderia ter me delatado.

"Eu sei como é olhar para uma mulher e prometer
seu coração a ela na hora."

Sentando-me no meu lugar, penso sobre suas
palavras e como elas estão exatamente certas. Mara
sempre foi minha desde a primeira vez que a vi. Não
sei se ela percebeu, mas ela carrega um pedaço de
mim desde então.

Quando paramos no clube, somos levados pela
segurança para uma entrada privada. De lá, usamos o elevador privativo, e fico surpreso com o silêncio. Você não pode ouvir música de dentro, e tudo está escuro.

As portas do elevador se abrem para um grande
escritório, e percebo que logo à frente há uma janela
de vidro que dá para o clube. À direita, há uma parede de câmeras, e é onde Beckett está sentado.

"Viu alguma coisa?" Felipe pergunta enquanto
caminha para ficar ao lado do Beckett.

"Quem é?" Beckett me olha e me aproximo dele.

"É uma das amigas dela. Não sei o nome dela."

Mal olho para ela porque meus olhos estão procurando por Mara.

"Tem certeza?" Beckett se aproxima da tela e
aperta os olhos. "Será que posso pedir para a segurança verificar a identidade dela?"

"Por que você faria isso?" Felipe se vira para o
melhor amigo, mas Beckett fica calado. "Hmm,
interessante," ele reflete.

"Pronto," digo, enquanto coloco meu dedo contra a
tela.

"Você a encontrou?" Felipe pergunta, mas o ignoro,
pois meu foco total está em Mara.

E a porra do minúsculo vestido dela.

Apostando na noiva ( 3 livro da série Realeza de Andora )Onde histórias criam vida. Descubra agora