O Bebê Secreto do Grego

Capítulo 2

Olá, minhas princesas gregas, voltei com novo capítulo. A partir da semana que vem eles serão mais regulares, é que esta semana eu estava em Pariiiii, então só consegui aparecer hoje, porque ontem... meu Pai, cheguei em casa igual pinto molhado de tanta chuva naquela cidade. Agora bora lá que tem greguinho querendo o asteroide dele (opa, já tô dando spoiler hihihih):

Aproveitando, quem ainda não me segue lá no Threads, veeeem!

*

DafniAggelidaki

Não podia errar. Era a minha chance de conseguir um emprego fixo. Estava trabalhando nos eventos da Terra Dinnings há dois anos e finalmente ganhei a chance de comandar uma equipe. Se desse certo, prometeram um contrato fixo, e eu não precisaria mais ficar acordada durante as noites rezando para ter um novo jantar para cobrir e poder pagar as contas.

Simplesmente não acreditei quando vi o rapaz despenteado e sem o seu colete da empresa. O que ele estava pensando? Ninguém ia arruinar a minha chance.

Peguei a parte de cima do uniforme preto de trás do balcão dos drinques, fui até ele, que passeava pela festa como se os outros não fossem notar que era apenas um empregado, segurei-o pelo braço e o parei.

— Você não pode andar sem o uniforme. — Olhou para mim como se nunca tivesse visto uma pessoa na vida.

Revirei os olhos. Já estava acostumada. Sempre me perguntava de onde tiravam essas pessoas para os eventos, porque muitos sequer pareciam saber que tinham nascido.

Empurrei o colete contra o seu peito e fiquei nas pontas dos pés para ajeitar os cabelos, que estavam muito bagunçados, alisando os fios negros e grossos até que se domassem, notando o perfume que exalava deles. O rapaz sorriu e foi impossível não reparar como seus dentes eram brancos e alinhados. Dentes sempre me marcavam na aparência de alguém, porque quem é pobre sabe que ou você tem sorte e nasce com dentes bonitos, ou vai ter que aceitar que eles serão feios para sempre.

Olhei pela primeira vez em seus olhos, pronta para ralhar porque estava demorando muito a se vestir, e notei como eram azuis como as águas de Corfu, perdendo o fôlego e abrindo a boca para ver se algum ar entrava. Baixei o olhar e vi sua barba por fazer, rala, de quem começou a ter os primeiros pelos recentemente, o que me fez franzir os lábios.

— Minha nossa, nunca mais apareça em um evento sem fazer a barba. Não deixe crescer, apare.

Ele colocou o colete, sempre sorrindo, como se fosse um lunático, mas não liguei. Os clientes gostavam de gente que parecia amar ser seu escravo. Ele ganharia algumas gorjetas, certamente, se não fosse pelo sorriso, seria por ser bonito.

— Sim, senhora — falou, e a voz era grave e bela.

Apertei os olhos com desconfiança. Ele certamente ganharia muito mais dinheiro fazendo bicos como modelo do que como garçom, e isso me fez perceber que devia ser muito tonto ou desastrado, porque, com toda aquela beleza, servir bebidas era o que tinha sobrado para as suas noites. Encarei mais uma vez as roupas que usava, um conjunto simples de linho todo amarrotado e umas sandálias marrons de couro, destoando de todos os outros homens, ou usando terno, ou usando o uniforme do buffet. Bem, ele era tonto.

Dei as costas e fui até o balcão dos drinques, pegando algumas taças já servidas e colocando sobre uma bandeja de prata, que entreguei a ele.

— Apenas passe entre as pessoas. Pare e deixe que peguem a bebida que quiserem. Não fale nada, ok?

Assentiu, olhando para mim de um jeito intrigado e divertido.

— Pronto, agora vá. — Enxotei com a mão, e ele se foi.

Olhou para trás depois de alguns passos, sorriu daquele jeito de novo, com seus lindos dentes nos lábios grossos e, droga, era muito bonito. Pena que era tonto. A vida já era difícil demais para eu carregar mais alguma coisa nas minhas costas.

Deus do céu, Dafni, só porque o menino tava de roupa simples pra implicar com o pai você já garrou o coitado pelo braço e colocou para trabalhar, eu tô finada. E vocês, o que acham que vai acontecer agora?

Beijos da Di.