A vida é só um jogo?(Juliana)

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Carol e Gumi saíram e me deixaram sozinha com Mike e Mel. Embora eu não tenha usado palavras muito cortesas, espero que alguém fale alguma coisa para quebrar o clima pesado. Por fim, Mel, a desinibida e mentirosa quebra o silêncio com uma acusação que me deixa fervendo de raiva:
-Olha o que você fez! Agora Carol está chateada!

-Escuta aqui Mel, eu só fiz o que eu tinha que fazer! Então baixe sua bola! - Respondo. Hoje essa menina está insuportável.

-É? Por que não pergunta pra Mike como deveria ser educada com uma deusa? Que coisa, não sabe lidar com as pessoas?! - Ela me dá uma bronquinha infantil e minha paciência vai pro espaço de vez.

-Sua... - Não termino a frase porque Alex aparece do nada. Tipo, do nada mesmo. Será que as pessoas brotam do chão aqui? Claro, sou boa em me esconder como deveria ser, mas ele se esconde muito bem, e aparece como se brotasse mesmo.

-Ela não fez nada que não deveria ter feito. Conheço a Carol à mais tempo que vocês dois, acredito eu, e você está claramente tentando tirar seu nome da reta. Então fica quieta que eu não conto que foi você quem atrasou o relógio... Ops, acho que escapou... - Ele diz sério e depois sarcástico. Mel atrasou o relógio? Como esse menino descobriu? Alex precisa me ensinar alguns truques...

-Desisto, Carol bloqueou a mente dela... Só daqui á umas 3 horas agora... E Mel, eu realmente não acredito que você fez isso, sério você quase acabou com minha vida! E a troco de que? -Mike está um tanto irritado.

-Não entendo também. Sério, não vale a pena estragar a vida de alguém por algumas horas... Mas também não vale a pena brigar com alguém que você gosta só por causa de uma festa... Acho... - Alex parece um pouco incerto nessa parte, mas mesmo assim sua opinião convence. Será que, como eu, Jocelyn e Jonathan ele nunca namorou? Nunca gostou de alguém? As semelhanças entre meus amigos e este novo caçador de sombras que conheci á pouco tempo ficam cada vez mais evidentes, e fica claro que ele pode virar nosso amigo, mais que um conhecido.

- O que eu posso fazer é esperar... Carol não vai parar um jogo tão impotante e tanto ela quantos os outros precisam jogar um pouco... - diz Mike, já sem esperanças.

-Se ela realmente ama você pararia qualquer coisa. E afinal, que jogo é esse? - Pergunto intrigada. Que jogo é esse, tão importante para minha velha amiga e... O resto? Um jogo que não pode ser parado por nada... Realmente não tenho ideias.

-É melhor você não responder essa pergunta... Deixa pra lá, você vai odiar. Eu odeio. - Diz Alex. Respondo sendo impulsiva novamente, sem pensar:

-Então porque você odeia eu tenho que ficar curiosa? Se não vão me dizer, descubro eu mesma!

-Essa não... Já viu no que vai dar Mike? - Alex não tenta me impedir, o que é bom, mas também não fica tão quieto quanto eu gostaria. Saio de lá ouvindo a resposta de Mike e mais nada:
-O jogo da vida tem imensa importância... Nem o amor é capaz de pará-lo...
Jogo da vida? Sei de um jogo de tabuleiro com esse nome, mas não acho que seja isso, por mais que os imortais sejam estranhos. Mesmo assim, que idiotice! Por isso nunca acreditei em amor verdadeiro: Qualquer coisa está na frente, qualquer coisa é capaz de parâ-lo... Se tantas coisas são mais importantes, pra que amar? Essa sempre foi e será minha filosofia desde os nove ou dez anos. Não temos espaço para isso, e, sinceramente, pelo menos eu estou bem assim. E sempre vou estar. Divago mais sobre meus pensamentos diferentes e meio doidos, passando por várias coisas em que não pensava desde que me tornei caçadora de sombras e ao mesmo tempo pelos corredores do castelo. Como meu senso de direção sempre foi péssimo, desisto de tentar achar um caminho e apenas vago até, por acidente e uma incrível sorte que nunca tive, tropeçar justo no tapete da sala em que ouço a voz de Carol. Se ela está lá, o jogo está rolando ainda. Entro lá dentro com minha melhor cara de "não sabia o que estava acontecendo" e espero alguém me notar.

Amigas para sempre: Uma vida de aventurasOnde histórias criam vida. Descubra agora