Um cachorro?(Juliana)

26 2 0
                                    

Carol, a menina nova saiu correndo para a sala sem o sinal ter tocado. Se eu fosse outra pessoa, acharia que tem algo estranho no colar, mas já vi várias coisas estranhas na minha vida, e não vale a pena criar caso por mais uma.
Saio de lá também e volto para o pátio.
O sinal toca e sinto uma sensação estranha de estar sendo observada. Como já escureceu decido subir mais rápido até que vejo alguns alunos voltarem correndo, o quê não é comum, nem um pouco. O certo seria eu correr também, mas a curiosidade me vence e continuo a andar. O que vejo no final do corredor é algo que nunca vi antes, pior que tudo o que presenciei de estranho.
Um bicho parecido com uma larva gigante branca e nojenta está correndo atrás de alguns alunos e parece perigoso. Logo, percebo que li sobre ele. Um demonio, mas eles não deveriam existir. Vai contra tudo já ensinado, isso não deveria existir de acordo com a maioria das pessoas. Me escondo na sala da coordenadora, conhecidentemente destrancada hoje.
Os alunos continuam correndo e minha amiga Marcella passa e me diz:
-Você vai ficar aí parada? Um cachorro enorme e nervoso como esse é perigoso!
Ela continua correndo. Eu ouvi direito? Um cachorro?
Não tenho muito tempo para pensar sobre isso pois o demonio decide correr atrás de todos para perto das escadas. Ele está de costas para mim, e se eu não fizer nada não irá nem me notar.
Contra tudo o que é ensinado e todos os instintos de autodefesa, pego um peso de papel da mesa da coordenadora e jogo no demonio. Ele se vira em minha direção e esquece os alunos que correm em disparada. Nem sinal da Carol, mas não tenho tempo para pensar nisso agora.
A criatura é lerda apesar de mortal, e dá tempo de eu correr para as escadas que levam à secretaria, com a criatura que deduzo que é um demonio mas não tenho certeza atrás de mim ganhando velocidade. Corro para fora da secretaria e a moça que fica lá grita ao ver a criatura atrás de mim à toda. Sorte que sou rápida, se não já teria me ferrado a uma altura dessas, e estou ganhando tempo para os alunos correrem.
Chego correndo ainda à toda no pátio. A porta está fechada, a criatura ainda atrás de mim e eu não tenho mais para onde correr. Pego uma pedra caída no chão e jogo contra a criatura, mas ela nem nota ou se machuca, por causa de sua dura carapaça. Viro de frente para ela e encosto as costas na pedra fria da parede. Estou muito encrencada.
Quando a criatura chega mais perto e se prepara para acabar comigo, ouço um barulho e ela se transforma em cinzas. Um garoto e uma garota, ambos ruivos e extremamente parecidos estão na minha frente, com espadas. Por algum motivo, mataram a criatura que ia me matar.
Eles não dizem nada, apenas me encaram e eu resolvo sair dali. Era muita bizarrice para um dia só.

Amigas para sempre: Uma vida de aventurasOnde histórias criam vida. Descubra agora