Parte 3: O Entrelaçamento

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Certa noite, após mais um longo dia de pesquisa, Marina se viu olhando para o céu da cidade, perdida em pensamentos. Será que ela estava imaginando tudo? Será que a súbita mudança no comportamento de Camila era apenas fruto da sua própria mente desejosa?

Decidida a esclarecer seus sentimentos, ela retornou ao laboratório. Para sua surpresa, Camila estava lá, sozinha, perdida em cálculos na mesa de trabalho. A luz suave dos monitores iluminava seu rosto de maneira delicada, e Marina sentiu o coração acelerar.

— Não consegui dormir — Camila confessou, percebendo a presença de Marina.

— Nem eu — Marina respondeu, se aproximando.

Os olhos de Camila encontraram os dela, e a sala, de repente, parecia pequena demais para tanta eletricidade. Era como se as palavras não fossem mais necessárias, como se ambas soubessem o que estava prestes a acontecer, mas nenhum experimento pudesse prever o resultado.

— Às vezes, penso que estamos... — Camila começou, mas sua voz falhou.

— Entrelaçadas? — Marina completou, a palavra saindo antes que pudesse controlar.

Camila sorriu, um sorriso que não tinha a ver com as partículas, mas com algo mais profundo, mais humano.

— Sim, entrelaçadas.

Nesse momento, elas se aproximaram lentamente, como se o universo estivesse empurrando-as uma para a outra. Quando seus lábios se tocaram, foi como o colapso de uma função de onda. Todos os mundos, todas as possibilidades, se reduziram a um único momento. E nesse momento, tudo fez sentido.

Entrelaçadas  (completo) Onde histórias criam vida. Descubra agora