Prólogo

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VOCÊ SUSPIROU PROFUNDAMENTE, colocando a última caixa no chão do seu novo quarto. A frustração estava estampada em seu rosto enquanto olhava ao redor. Mais uma mudança. Você já não aguentava mais.

── Sempre, sempre, sempre é a mesma coisa... ── Resmungou, com o tom de alguém à beira do cansaço.

Seus pais viviam mudando de país, e você já havia morado em diversos lugares: Estados Unidos, Itália, França, Coreia do Sul, China, Espanha, Brasil, e agora, Japão. Na verdade, não era sua primeira vez no Japão; você já tinha vivido no Japão cinco anos atrás, mas o retorno agora parecia apenas um ciclo interminável de idas e vindas. Era difícil se apegar a qualquer lugar.

Mesmo tendo morado em tantos países, você nunca se sentia verdadeiramente parte de nenhum deles. Sabia falar apenas o básico de espanhol, embora seu inglês fosse quase fluente, já que os Estados Unidos era o país em que sua família mais passava o tempo. O português do Brasil, por outro lado, você havia aprendido com relativa facilidade, em parte graças aos amigos que fez lá, que sempre o ensinavam novas palavras. Você achava interessante como o português lembrava o espanhol em certos aspectos, o que facilitava o aprendizado. E, claro, havia o japonês, que você vinha se esforçando para praticar todos os dias, especialmente agora que estavam de volta ao Japão.

Apesar de aprender rápido e ser praticamente um prodígio, você não se acomodava. Você sempre buscava a perfeição, seja nos estudos, esportes, artes ou lutas. Sua determinação era motivada por um único desejo: ser o melhor, ser bom o suficiente para que seus pais o notasse, pensando que talvez dessa forma eles ficariam mais tempo em casa com você, para que pudessem, pelo menos uma vez, compartilhar todas as refeições juntos. No entanto, seus esforços sempre pareciam em vão.

Quando se mudaram para o Brasil, você acreditou que tudo seria diferente. O jeito único dos brasileiros, sua cultura vibrante e acolhedora, fez com que você pensasse que, finalmente, sua família poderia encontrar um lugar para chamar de lar. Eles ficaram no Brasil por um bom tempo, e você até notou que seus pais pareciam um pouco diferentes, mais presentes, mais próximos. Mas no fim, o trabalho ─ ou talvez o destino ─ os levou novamente para outro país, dessa vez de volta ao Japão.

Você sentiu uma pontada amarga de decepção ao lembrar da conversa em que seus pais anunciaram a nova mudança. Você odiava a sensação de viver constantemente com um pé fora da porta, mesmo quando pareciam se estabelecer em um lugar por um tempo. Sempre, na hora em que você começava a se adaptar, a fazer amigos, a criar laços, vinha a notícia de mais uma mudança.

Você olhou para as caixas no chão, sentindo o peso da frustração e do cansaço mental. Quantas semanas ou meses ficariam dessa vez? Pouco importava. Você tinha decidido que não iria mais se apegar a ninguém. Não faria amigos. Não criaria raízes. Estava cansado de dizer adeus.

── Dessa vez será diferente ── Pensou em voz alta, tentando se convencer. ── Não vou me enturmar com ninguém. Vou ser invisível.

Seria o menos sociável possível, se misturando à multidão sem deixar rastros. Seria apenas mais uma sombra em um novo país, sem amigos para lamentar quando chegasse a hora de partir novamente.

Era esse o seu plano. No Japão, você não faria amigos.

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𝐀 𝐍𝐄𝐖 𝐓𝐈𝐌𝐄𝐋𝐈𝐍𝐄 ⚊ Tokyo Revengers x Male ReaderOnde histórias criam vida. Descubra agora