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2004, Forks - Scarlett Swan

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SCARLETT REVIRAVA ALGUNS LIVROS e documentos espalhados por sua cama, aproveitando essa rara folga para retomar seu plano de entender mais sobre seu passado, esse que não parava de a perseguir, tanto que mais cedo, encontrou alguém que fazia parte dele.

Por isso, inquieta, continuava pesquisando sobre as sensações estranhas, as habilidades que emergiram quando mais nova, que agora estavam começando a fazer mais sentido ao mesmo tempo em que também ficavam mais fortes e incontroláveis, mas ainda faltavam peças importantes, sobre si e sobre a cidade.

Sky também decidiu retomar a leitura de um livro que comprou faz um tempo em uma biblioteca histórica de Port Angeles. O que ajudou bastante, quando assimilou as palavras escritas com as lendas contadas por Billy Black, amigo de seu irmão.

Pelo o que sabe, Quileutes descendem de uma linhagem de guerreiros que tinham a habilidade de se transformar em lobos para proteger seu povo dos vampiros. Esses guerreiros lobisomens surgiram como protetores do território, encarregados de manter os "frios" longe de suas terras.

De acordo eles, os "frios" são criaturas perigosas e desumanas que não têm alma e se alimentam de sangue humano. A rivalidade entre os lobos e os frios remonta a séculos, quando vampiros invadiam as terras dos Quileutes e atacavam as pessoas.

Para se defenderem, os guerreiros da tribo começaram a se transformar em lobos, formando um grupo de defensores sobrenaturais. Esses lobisomens, em sua forma lupina, são mais rápidos e fortes que os humanos comuns e têm uma inimizade natural com os vampiros.

Então, o fato de Forks estar cercada por tantos mistérios, a fazia se perguntar mais sobre quem realmente era, em conjunto de suas raízes e descendência. Porém, depois de algumas horas, ainda não tinha encontrado nada do que esperava.

Frustrada, Scarlett suspirou, se levantando para alongar as pernas, mas acabou batendo o pé em uma caixa deixada no chão, que acabou pegando também, quando juntou os livros que iria precisar. Então, enquanto massageava seu dedo, se abaixou para a abrir.

Dentro dela haviam algumas fotos de quando era bebê, uma cartinha escrita por seus pais e deixada em sua cestinha, contando sobre seu nome e pedindo para a proteger, além de um diário velho, amarelado pelo tempo. Ela o pegou com cuidado e, para sua surpresa, seu nome estava gravado na capa, com letras desbotadas.

Ao abri-lo, sentiu um arrepio percorrer sua espinha. As primeiras páginas eram rabiscos sem sentido que ela mesma tinha feito quando era pequena, mas à medida que folheava o livro, havia anotações sobre acontecimentos de sua infância que ela não se lembrava.

Descrições de episódios em que coisas estranhas aconteceram ou poderiam acontecer, envolvendo sentimentos e dores alheias que ela parecia absorver. Seus poderes, ainda não controlados, já se manifestavam naquela época. Além de um rabisco rápido no rodapé da última página, com uma letra ilegível.

Com isso, deixou o diário aberto em suas mãos, o observando em silêncio, agora com a cabeça ainda mais cheia de perguntas e dúvidas. Quem havia escrito isso? Por que ela não podia ser uma pessoa normal com um passado normal?

A verdade sobre seu passado parecia mais distante do que nunca. Seus poderes, que ela mal conseguia controlar, estavam se tornando um fardo maior a cada dia.

E agora, ao imaginar o que estava por vir, temia pelo que poderia encontrar ou pelo que ela mesma poderia se tornar. O peso de descobrir estava apenas começando, e isso a mudaria para sempre.

🧛🏻‍♂️(...)🐺

De volta à rotina, os dias no hospital passavam, incrivelmente rápido, mas em meio ao ritmo frenético, Scarlett não conseguia afastar de sua mente a estranha sensação de que havia mais em seu passado do que ela sabia.

Cada vez que usava seus poderes sem querer, ela sentia uma ligação mais forte com algo oculto, algo que parecia chamar por ela. Era como se, agora que voltou para Forks, seus dons estivessem ficando mais intensos do que o normal, e seu cansaço e ansiedade, pioravam tudo.

Já fazia algumas semanas que tinha voltado a pesquisar, mas só havia conseguido juntar poucas informações concretas sobre famílias com habilidades como a sua, passando por lendas antigas e até registros históricos, mas nada parecia se encaixar perfeitamente.

Com isso, durante seu intervalo, se sentou em uma mesa da cafeteria, abrindo seu laptop para voltar a buscar por qualquer pista sobre suas habilidades empáticas, entre mitos e teorias conspiratórias, quando ouviu uma voz familiar.

- Pesquisando algo interessante? - Era Carlisle, que se sentou à sua frente. Seus olhos dourados a observando atentamente.

Scarlett quase derrubou o café que estava segurando. Ela rapidamente fechou o computador, tentando esconder o constrangimento.

- Ah, nada demais... só... curiosidades. - Respondeu sem graça.

- Curiosidades sobre medicina ou algo mais? - Ele pareceu visivelmente curioso.

Ela deu um sorriso nervoso, mas não respondeu, se demorando no olhar dele que a deixava desconsertada desde o primeiro dia em que se conheceram, como ele conseguia a incomodar e atrair ao mesmo tempo?

- Doutor Cullen, precisam de você na ala 2. - Uma enfermeira apareceu na porta, fazendo a Swan suspirar aliviada.

- Terminamos depois. - O loiro disse, a observando com cautela antes de se levantar.

Talvez fosse o momento de dar uma pausa, Sky pensou, já que estava muito obcecada nisso, além de que era mais provável dela ser descoberta, do que encontrar alguma coisa relevante da noite para o dia.

Então, se jogar no trabalho como uma forma de tentar escapar, poderia ser a solução perfeita para acalmar sua mente que estava num turbilhão de informações, questionamentos e incertezas.

Voltando ao trabalho, Sky estava focada em se concentrar em pacientes e exames, mas quando acabou passando por uma sala de atendimento, onde uma enfermeira conversava com um paciente mais velho. A cena que parecia trivial, a fez parar e observar por um momento.

O paciente estava pálido, com sinais claros de dor e automaticamente, ela sentiu o conhecido formigamento em suas mãos. Em questão de segundos, a dor que antes estava nele, foi transferida para ela, oferecendo um breve alívio.

Quando abriu os olhos, o homem parecia melhor. E ninguém ao redor havia percebido o que havia feito. Com isso, limpou o sangue que começou a escorrer, mantendo a compostura, mesmo sabendo que pelo jeito, não tinha a oportunidade de ignorar o que estava acontecendo.

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liam 😭😭

































YELLOW - Carlisle Cullen Onde histórias criam vida. Descubra agora