Capítulo 7

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Dylan

Após receber a flechada nas costas, tudo se tornou um borrão escuro e, somente depois, escutei a voz da Charlotte à distância, provocando-me. Foi através dessas provocações que despertei para a realidade de que me transformei em um monstro e destruí metade da cidade.

Charlotte me convertou em um monstro ao invés de me curar. Entretanto, não sinto raiva, apenas um alívio por conseguir me trazer de volta.

Samuel e Dion estão mais feridos do que a Charlotte; isso demonstra que dei trabalho para que eles me resgatassem. Sam nos deixa a sós e se dirige aos carros, enquanto Charlotte expõe seus sentimentos despedaçados. Mantemos um silêncio constrangedor enquanto ela permite que sua dor se manifeste.

Mas mesmo diante da evidência de que fomos drogados e a minha ameaça, ela não nos perdoará. Teve a audácia de afirmar que merecemos um troco, o que deixa Dion enfurecido.

Ele a ergue e a coloca em seu ombro, caminhando enquanto ela se debate, socando suas costas, mas meu irmão permanece indiferente.

Minutos depois, entramos na casa onde estou vivendo e a leva para o quarto, jogando-a na minha cama.

"Porra, Dion," - Charlotte protesta, levantando-se da cama. Meu irmão a puxa e ataca seus lábios. - "Mais um que acha que pode brincar comigo," - ela se afasta. - "Qual é o seu problema?"

"Meu problema é você dizer que vai se deitar com Samuel e Jake para se vingar de nós, mesmo sabendo da verdade. Meu problema é saber que você pertence a nos e acha que pode brincar com fogo sem se queimar," - ele agarra seus cabelos. - "Você é meu problema, e agora que a verdade foi revelada, vou reivindicar o que é nosso por direito."

"Acha que isso é simples?"

"Você está com raiva e ferida, mas pensa que é a única a sofrer?" - Ela permanece em silêncio. - "Eu consegui amar a mulher do meu irmão, e formamos um trisal insano, enfrentando dificuldades para que essa loucura funcionasse, e então aparecem três mulheres da escuridão e destroem tudo. A maldita droga foi mais forte, e se não fosse por ela, nada disso estaria acontecendo, pois eu jamais permitiria que outra mulher me tocasse."

"Você não acha que está sendo injusta?" - Pergunto enquanto me aproximo. - "Veja seu estado, está fraca e magra porque está longe de nós. Preferiria morrer lentamente a nos perdoar por causa do orgulho."

"Não é orgulho. Mas toda vez que fecho os olhos, vejo vocês com aquelas vadias, simplesmente não consigo ignorar," - coloca a mão na cabeça.

"Se eu estivesse em seu lugar, te perdoaria, e juntos superaríamos toda essa merda, porque sei que você foi uma vítima de um plano diabólico e, além disso, porque te amo," - Dion segura seu rosto. - "Você acha que iríamos te trair mesmo sem a droga?"

"Não."

"Volte para nós e vamos superar essa merda juntos. Eu não aguento mais viver sem você, minha vida não faz sentido sem a mulher pela qual sou loucamente apaixonado." - Encosta sua testa na dela. - "E assim Dylan não entra em colapso a cada instante; você viu como ele ficou descontrolado por estar no limite, e levamos uma surra. Não estou a fim de tomar outra."

"Desculpem por machucar vocês," - falo envergonhado.

"Você deixou todos quebrados, mas o importante é que te trouxemos de volta," - Dion diz, olhando para mim. - "Então, Charlotte?"

"Eu..." - Gagueja, olhando para mim.

"Não suportamos mais estar longe de você, por favor, volte para nós, meu amor," - fico ao lado de Dion, segurando a mão dela. - "Ou preferiria que eu queimasse o mundo?"

"Dylan!"

"Falo sério, vou queimar tudo se você não voltar para nós."

Charlotte

Saber que Dion tentou tirar a própria vida me deixou aturdida; não tinha ideia de que seu amor por mim era tão doentio quanto o de Dylan, ao ponto de querer acabar com tudo.

