10

246 26 6
                                    

2004, Forks - Scarlett Swan

🧛🏻‍♂️🐺

Na maioria das vezes, não se sabe se algo ruim vai acontecer. Você simplesmente acorda e segue uma rotina, mas quando menos espera, em uma fração de segundos, aquilo que até então parecia não ter fim, quase escorrega entre seus dedos, abrindo seu olhar para uma nova percepção sobre incrivelmente tudo.

E o início do dia de Scarlet foi assim. Ela acordou, comeu algumas torradas queimadas junta do irmão, como sempre, tentou miseravelmente preparar uma bebida como as de cafeteria e seguiu para seis horas e meia de plantão.

Já faziam algumas semanas que o chá havia ocorrido, tanto que Mary havia tirado sua licença, uma vez que seu nenê iria nascer nos próximos dias. Porém, para a infelicidade da Swan, sua distração tinha acabado, o que significa que seus poderes voltaram mais fortes ainda, de maneiras diferentes, além dos pesadelos que a deixavam mais exausta ainda.

Mas sua rotina precisava continuar, não tão agitada quanto antes, um exemplo era de que seu turno acabou mais cedo, entretanto, ele ainda mantinha a impressão de continuar sendo longo e exaustivo.

E enquanto dirigia de volta para casa, seus pensamentos estavam distantes, presos entre a exaustão do trabalho e as questões que teimavam em surgir sobre sua própria história, coisa que irritantemente, passou a ser parte de sua rotina.

Quando sem aviso, uma sombra, indistinta, surgiu do nada, no meio da estrada, parecendo a mesma que a atormentara em um sonho recente. Sem pensar, seu instinto agiu primeiro, a fazendo girar o volante, tentando desviar, mas as rodas derraparam no asfalto molhado.

O carro saiu pela estrada, rodopiando violentamente até bater de frente em uma árvore. O impacto foi brutal, lançando-a contra o volante, dando a impressão de que tudo pareceu se apagar por alguns segundos, mas o som metálico do carro se amassando ainda reverberava em seus ouvidos, enquanto sua cabeça estava contra o volante.

Quando finalmente abriu os olhos, o mundo parecia girar ao seu redor, com uma chuva começando a cair pesada no para-brisa trincado. E sua cabeça começou a latejar ainda mais ao tentar mover o corpo, já que uma dor forte irradiava de seus ombros e costelas.

O cinto de segurança pressionava seu peito, dificultando sua respiração, além da visão borrada e do gosto de sangue que invadiu sua boca. Com isso, uma onda de desespero começou a se instalar, mas antes que pudesse ceder ao pânico, notou que algo a envolvia.

O ar ao seu redor pareceu eletrificado, carregado de uma energia desconhecida, com uma energia estranha pulsante. Scarlett sentiu um calor crescente, uma vibração intensa que não vinha de fora, mas de dentro dela. Assustada, tentou levantar a mão, mas algo parecia estar prendendo seus movimentos.

Foi então, que ela viu as faíscas de luz que se formavam em seus dedos e saltavam no ar, na cor roxa escura, quase violeta. O choque foi imediato — faíscas, saindo dela? Isso não era normal, tanto que pensou o quão forte havia batido a cabeça.

Com o coração acelerado, Sky olhou ao redor. A sombra que vira momentos antes parecia flutuar à distância, mas seus contornos se desfaziam no ar, como se fossem parte de uma ilusão. E o calor que ela sentia se intensificou, mas não era o desconforto típico de uma febre.

Era como se uma força poderosa estivesse despertando em suas veias, correndo por todo o seu corpo, consertando o que o acidente havia quebrado. Estranhamente, a dor começou a desaparecer, e Scarlett assistiu, perplexa, enquanto os ferimentos que antes escorriam sangue em sua pele se curavam sozinhos.

Sua respiração, antes pesada e irregular, começou a se estabilizar. Ela sentiu suas costelas se ajustarem, como se alguma coisa invisível estivesse reparando o dano.

YELLOW - Carlisle Cullen Onde histórias criam vida. Descubra agora