Estava brincando sobre dar um troco, mas agora sei que eles estavam sob o controle de uma droga afrodisíaca, e mesmo assim, isso não diminui a raiva que sinto por esses dois idiotas, que deixaram que três humanas insignificantes os usassem contra mim.

Como puderam ser tão tolos a ponto de cair em uma armadilha e ainda serem drogados? Que ódio.

Dar o troco neles para sentir a mesma dor que senti seria rebaixar-me ao nível da esposa de Nikolas, e sou superior a essa humana insignificante.

Mas se eu os perdoar, tenho certeza de que Gilbert não ficará parado, mesmo após prometer que deixaria em paz se Dylan e Dion forem inocentes. E se não perdoar, perderei meu filho.

Soube da existência dos gêmeos recentemente, e mesmo que tenham sido cobaias por anos, eles vieram de mim, têm meu sangue e não posso simplesmente abandoná-los.

Qualquer caminho que eu escolha resultará em perda. Estou em uma encruzilhada interminável e não sei o que fazer.

"Só Deus sabe o quanto amo vocês dois, e não me arrependo de ter feito o necessário para te salvar. Mas conhecendo Gilbert, ele não desistirá e usará todos os meios possíveis para me levar com ele."

"Não vamos permitir que isso aconteça; eu o matarei antes," - Dylan segura meu rosto. - "Eu me segurei quando Anna transformou nossa vida em um inferno, me controlei diante das neuroses de Dion sobre Samuel."

"Mas eu estava certo."

"Eu sei. E desta vez não me conterei; Gilbert é seu passado, eu e Dion somos seu presente e futuro, e ele terá que aceitar que perdeu."

"E os gêmeos?"

"Daremos um jeito de você recuperá-los, mesmo que eu tenha que revirar o mundo para isso. Mas não vou abrir mão da mulher que me tirou da escuridão e me deu um lindo presente," - agarra minha nuca e cola seus lábios nos meus.

"Você é nossa, amor," - Dion diz, puxando-me e atacando minha boca. - "Agora, seja uma boa menina e tire essa roupa; precisamos matar a saudade. Três meses sem você nos deixaram loucos."

"Mas não vamos pegar leve; você merece um castigo por ousar dizer que iria brincar com Samuel e Jake enquanto eu ficasse aqui olhando."

"Eu só disse isso porque sei o quanto você é um demônio psicopata."

"Mesmo assim, você merece," - segura meu rosto. - "Nossa mulher me chama de demônio, mas o único ser demoníaco aqui é ela, e como seus donos, precisamos mostrar quem realmente manda."

"Dylan!"

"Ficamos três meses longe de você, então é melhor você começar a implorar."

"O quê?"

"Implore, amor," - Dion diz, olhando para mim. - "Você sentiu falta de tudo isso," - levanta a camiseta, revelando seu abdômen perfeito. - "E você sempre deixou claro como ama um corpo musculoso, então implore para ter tudo isso."

"Inacreditável," - penso. - "Eu odeio amar vocês, seus dois demônios doentes."

"A teimosia dela é impressionante, irmão," - Dion diz, tirando a camisa enquanto Dylan faz o mesmo. - "Mas estou curioso: nesses três meses longe de nós, você se tocou alguma vez?" - Fico paralisada com a pergunta atrevida, mas rapidamente minhas bochechas queimam.

"Ela se tocou. Será que fez pensando em nós?" - Dylan pergunta, e engulo seco. - "Pela forma como seu cheiro mudou, isso significa que pensou em nós."

"O que você pensou? Será que me imaginou fazendo você gozar? Você sempre deixou claro como ama meu pau entrando em você."

"Merda! Ele está me provocando," - penso.

"Você a deixou sem palavras, Dion," - coloca o braço em torno do pescoço dele. - "Se tocou pensando em nós, mas está aqui sendo uma garota desobediente em vez de implorar para ser punida."

"Prometemos um castigo incrível que te levará ao céu e ao inferno ao mesmo tempo. Vá, amor, comece a implorar."

"Por que só pessoas estranhas aparecem na minha vida?" - Penso, enquanto os dois me observam com sorrisos maliciosos.

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